Luanda – O portal noticioso Club K Angola foi na última sexta-feira, 18 de Maio do corrente, em Luanda, eleito democraticamente pelos estudantes universitários – de diversas instituições de ensino – como o “Melhor Site de Informação” em Angola, num grupo de três concorrentes nomeadamente, Agência Angola Press (Angop), Sapo Angola e Maka Angola.

 

Fonte: Club-k.net
A entrega do ‘Certificado de Reconhecimento’ e do troféu, uma estátua de ‘Palanca Negra’, um antílope raro que representa um dos símbolos de Angola, ocorreu durante a 6ª edição da gala de premiação “Palanca Negra Gigante”, que teve lugar no Palácio de Ferro, em Luanda, sob o mote: “África ontem, hoje e amanhã”.

 

O Club K Angola esteve representado pelo seu responsável de Angola, o jornalista Lucas Pedro, que agradeceu os eleitores em nome da direcção. “Incrível! Não esperávamos por isto”, ironizou o mesmo com um largo sorriso rasgado nos lábios, dedicando o prémio a Direcção, as fontes e aos leitores deste portal de informação geral, que existe há mais de 17 anos.

 

Na verdade, não é a primeira vez que o Club K Angola é surpreendido positivamente pelo trabalho que tem vindo a fazer no mercado jornalístico angolano há quase duas décadas. A 20 de Março de 2015, este portal noticioso foi agraciado, em Luanda, com a ‘Menção Honrosa’ pela direcção da Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC), em gesto de “reconhecimento das valiosas contribuições prestadas”.

 

Vale igualmente recordar que em 2012, aquando das comemorações de 11 anos de sua existência [do Club K], o actual secretário de Estado para a Comunicação Social, Celso Malavoloneke, reconheceu a contribuição do Club K à história da comunicação social angolana pós-independência, tecendo alguns elogios, que vale relembrar aos digníssimos leitores:

“Na qualidade de docente de Comunicação Social, não tenho pejo algum em dizer que, com todas as suas insuficiências e falhas – afinal só não erra quem não faz – o Club K constitui-se num verdadeiro pioneiro do jornalismo online. (...) foi a partir do Club K que muitos de nós foi-se rendendo a pouco e pouco ao «vício» da informação online e em tempo real.



Para muitos de nós, foi pela mão deste órgão de informação que chegámos às redes sociais. Pois antes do Facebook o espaço das redes sociais era todo ele dominado por estes dois órgãos de comunicação social online. Foi aí que se realizaram as primeiras relações virtuais entre angolanos e não angolanos que gostam deste país.

 

Outra grande contribuição do Club K à comunicação social angolana – que eu considero uma prova positiva da irreverência dos seus mentores – é a busca da informação e a sua disponibilização em tempo quase real. Se isso hoje é possível para qualquer pessoa possuidora de um telefone celular inteligente, antes não era assim.

 

Mas já então era no Club K onde se encontravam notícias «fresquinhas» algumas delas reportando factos com apenas horas de vida. Ao ponto que, tornou-se hábito de muito boa gente entrar para o site do Club K logo pela manhãzinha quando chegam ao trabalho. Ainda hoje, para decisores e jornalistas, o Club K é uma importante fonte de informações, sendo muitas vezes citado – e outras não, como se queixa o ZG – por vários órgãos de comunicação social, com destaque para os semanários de fim de semana.

 

Nesta contribuição que o Club K dá a História da nossa comunicação social actual, não faltam desafios. O primeiro deles é a tentação de fugir ao controlo que a ética e a deontologia jornalística impõem no rigor das notícias.

 

É que, o Club K é mesmo um órgão de comunicação virtual. Por isso – e para desesperos dos censores – ele não pode ser censurado. Nem pode – para desespero dos «polícias kaênches» as suas instalações serem invadidas, vandalizadas, queimadas. Quase que nem pode o seu rosto mais visível, o ZG ser processado e levado a tribunal, pois nem vive cá. É por isso que a ética e o rigor no tratamento das notícias deste e de outros jornais online tem que ser apertado. Porque senão, embalados nesta impunidade – aparente, diga-se – poderão publicar notícias não verídicas que poderão atingir danosamente reputações e o bom nome de pessoas. Como já aconteceu no passado.

 

Outro desafio que vejo a impor-se ao Club K e ao jornalismo online angolano em geral é o controlo dos comentadores anónimos. Alguns deles chegam a atingir as raias do insulto mais violento. Outros denotam o seu carácter xenófobo ou mesmo racista, apenas porque se confrontam com uma opinião diferente da sua.

 

Sendo os comentadores anónimos, a responsabilidade é sempre do órgão de informação e qualquer visado está no seu direito de reclamar, ou exigir reparações, se for caso disso. Entretanto, o desafio mantêm-se pois a tecnologia ainda não permite esse controlo.

 

Finalmente, um terceiro desafio prende-se com os fundos de sustentação do projecto. Apesar de ser extraordinariamente barato manter um órgão de comunicação online – é apenas uma equipa e os seus conputadores e a sua INTERNET – há sempre custos a pagar, nem que seja apenas avenças aos jornalistas e repórteres e os custos da INTERNET.

 

E a publicidade no nosso país é o que todos sabemos: pela sua veia crítica e independente, os grandes anunciantes – organismos públicos, no caso de Angola – não anunciam os seus produtos e serviços no Club K com receio de serem conotados como sendo «do contra». E o Governo, esse não financia a imprensa privada, não obstante a legislação nesse sentido.

 

Dali que, as «ofertas» e os «financiamentos» dos ditos «organismos de desenvolvimento internacional» dêem para quebrar o galho. Mas esses dinheiros vêem sempre com uma agenda que nem sempre – quase nunca, diria eu – coincide com os interesses nacionais.

 

Algumas vezes – quase sempre – eles constituem um veículo para servir os interesses dos países «doadores». Conciliar as duas coisas – os nossos interesses enquanto angolanos e a agenda de quem «doa» é um desafio que, para além do jornalismo, estende-se para todas as áreas de trabalho que, na volta e meia, necessitam de financiamentos estrangeiros.

 

Enfim, com tudo isso e por junto e atacado, acho ser de justiça dizer que o Club K já tem escavado com trabalho e suor, o seu lugar na História da Comunicação Social Angolana de pós-independência. Sendo que isso foi em apenas 12 «anitos» e fruto da iniciativa de jovens adolescentes de então, é caso para dizer: é obra!”

 

De realçar que o Club K é um portal informativo angolano, sem afiliações políticas e sem fins lucrativo, cuja linha editorial consubstancia-se na divulgação dos valores dos direitos humanos, educação, justiça social, analise de informação, promoção de democracia, denúncias contra abusos e corrupção em Angola.

 

O Club K foi fundado aos 07 de Novembro de 2000, e é integrado por jovens angolanos (voluntários), com missão representativa em diversos países e reconhecido a nível internacional como uma organização não governamental.