Luanda - O Tribunal Provincial de Luanda decidiu adiar, sem data e com efeito suspensivo, as eleições na União Nacional dos Artistas e Compositores - Sociedade de Autores (UNAC-SA) previstas para sexta-feira, devido a alegadas irregularidades denunciadas por um dos concorrentes.

Fonte: Lusa

Segundo uma nota de imprensa, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o tribunal ordenou o adiamento "sine die" das eleições na sequência de uma providência cautelar solicitada pela lista B, liderada pelo guitarrista angolano Belmiro Carlos.

Para as eleições de novos corpos sociais da União Nacional dos Artistas e Compositores de Angola também concorre, pela lista A, o músico e compositor Zeca Moreno.

A liderança da lista B diz reunir "provas bastantes" que o processo "não está a decorrer com a lisura, transparência e imparcialidade" requeridas, apontando mesmo alegadas irregularidades, sobretudo nos cadernos eleitorais em algumas províncias.

"Fizeram sair uma comunicação em que apelavam à massa associativa a pagar as quotas para poderem participar no processo. Os artistas dessas províncias pagaram e, a meio do caminho, vieram dizer que não valia a pena pagar as quotas", disse hoje Belmiro Carlos, em declarações à Lusa.

Segundo o candidato à liderança da UNAC-SA, a sua lista apresentou um recurso ao tribunal pelo facto de "não obter respostas" ao pedido de impugnação do processo" quer da parte comissão eleitoral, quer do Ministério da Cultura.

"Verificamos ainda muitas irregularidades nos cadernos eleitorais de Luanda. Por isso, solicitamos uma averiguação conjunta do ficheiro dos artistas constantes dos cadernos eleitorais de Luanda", explicou.

Para Belmiro Carlos, o adiamento das eleições representa a "possibilidade de pôr o comboio nos carris, observarmos a lisura, a transparência e a imparcialidade".

"Com esta decisão do tribunal, abre-se esta possibilidade que parecia já remota", concluiu.

Por sua vez, o líder da lista A, Zeca Moreno, lamentou à Lusa o adiamento das eleições na UNAC-SA, acusando a lista B de ser "tão leviana", ao ponto de levar o assunto ao Tribunal de Luanda.

"Lamento fato a lista B tenha sido tão leviana ao ponto de levar a tribunal um assunto que ela própria criou, porque o líder da lista B foi durante anos a fio secretário-geral da UNAC que pelos vistos agiu a margem dos estatutos", afirmou.

Porém, no entender de Zeca Moreno, o tribunal não deu como procedente a providência cautelar.

"O tribunal deu apenas um prazo de cinco dias para que a lista B forneça elementos probatórios das acusações que faz", observou.

"E nós, a lista A, aguardamos, tranquilamente, que a comissão eleitoral e a comissão executiva da UNAC prestem os esclarecimentos de que o tribunal necessita, para que os assuntos colocados fiquem devidamente esclarecidos", rematou.