Luanda - A privatização das empresas públicas angolanas não vai poupar o sector petrolífero, avança o Presidente da República, garantindo que o processo vai desenrolar-se de forma transparente, sem favorecimentos. João Lourenço adiantou, em entrevista ao jornal francês L"Opinion, que o sector dos hidrocarbornetos está incluído no processo de privatizações em curso no país.

Fonte: NJ

"Vai envolver algumas subsidiárias da Sonangol", apontou o Chefe de Estado, sem especificar que empresas no universo da petrolífera nacional serão afectados.

O Presidente da República garantiu apenas que os negócios não vão passar do Estado para privados directamente, com favorecimentos, mas sim através de um processo transparente de oferta.

Recorde-se que em Fevereiro passado, João Lourenço criou a Comissão de Preparação de Implementação do Processo de Privatização em Bolsa de Empresas de Referência, a quem coube apresentar o programa a ser implementado pelo Executivo neste domínio, para aumentar a eficiência e reduzir os custos do sector estatal.


Entretanto, o Governo anunciou a intenção de privatizar 74 empresas públicas a médio prazo, sobretudo do sector industrial, processo que entre 2013 e 2017 permitiu um encaixe financeiro para o Estado de quase 20 milhões de euros.


A informação consta do prospecto enviado aos investidores a propósito da emissão de 'eurobonds' de 3.000 milhões de dólares, a 10 e 30 anos e com juros acima dos 8,2% ao ano - concretizada pelo Estado ano passado mês de Maio.


Segundo esse documento, o Executivo "quer que futuras privatizações sejam realizadas através de um processo claro e competitivo, para o qual, na medida do necessário, as leis de privatização de Angola serão actualizadas".


Já depois desta declaração, fontes governamentais citadas pela agência Reuters, avançaram que a companhia aérea nacional, TAAG, é uma das empresas a privatizar.


A transportadora atravessa um período difícil, tendo recentemente avançado com um pedido ao Executivo de quase mil milhões de dólares para problemas de tesouraria estimados em mais de 1,06 mil milhões, situação que está a impedir a empresa de crescer, levando mesmo a uma estagnação.