Lisboa  – O Presidente João Lourenço revogou o Despacho Presidencial n.º 58/15 que o seu antecessor José Eduardo dos Santos  aprovava  o contrato de 4 bilhões de dólares para o Consórcio CGGC & NIARA Holding,   ligado  a   filha Isabel dos Santos na Construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça (CGGC), na província do Kwanza-Norte.

Fonte: Club-k.net

Para construção da barragem Caculo Cabaça

Através do Despacho Presidencial n.º 79/18 que o Club-K, teve acesso, o actual Presidente da República autorizou “a modificação subjectiva do Contrato para a Construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, com a saída das empresas CGGC & Niara Holding, Limitada e Boreal Investmente Ltd., ficando como parte única no contrato e respectivas prestações e responsabilidades à empresa Ghezouba Group Company.”


A China Gezhouba Group Corporation é um dos gigantes da construção da China. Tendo sido fundada em 1970, é membro nuclear da China Energy Engineering Group Co., Ltd., uma das mais importantes empresas estatais chinesas.



Na véspera em que ocorreu assinatura do acordo o Banco Industrial e Comercial da China, para pagar os serviços do consórcio para construção da barragem, o jornalista Rafael Marques de Morais alertava que isto “comprova que o presidente José Eduardo dos Santos usa sistematicamente os seus decretos e despachos para enriquecer de forma ilícita a própria filha.”


“Em suma, a Barragem de Caculo Cabaça será financiada e construída pela China. Então, qual é o papel de Isabel dos Santos no meio disto tudo? A filha do presidente não financia, não constrói. Portanto, não faz qualquer sentido nem tem justificação lógica ou racionalidade económica a participação de Isabel dos Santos. A única vantagem é da própria, que assim pode recolher uma percentagem significativa dos lucros da construção da barragem.”, escreveu o defensor dos direitos humanos.


Num dos  seus últimos actos como Presidente, José Eduardo dos Santos lançou a primeira pedra desta  barragem  no início de Agosto, semanas antes de abandonar o cargo que ocupou nos últimos 38 anos.


Nesta mesma altura Isabel dos Santos acusou o jornal “Expresso” de terrorismo jornalístico contra Angola, quando esta publicação portuguesa   denunciou que  ela era   detentora de 40% do projecto de 4,5 mil milhões de dólares para construção da barragem de Caculo Cabaça.


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