Lisboa – Está volumar-se nas redes sócias,  um movimento tendente a forçar o ministro da comunicação social, Aníbal João da Silva Melo a honrar a promessa de que se desvincularia dos seus negócios no ramo da publicidade e marketing, de forma a evitar incompatibilidades, ou "maus exemplos" no sector que dirige. 

Fonte: Club-k.net

Prometeu há um ano deixar os negócios privados

No próximo mês,  deverá completar um ano em que João Melo fez sair o seu comunicado de promessa,  dias depois da sua nomeação como titular da comunicação social. “Informo publicamente que deixarei de ter qualquer participação em empresas de comunicação de todo o tipo e natureza”, lê-se no informe em que o  dirigente então  recém nomeado admitia ter participações na agência MOVIMENTO, LDA., que criou em 1991, bem como na revista ÁFRICA21, de que é fundador e proprietário desde 2006.

 

Melo acrescentava que “já está em negociações privadas com interessados naquelas participações e acrescenta que, quando as mesmas estiverem concluídas, voltaria a informar o público.”

 

Volvidos quase um ano, nunca se soube mais nada  sobre o assunto,  uma vez que o dirigente  falhou na primeira promessa  de que voltaria a prestar esclarecimento público. O alegado incumprimento  das suas palavras   levou  com que  um membro da ERCA, neste caso,  o professor Carlos Alberto o questionasse publicamente, numa altura em que nas  redes sociais surgem   rumores apresentando a MOVIMENTO, LDA, do ministro João Melo como parte não desinteressada de uma  contratação envolvendo a Sonangol.

 

Carlos Alberto, o líder do levantamento das contestações das  incompatibilidades no sector da comunicação social   voltou a carga esta semana alertando que “Um ministro da Comunicação Social não pode ser em simultâneo dono de uma agência de comunicação, que também produz conteúdos jornalísticos ou até de marketing para outras empresas, pois nada garante haver um distanciamento entre o que é público e o que é privado.”

 

Para este profissional “O conflito não é só empresarial”, por isso entende que “João Melo até pode ter acções em empresas. É um direito que qualquer cidadão tem. Mas ao fazê-lo fica impedido de exercer o cargo de ministro da Comunicação Social, pois não há a garantia de imparcialidade na sua função, como estabelece o artigo 198.°, n.° 1, da Constituição".

 

As argumentações de Carlos Alberto podem ser lida na integra no texto “Sobre as incompatibilidades na comunicação social: O EXEMPLO TEM DE PARTIR DE CIMA”, publicado por este portal.