Sumbe – Já é altura de se pôr cobro a situação reinante no edifício grande da marginal da cidade do Sumbe, a sede do Governo da Província onde acontecem cenas arrepiantes, só vistas nos filmes de drama.

*Pinheiro Chagas
Fonte: Club-k.net
São mais de quatro anos e meio que altos funcionários do governo da província do Cuanza-Sul vêm apunhalando pelas costas o seu mais direito superior hierárquico, o general Eusébio de Brito Teixeira e, esses estão bem identificados:

- Secretário do governo, Teixeira Clemente;
- Director do gabinete do governador, Fernando Almeida;
- Secretária do governador, Yola;

Essa tripla sim, aterroriza tudo e todos no governo do Cuanza Sul. Recebem e manipulam documentos com respostas não convincentes como se o despacho fosse do próprio governador.

Milhares e milhares de documentos que deram entrada no governo da província para serem homologados pelo governador Eusébio Teixeira mas, estes nunca sequer chegaram em suas mãos para o merecido tratamento sendo que, vezes sem conta Almeida e Clemente se fizeram passar por governadores mesmo com a existência de dois vice-governadores.

O caso mais recente ocorreu aquando do anunciado concurso público para o Sector da Educação, a tripla engendrou uma estratégia de se fazerem passar por mandatados do general Eusébio Teixeira e junto da direcção provincial da educação, ciência e tecnologia solicitaram ao referido director mais de quatrocentos lugares.

Ora, vejamos. Se a quota taxada para a província do Cuanza Sul para ingresso é apenas de menos de mil e trezentos, reparem só o que isso poderá trazer para um universo de mais de seis mil jovens inscritos e que já fizeram as provas de selecção!

Por este facto, até o director da educação Carlos de Brito Pacheco ameaçou pedir demissão. É que os Almeidas ainda foram mais longe. Do número de júris indicados pela direcção da educação consta o docente Fernando Capequel (catedrático qualificado) e conhecido pela sua dureza e transparência nessas andanças, os Almeidas ameaçaram Pacheco com exoneração caso não retirasse o nome do Kapequel da lista de júris.

Encontram-se no Cuanza Sul mais de 500 jovens oriundos do Cuando Cubango, Benguela e Luanda fixaram residências em todos municípios e acomodados em edifícios do Estado, alguns a coabitarem com os administradores para serem inseridos como professores depois da realização das correcções das provas de selecção do concurso público realizado dia 10 do corrente, tudo com o punho de Almeida, Teixeira Clemente e Yola respectivamente.

No edifício do governo do Cuanza Sul, o Almeida manda mais que o próprio governador que aceita tudo que é opinião formulada por Almeida. O Benguelense que caíu na graça do General não se sabe por que forças, não tem mãos a medir quando o assunto desemboca em benefício próprio.

Um jurista por nós contactado e que pediu anonimato diz que "a epidemia no governo do Cuanza Sul só poderá conhecer fim se o General Eusébio Teixeira tomar uma decisão acertada: Exonerar essas três peças + quatro em algumas direcções provinciais para que o barco caminhe como todos pretendemos".

Em suma, o concurso público do sector da educação nesta província já está viciado e os jovens locais não vão apanhar nada, mesmo se esforçando gastando seus párocos recursos deslocando-se aos municípios…

Se a ministra da educação Cândica Teixeira optou por se corrigir as provas nas sedes provinciais, pelo menos no Cuanza Sul devia ser diferente. Que enviasse especialistas do sector vindos do Cunene, Cabinda, Uíge ou Zaire para o efeito porque com os locais, a correcção vai ser para inglês ver e vão transitar os que vieram e nada sabem em troca de postos de trabalhos ou seja para não serem exonerados e perderem seus cargos.

UM GOVERNO CHAMADO CUANZA CUBANGO

É esta a denominação que devia ter o governo do Cuanza Sul. Não é preciso especialista para chegar a sede deste governo e constatar que naquele edifício 85% de funcionários são do Cuando Cubango, 5% de Benguela, 5% de Luanda e restantes 5% do Cuanza Sul, o que significa dizer que desde a era colonial ninguém por cá estudou.

Não há município onde se vai e não encontramos funcionários do Estado oriundos do Cuando Cubango, Benguela e Luanda ou até um pouco do Huambo e Bié. Os locais, só na comunas e pouquíssimos nas municipalidades e tudo isso, só aconteceu por culpa dos Almeidas.

Toda Angola está bem recordada que o próprio general cresceu e estudou cá e, em escolas industriais pese embora ter nascido acidentalmente em Benguela. Ele até é da Vila Nova do Seles.

É por causa disto que os naturais mais velhos desta região solicitam ao maitre que o Cuanza Sul passe para Cuanza Cubango. Paradoxalmente, os chefões da dita administração do Estado oriundos do Cuando Cubango, Benguela ou Luanda nem ensino médio concluíram e cá exibem-se como licenciatura, mestres, doutores e até PHDs (uma autêntica fantochada).