Luanda - O terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais de 1992, Alberto Neto, lançou um repto ao presidente do MPLA para um debate público sobre as novas ideias à volta do futuro constitucional do país.
Fonte: Novo Jornal
“Convidei o senhor presidente do MPLA
para um debate, quando e onde ele quiser”
Em declarações ao NJ, o também líder do Partido Democrático angolano (PDA) disse ter enviado uma carta a José Eduardo dos Santos, no dia 14 de Setembro, com este propósito.
“Convidei o senhor presidente do MPLA para um debate televisivo público, quando e onde ele quiser, para abordarmos de maneira clara e concisa esta matéria antes do congresso do MPLA”, precisou.
Alberto Neto esclareceu que a razão de ser da sua proposta é sustentada com o facto de, no âmbito da situação institucional em que o país se encontra, ser “perfeitamente lógico” haver um encontro com o líder do MPLA “para trocarmos algumas ideias sobre o actual momento político e social do país.”
Em relação às eleições presidenciais, o político insiste em como “este processo deve ter como pressuposto o pleito realizado em l992 no qual ele foi o terceiro concorrente mais votado”.
“Só existem dois candidatos para a conclusão do processo de 92: Eduardo dos Santos e António Alberto Neto. Os outros concorrerão quando houver uma eleição com um outro figurino”, afirmou.
Alberto Neto defende, com efeito, que a actual Lei Constitucional “é absolutamente válida” para que se proceda realização das presidenciais sendo “um disparate e uma incongruência” condicionar as eleição do novo PR à aprovação de uma nova Lei-mãe do país.
“É bom que se saiba que a opinião pública precisa de ser esclarecida de que não há modelos atípicos ou enviusados para poder perpetuarse no poder. Esta é a solução que ninguém vai aceitar porque viola o artigo 159 de Lei Constitucional.”
O político observou que a acontecer será o mesmo que alterar a vida política no país de um Estado republicano para uma monarquia.
O presidente do PDA acusou a CNE e o Tribunal Constitucional de terem excluído “deliberadamente” do seu partido do último processo eleitoral com único objectivo de o silenciarem.
“Se nós participássemos das legislativas hoje estaríamos no Parlamento. Os votos que resultaram da abstenção foram dos militantes do PDA, mas foram contados como validos para o MPLA”, acusou.
Alberto Neto terminou as declarações afirmando-se favorável à uma nova discussão do processo de paz de Cabinda, com todas partes interessadas, visando devolver o sossego ao enclave.
Disse também estar agastado com os actuais níveis de pobreza no país notando que tal se deve ao facto de o partido do Governo “não ter políticas sociais sérias e não ser capaz de punir os gestores públicos corruptos”.
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