Lisboa - Um empresário revelou à PJ que não havia contratos escritos no Gabinete de Reconstrução de Angola controlado pelo general Kopelipa. E que um assessor de um banco angolano tinha cobrado à empresa 6% para pôr milhões em Portugal. Acabou tudo arquivado.

*António José Vilela
Fonte: SÁBADO

O pedido de cooperação internacional seguiu para Angola a 24 de Setembro de 2013. Ficou sem resposta até Novembro do ano seguinte, mas o Ministério Público (MP) insistiu e remeteu para Luanda um aditamento à carta rogatória nº 68 a solicitar mais informação. Mas apesar desta e de muitas outras insistências, a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola nunca colaborou com as autoridades portuguesas que tentaram investigar os negócios entre uma empresa portuguesa e o Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN) de Angola, uma entidade controlada pelo general Manuel Vieira Dias "Kopelipa".

 

A investigação do processo-crime 91/13 começou com um alerta bancário comunicado em 2011 ao MP e à Polícia Judiciária (PJ) por causa de uma transferência financeira internacional de 2,6 milhões de dólares (cerca de 2,2 milhões de euros ao câmbio actual) – com origem numa imobiliária sediada no offshore do Delaware, nos EUA – e destinada a uma empresa portuguesa de engenharia civil e arquitectura.

 

Questionados pelo banco, os sócios da empresa informaram que o dinheiro vinha na realidade do GRN, um órgão criado em 2004 pelo Presidente de Angola Eduardo dos Santos para tratar de obras públicas com financiamentos da China.

 

A consulta do processo-crime feita na semana passada pela SÁBADO revela que o caso desta transferência suspeita desembocou em mais um beco sem saída nas chamadas "investigações angolanas".

 

Leia toda a história na edição 740 da SÁBADO, de 5 de Julho de 2018.