Sumbe - Uma semana depois da denúncia dos medias, a Procuradoria Geral no Cuanza Sul instaurou um inquérito à gestão dos 75 milhões de kwanzas cedidos pelo Governo central às autoridades locais para o programa de prevenção e combate à covid-19, anunciou quinta-feira, no Sumbe, o sub-procurador provincial.

Fonte: Angop


Joaquim Macedo da Fonseca confirmou à imprensa local que o inquérito foi aberto na sequência de algumas denúncias sobre uma alegada má gestão daqueles fundos.

“Efectivamente, estão a decorrer alguns processos de inquérito como resultado de algumas denúncias que um grupo de cidadãos entendeu dirigir aos nossos serviços e que foram publicadas nas redes sociais”, salientou o magistrado do Ministério Público.

Explicou que, na sequência disso, no dia sete de Maio, foram abertos dois processos de inquérito na Procuradoria Geral da República (PGR), junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que têm a ver com a suposta má gestão de 75 milhões de Kwanzas que o Estado concedeu à província do Cuanza Sul para a prevenção da covid-19.

Segundo o sub-procurador provincial, “neste momento, decorrem diligências para se apurar se as denúncias têm ou não consistência, razão pela qual o director do Gabinete Provincial da Saúde, Felizardo Manuel, foi prestar declarações ao SIC”.

O magistrado disse não ter sido imposta qualquer medida a Felizardo Manuel, nem sequer constituído arguido, por se estar a apurar a veracidade dos factos. Acrescentou que as diligências da PGR serão céleres e não levarão mais de 45 dias.

De salientar que o governo do Kwanza-Sul por via do Gabinete Provincial da Saúde recebeu do governo central 75 milhões de kwanzas para o programa de prevenção da Covid-19, deste valor foi adicionado mais um milhão de kwanzas doados pelo partido MPLA, perfazendo 76 milhões de kwanzas.

São esses valores que serviriam para adquirir bens e serviços para sustentar o programa que segundo a nossa fonte, os gastos rondam os mais de 74 milhões, de kwanzas assim distribuídos:


- Compra de 17 termómetros a 96 mil kzs cada;
- Aluguer da ambulância da escolta de Job Capapinha no valor de 9 milhões e 832.966, 50 kzs.
- Aquisição de material de consumo corrente especializado pela Diombe Geste, Lda., no valor de 15 milhões 420 mil e um kzs;
- A Sociedade Kwendale de Augusto Trocado no valor de 20 milhões e 470.787.50 kzs;
- A empresa B. NARDA e filhos, Lda., seis milhões de kzs;
- Grupo FDT, Lda., 1 milhão e 609.211,50 kzs;
- A STAAL e Filhos, Lda., com quatro milhões e 904.212. 50 kzs;
- A firma CICCI, cinco milhões e 312 mil kzs;
- A Saracaca Comércio geral, quatro milhões e 450.821 kzs;
- A 2AA - Alberto Afonso, quatro milhões e 500 mil kzs, respectivamente o que totaliza mais de 74 milhões de kzs.

Sabe-se porém que, recentemente, foi administrado um seminário aos profissionais afectos ao sector da saúde para estarem por dentro dos métodos haver com a prevenção contra a Covid-19, mas que durante a acção formativa não tiveram qualquer refeição tão pouco lanches. Outrossim, o dinheiro pago para aluguer da ambulância foi feito com dinheiro da Covid-19.