Luanda - O MTN Group, maior operador de telefonia móvel de África, com sede na África do Sul, quer entrar no mercado angolano, anunciou o presidente executivo do grupo, Rob Shuter, revelando que a empresa está na corrida para ser o quarto operador móvel de Angola.

Fonte: NJ

Segundo o responsável, citado pela publicação de negócios sul-africana Financial Mail, o MTN Group pretende juntar dois novos países africanos ao seu portfólio de negócios, nomeadamente Etiópia e Angola.

"Angola iniciou um processo formal de atribuição de uma quarta licença, e nós estamos a participar", avançou Rob Shuter, para quem esta é uma tramitação que "ainda levará o seu tempo".

O presidente executivo do maior operador de telefonia móvel de África, sediado na África do Sul, revelou ainda que o grupo pretende restringir a aposta aos mercados em que possa garantir a liderança ou sub-liderança do sector.

Criado em 1994, o MTN Group está presente em 24 países e junta-se agora à Vodafone na corrida para o quarto operador móvel de Angola.

Em Angola estão licenciadas três operadoras globais para prestação de serviços de voz, dados e internet: Angola Telecom, Unitel e Movicel.

"O quarto operador não será apenas de telemóvel. Simplificámos o processo e as licenças vão ser globais. Ou seja, o operador poderá disponibilizar outros serviços, como por exemplo o serviço de televisão por assinatura", explicava no final de Novembro o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha.

Segundo o governante, a medida visa melhorar a eficiência do sector com introdução de mais concorrência que poderá trazer ganhos para os potenciais utilizadores destes serviços.

"A concorrência é boa para a melhoria dos serviços prestados", disse José Carvalho da Rocha.

Analistas destacam efeito positivo do aumento da concorrência
Isso mesmo foi destacado pela BMI Research, para quem a abertura do mercado das telecomunicações angolano a um novo operador é positiva, porque traz mais concorrência. No entanto, a consultora alertou que essa entrada obrigará a um avultado investimento inicial, limitando o interesse.

"Entrar no mercado angolano vai obrigar a um investimento extenso; consequentemente, acreditamos que só os operadores já estabelecidos e com financiamento robusto e uma marca que já existe, como a Viettel, Orange ou Vodafone, podem ter sucesso, mas a insistência do Governo em manter parte da Angola Telecom vai limitar o interesse dos operadores mais comerciais", assinalaram os analistas.

A consultora do grupo Fitch sublinhou ainda que a divisão do mercado angolano entre a Unitel, com 73% da quota de mercado, e a Movicel, com 27%, "trouxe consequências negativas para a inovação e a escolha dos consumidores", acrescentando que a taxa de penetração móvel ligeiramente abaixo dos 50% "traz um considerável crescimento potencial para a Angola Telecom e para o quarto operador". NJ