Benguela - O chefe do Estado-Maior das FAA, António Egídio de Sousa Santos “Disciplina”, anunciou na cidade do Lobito, entre outras medidas, o combate cerrado à corrupção, impunidade e nepotismo no seio das Forças Armadas, tendo em atenção o contexto que o país atravessa.

Fonte: JA
António Egídio de Sousa Santos “Disciplina” exortou os chefes militares que ocupam cargos de responsabilidade acrescida nos diferentes ramos das Forças Armadas a pautar por uma gestão eficiente dos recursos postos à disposição das respectivas unidades, estabelecimentos ou órgãos.

O general Disciplina, que falava no acto central das comemorações do 42º aniversário da criação da Marinha de Guerra Angolana, que decorreu na cidade do Lobito, lembrou que o combate à corrupção, nepotismo e impunidade atingiram todas as esferas da sociedade angolana, pelo que as Forças Armadas não estão isentas. A luta contra estes fenómenos, sublinhou, tornou-se uma matriz no actual contexto sócio-económico e financeiro do país.

“Infelizmente, estas práticas não são só observadas na sociedade civil, como também na nossa instituição militar, que sobrevive do Orçamento Geral do Estado”, reconheceu o general Disciplina, que apelou a cada militar a dominar a técnica e armamento de combate.

Sobre a Marinha de Guerra, que terça-feira assinalou 42 anos desde a sua criação, o chefe do Estado-Maior General das FAA disse que enquanto se trabalha na aquisição de novos meios para aumentar o poder de dissuasão daquele ramo em toda a orla marítima, zona contígua e zona económica exclusiva, bem como a nível da plataforma continental, os actuais navios, lanchas e outros meios técnicos devem ser cuidadosamente empregues de modo a poderem cumprir as missões que lhes são atribuídas.

Segundo o chefe do Estado-Maior General, as FAA encontram-se numa fase de reestruturação de forma a responder, com êxito, aos diferentes desafios. Entre as tarefas prioritárias a implementar, o chefe do Estado-Maior General destacou a atenção no melhoramento das condições alimentares, assistência médica e medicamentosa, bem como do aquartelamento da tropa.

Constam ainda nas prioridades o apetrechamento dos ramos das FAA com meios técnicos e equipamentos modernos que garantam a flexibilidade de manobra e emprego eficaz em qualquer direcção do território nacional, a elevação da qualidade de preparação dos estados-maiores e do profissionalismo dos chefes a todos os níveis.

A formação de quadros de várias especialidades nos estabelecimentos do ensino militar e no exterior, à luz dos acordos de cooperação técnico-militar com países amigos são, na óptica, do general Disciplina, tarefas a serem implementadas pelas Forças Armadas.

Combate à criminalidade

O chefe do Estado-Maior General garantiu que as FAA vão continuar a apoiar a Polícia Nacional no combate à criminalidade violenta nos principais centros urbanos e suburbanos.

“As FAA, como garante da soberania do Estado, não deixarão de prestar o apoio que for necessário à Polícia Nacional e aos órgãos de Segurança e Ordem Interna para o combate à criminalidade violenta nos centros urbanos e suburbanos”, precisou, lembrando que as FAA têm o dever de preservar o património público e privado, contribuir para o fortalecimento do sentimento de segurança das populações, bem como promover a harmonia e a paz social em todo o território nacional.

Na sua óptica, o combate à criminalidade não depende, simplesmente, dos homens afectos à Polícia Nacional, nem das FAA. A sociedade, em geral, deve mobilizar-se e denunciar práticas que inviabilizem o bem-estar das pessoas.

O chefe do Estado-Maior General das FAA considerou que o nível de crescimento socioeconómico da província de Benguela é fruto de uma governação responsável e transparente, virada para o bem-estar comum das populações.