Madrid - A JMPLA esta em vias de apresentar publicamente como candidato ao posto de Primeiro Secretario Nacional, Sérgio Luther Rescova, o mais novo deputado da bancada parlamentar, em substituição de Paulo Pombolo que se retira por imposição de uma nova directiva que impede elementos com mais de 38 anos de concorrerem. A sua adjunta será, Emília Carlota, também deputada (segunda secretária da Assembléia Nacional).
Fonte: Club-k.net
Modelo de eleição de candidatura única
Ambos serão confirmados no VI Congresso, a ter lugar nos dias 16 e 17 de Outubro em Luanda. A escolha decorreu a margem de uma reunião restrita/estratégica, realizada recentemente pela JMPLA dando por termo o período que se observava nas estruturas da juventude do partido no poder em escolher candidatos, com perfil requisitado, para sucessão de Paulo Pombolo.
Factores que confirmam a sua eleição
- O modelo de eleição é de “lista única” ou “candidato único”; não terá concorrente
- Tem apoio do Secretario Nacional cessante, Paulo Pombolo
Factores que impulsionaram a escolha
- Descrito pelos colegas como “humilde”
- Próximo de Paulo Pombolo ao qual é alcunhado como seu filho (ambos são oriundos do Uige)
-Membro do Secretariado Nacional da JMPLA
- Faz parte do Comitê Central do MPLA ao que por inerência de funções entra para o Bureau Político
- É quadro equilibrado/ distanciado do fanatismo
Sérgio Luther é jurista de formação pela Universidade Católica e igualmente docente. Recentemente foi chamado pelo Bureau Político para acompanhar Faustino Muteka que se deslocou ao Huambo a fim de explicar aos militantes o modelo de “eleição de cabeça de lista” que esta a ser rejeitado pela sociedade.
Antes da escolha do seu nome para concorrer ao congresso haviam sido ventilados nos últimos dois meses vários nomes, dentre entre os quais, o de Ana Bela Santos, Ex primeira secretaria de Luanda mas impedida de concorrer por não fazer parte do Comitê Central, não obstante a carência de aceitação interna. Ana Bela é Deputada. Estima-se que deverá ser admitida ao C.C. no congresso de Dezembro.
No seguimento da citação do seu nome foram também referenciados dois membros do Secretariado Nacional e igualmente deputados, Raul Augusto Lima e Nuno Albino “Carnaval”, reservados para segundo plano. (Ambos estudaram em Portugal)
Protagonismo dos que vieram da diáspora
É notado, no MPLA, a ascensão de uma nova geração com destaque aos militantes proveniente das estruturas da diáspora que se tem destacado pela reclamação de um “impulso mais democrático” no partido.
Uma das figuras mais emblemáticas de entre os quadros vindo do exterior, é Samora Neto, o ex primeiro Secretario da JMPLA em Portugal. Uma corrente interna que considera que o mesmo “não foi humilde” em prosseguir com o activismo político em Angola entrou em “fricção” com uma outra quando o seu nome foi citado para desafios “in loco”/ saltos altos.
Para alem de Raul Lima e Nuno “Carnaval” que fazem parte do “grupo da diáspora” no Secretariado Nacional esta igualmente Eduardo Santana “Edu”, antigo responsável da JMPLA no Zimbabue cujo ponto alto, eme Harare, foi uma recepção com Robert Mugabe.
Destacam-se agora os nomes de Nhanga Kalunga e Djmila Almeida acabados de serem escolhidos para estar a frente da liderança da JMPLA em Luanda em substituição da Deputada, Ana Bela Santos. Nhanga Kalunga foi primeiro secretario em Portugal, antes de Samora Neto e Djamila Almeida veio da Inglaterra sendo internamente descrita como “uma boa militante que trabalha bem”.
O mais recente gesto de rompimento desta geração com as praticas de “bajulismo” e o “oportunismo” que se registram dentro do partido foi evidenciado a poucas semanas quando, um ex estudante/militante de Portugal, Alfredo “Amor África”, pertencente a liderança da JMPLA nas Imgombotas invocou desvios de princípios de alguns camaradas que “representam o partido”, em debates nos órgãos de comunicação social.