Luanda - O Governo de Angola condenou veementemente hoje, sexta-feira, a acção terrorista protagonizada pelo grupo FLEC contra a caravana desportiva da Selecção Nacional do Togo que se deslocava desde Ponta Negra para a cidade de Cabinda, com vista a sua participação no CAN Orange-Angola2010.


Fonte: Angop & Lusa 

Num comunicado lido pelo ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais, o executivo considera a acção "ignóbil"  e "lamenta a existência de vítimas", ao mesmo tempo que "reitera o seu total engajamento na garantia de segurança para que a realização do CAN Orange-Angola2010 se afirme como um grande evento desportivo e uma manifestação de amizade e solidariedade entre os povos
africanos".

 
O Governo de Angola comunica que o facto ocorreu pelas 14h25, no troço rodoviário Bicongolo e Chicucu, na província de Cabinda, proximo da linha de fronteira com a República do Congo, do qual resultou o ferimento de nove pessoas, sendo oito (8) togoleses e um (1) angolano.

 
"Segundo informação da 2ª Região Militar das Forças Armadas Angolanas, o Grupo da FLEC que realizou a acção terrorista, era proveniente da República do Congo para onde retornou após consumação da referida acção", refere o comunicado.

 
Por sua vez, o ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, lamentou o incidente e reafirmou, em nome do Governo, que o sucedido não afecta quer a organização, quer a segurança da prova que inicia este domingo.

 
"Vamos reforçar e redobrar todo mecanismo de segurança do evento, porquanto temos todas as condições que garantam o sucesso, a tranquilidade e segurança das pessoas e dos seus bens, previsto nos planos da organização”, afirmou o governante.

 
O também coordenador-adjunto da Comissão Ministerial de Monitorização da Organização do CAN2010 adiantou que os órgãos competentes estão a trabalhar para apurar o sucedido e responsabilizar os culpados.


Segundo indicou, o incidente não altera o programa e no domingo o evento se realizará conforme previsto, porquanto as entidades da província, bem como o COCAN provincial já contactou a direcção da comitiva togolesa e apesar do sentimento de tristeza há uma compreensão e cooperação para se ultrapassar a situação.

 

Deputado eleito por Cabinda aponta 11 feridos em ataque à selecção do Togo


O deputado angolano eleito por Cabinda, Raul Danda, disse hoje à Agência Lusa que o ataque reivindicado pela FLEC naquela província à selecção de futebol do Togo resultou em 11 feridos, seis dos quais com gravidade.

Raul Danda, deputado independente eleito nas listas da UNITA, adiantou que, entre os seis feridos graves, estão dois cabindas, três jogadores togoleses e um dos médicos da selecção africana que deveria estrear-se na CAN 2010 na próxima segunda-feira, na capital do enclave.


O deputado, natural de Cabinda, disse ainda que a emboscada das FLEC, organização separatista que já reivindicou o ataque, aconteceu muito perto da fronteira com a República do Congo e disse esperar que este episódio não manche a realização da prova desportiva que Angola acolhe de domingo a 31 de Janeiro.


Lisboa - A operação militar reivindicada pelo braço armado do movimento separatista FLEC em Cabinda, que atingiu a selecção de futebol do Togo, é um ataque ao desporto "de uma baixesa só comparável aos atentados de Munique", disse à Lusa fonte do Governo angolano.


O executivo de Luanda "condena veementemente o sucedido em Cabinda", afirmou fonte do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), considerando o ataque de hoje à tarde no enclave "obra de bandidos armados e de quem lhes dá guarida, de uma baixesa só comparável aos atentados de Munique", referindo-se à acção terrorista nos Jogos Olímpicos de 1972 do movimento "Setembro Negro" que matou sete membros da delegação israelita.


A mesma fonte do MIREX acrescentou que "o acto é de uma cobardia maior quando se pensa que há um ataque a desportistas que sempre estão imbuídos dos melhores valores humanos e longe de interesses de qualquer espécie".