Change we can belive in”, o slogan fulcral durante a sua campanha eleitoral abarca promessas de refazer a América para todos os americanos. Esta transformação transcende a antagónica questão racial por muitos futilmente clamada no início da sua candidatura para liderar os democratas nesta longa e difícil empreitada política.

Change we can belive in”, “não é apenas uma mudança na Casa Branca, mas sim a necessidade de se mudar o curso das políticas perpetuadas em Washington”. Uma nova visão, mudar a página e, acima de tudo, o momento oportuno para a definição de uma nova geração no comando dos destinos do país. 

 chumbar mais de 95% das políticas
executadas até neste preciso momento

No seu electrificado discurso de terça-feira, em Manisota, Obama justificou as suas acrescidas qualidades de ser um líder sábio e atento as reais preocupações do povo americano. É nesta vertente que, sem apegar às cores políticas, conecto às necessidades e similaridades pontuais existentes na população angolana e americana.

Refazer Angola: mudanças práticas e não retóricas. Exigir responsabilidades pontuais a todos os responsáveis. Consumados os pontos referidos, estaríamos sim, a realizar o esperado sonho angolano que, segundo Obama, “Change we can belive in”. 

Não é segredo para ninguém que todos os angolanos, mesmo em locais restritos, reconhecem e aplaudem a necessidade de se mudar o funcionamento das infra-estruturas do estado para visivelmente justificar o colossal crescimento económico advogado pelo governo. Muitos críticos inclusive questionam a quem atribuir a responsabilidade para liderar os destinos do país. Tais análises descrevem o início de uma nova era na política angolana. Alguns críticos têm inclusive gratuitamente apresentado algumas das possíveis soluções dos múltiplos problemas já identificados.

 Angola necessita de um governo/líder que primeiro pense como angolano e para os angolanos. Segundo, um governo/líder que "despartidarize" as estruturas públicas. Terceiro, um governo/líder que efectivamente represente mudança no seu sentido mais amplo. Por outro lado, epidemias como corrupção e tráfico de influências regular-se-iam desde que nos três pontos expostos funcionassem sem atropelar os parâmetros legais traçados.
  
I  O primeiro aspecto define, acima de tudo, o espírito patriótico que o governo/líder ostenta a nação que representa. Um servidor público tem como responsabilidade primária defender e elevar com estima os interesses do seu povo relativamente as demais nações. Tais interesses devem única e simplesmente corresponder aos desejos e necessidades pontuais da maioria da população. Todos aqueles projectos sem finalidades de colmatar as reais carências da maioria não deviam ser classificadas como acções nacionalistas, pelo facto de beneficiarem os interesses de um grupo limitado e bem definido.

Os exemplos mais marcantes da administração de Obama neste campo -nacionalismo- ira concentrar-se na preservação do emprego para os americanos; incentivar as empresas nacionais a manter as suas produções e outros serviços em território americanos para evitar que tais empresas transfiram os seus negócios para os países asiáticos; manter os americanos unidos como um só povo, independentemente das suas diferenças raciais, de origens ou de princípios políticos, constituiu outro aspecto fortemente propagado por Barack Obama. 

 II  Despartidarização dos bens públicos é outro aspecto importante que deve ter-se em consideração para se refazer Angola. Uma minuciosa redefinição dos órgãos/bens públicos e, ao mesmo tempo, o reajustamento das responsabilidades e crenças dos funcionários públicos. Dois exemplos em jeito de pergunta: qual é a função dos órgãos de informação governamentais? Os representantes diplomáticos angolanos a quem representam exactamente?

Estes dois aspectos têm constituído motivos de inquietação por parte da sociedade civil. O próximo governo/líder angolano terá que assegurar que os órgãos/bens públicos pertençam ao povo e como tal servirem unicamente os interesses da população em geral e sem dividendos partidários. O mesmo deve ser feito quanto aos funcionários diplomáticos. Em primeiro lugar, estes devem representar o governo em todas as circunstâncias e jamais priorizar os seus laços partidários. Em retrospectiva, distanciar alongadamente: órgãos/bens públicos dos bens partidários e funcionário público do funcionário partidário.

Suportando-se uma vez mais nos ideais do promotor do slogan “Change we can belive in”, é oportuno mencionar que Obama acredita que na Casa Branca existe muita burocracia e lutas de interesse em detrimentos partidários. Daí, ele advoga que todos os bens da nação devem satisfazer as necessidades do povo Americano.

III  Qualquer mudança acarreta consigo sempre duas consequências: melhorar ou piorar. Angola necessita de um governo/líder com princípios bem traçados para melhorar o nível de vida do cidadão comum e não somente da classe privilegiada. Assim sendo, todos os planos de trabalho dos diferentes ramos -económico, político ou social- deveriam representar melhorias significantes já desde a sua fase embrionária. Aqui o mais controverso é acreditar se tais mudanças (Promessas eleitorais) seriam integralmente cumpridas. Será oportuno que os eleitores rebusquem a história de todos os candidatos e saber quantas promessas fizeram e quantas delas foram cumpridas.

O governo/líder angolano com reais intenções de abraçar a mudança terá que chumbar mais de 95% das políticas executadas até neste preciso momento porque os seus resultados foram penosos para a população. Globalização e as ferramentas da nova era tecnológica são, entre outros aspectos a ser tido em consideração pelo  governo/líder que assumir o poder.  

Juntos vamos mudar o curso do país e definir uma nova geração”, destacou Obama no último discurso. “Accountability”,  literalmente traduzido em “prestação de contas” com regularidade, auscultação popular e disponibilizar todos os assuntos discutidos no parlamento ao povo também farão parte das novas linhas mestras da sua administração.
  
E para fechar, o desejo de cada angolano em qualquer “esquina” é ter um governo/líder capaz de cumprir com as suas –próprias- palavras e de promover a esperança –sonho- e dê luz a uma vida condigna a todo cidadão. Pão, água, luz e tecto são elementos básicos de subsistência. Neste contexto, campanhas eleitorais baseadas em princípios inapropriados em nada ajudarão para incentivar todos os eleitores a participarem no pleito eleitoral anunciado para 5 de Setembro próximo.  

Qual governo/líder angolano estaria mais próximo das doutrinas difundidas por Obama – o garante histórico da revolução Americana - personificado em “Change we can belive in”?

* J&J”
Fonte: Club-k