Luanda - Os activos do Cofre de Previdência do Pessoal da Polícia Nacional (CPPPN) passaram de 3,70 mil milhões de kwanzas em 2006, para 32,32 mil milhões em 2017, como resultado da quotização dos seus membros e outras receitas, de acordo com dados do relatório e contas relativo àquele último ano.

Fonte: JA
O documento ressalva que os activos totais alcançaram, no ano passado, a cifra de 77, 72 mil milhões de kwanzas - um crescimento de 393 por cento em dez anos -, fruto do que o CPPPN diz ser um “rigoroso e inovador exercício de gestão” que culminou com a criação de uma mais-valia na ordem de 41, 48 mil milhões de kwanzas.

Os activos, nota o relatório, estão disponíveis para a implementação de projectos sociais e económicos a favor dos associados e seus familiares. Essa cifra representa um crescimento 393 por cento.

No âmbito de uma estratégia adoptada para lidar com a situação económica e financeira desfavorável observada no país e no estrangeiro desde 2014, com perdas significativas, ganhos moderados ou mesmo a estagnação para algumas organizações, o CPPPN afirma ter desenvolvido acções que garantiram a maximização dos seus activos ao longo desse período.

Em 2007, os activos estavam avaliados em 4,70 mil milhões de kwanzas mas, com a implementação de uma “nova dinâmica de gestão”, registaram-se, nos anos subsequentes, crescimentos sucessivos e moderados do seu valor, sobretudo em 2015, quando chegaram aos 75,95 mil milhões de kwanzas, um crescimento de 128 por cento em relação ao ano precedente e de 391 face a 2006.

O documento considera que a instituição tem um nível de liquidez sólido, o que decorre do conselho de administração de preservação dos valores dos activos para transformar a liquidez em “imobilizados valoráveis” no tempo e convertíveis mediante as necessidades futuras, de modo a evitar problemas na instituição face a volatilidade e elevação dos níveis de inflação.

“Porém, o rácio de liquidez corrente não deve ser utilizado isoladamente para caracterizar a situação financeira a curto prazo”, avisa o CPPPN, que reafirma a importância da análise conjunta da evolução temporal dos rácios de solvabilidade, autonomia financeira e de endividamento.

A capacidade desta instituição mutualista em honrar as obrigações para com os credores e terceiros está situada em 393 por cento, uma ligeira contracção já que, ano anterior, foi de 416 por cento, mas mantendo o seu nível de estabilidade e robustez financeira.

Quanto à eficiência e capacidade dos activos detidos pelo Cofre de Previdência, a produção e resultados financeiros situam-se em 0,82 por cento, contra 1,17 no ano anterior. Esta é uma redução mínima, ditada por um quadro macroeconómico sombrio do país e a nível internacional.

Cerca de 1,00 por cento é a variação negativa constatada na autonomia financeira da CPPPN no exercício financeiro de 2017 em relação ao ano anterior, segundo o relatório que refere que tal representa a manutenção do nível de estabilidade financeira do Cofre. “Ainda assim, o rácio mostra que os activos estão a ser bem utilizados e a produzir resultados satisfatórios”, afirma o comento.

O CPPPN diz que vai continuar a privilegiar o trabalho com as instituições financeiras e bancárias e adianta que, em 2017, o nível de endividamento esteve abaixo do nível máximo - 50 por cento -, já que acima disto representaria alguma preocupação para a instituição.

Auditoria completa

Os Relatórios de Balanços e de Contas do Cofre de Pessoal da Polícia Nacional referentes ao exercício económico de 2017 tiveram uma auditoria completa da Crowe Horwarth - Angola, uma filial da Crowe Horwarth, considerada uma das dez maiores redes de contabilidade do mundo, com mais de 150 empresas em mais de mais de 100 países.