Bruxelas - Eu sou angolano tanto como outros. Tenho uma opinião porque Angola é minha preocupação. Preocupação porque, Ela é uma nação e não um rebanho. Lá vivem centenas de almas que como eu merecem respeito, direito da vida e de todos acessórios que o quotidiano da vida exige.


Fonte: http://kinzinzi.blogspot.com

 

Sabe-se melhor que por direito divino, o angolano foi bem abençoado para viver uma vida sã, coroada de sucesso porque o país tem um recurso humano muito variado, recursos naturais e minerais bem enriquecidos. Há mais motivos para se glorificar pois ser angolano é ser príncipe, assim o explica o termo Ngola, que é a palavra mãe da derivação de Angola. Falar de Angola deve-se constituir uma responsabilidade de todos angolanos. Então vamos todos contribuir duma forma a outra dependendo das oportunidades ofertadas pela sociedade política que actualmente detenha provisoriamente a chave de tudo.


Este tempo já não concorda com as brincadeiras comunistas ou diria mesmo passatempo do governo totalitário do movimento dos comunistas. Não vivo no obscurantismo para confessar que ser comunista é um pecado. Conheci o mundo comunista e nele tive a oportunidade de desenvolve-se em algo. O comunismo tinha o seu lado positivo que muitos angolanos nunca mais conhecerão porque foi-lhes apresentado um comunismo prestidigitador. Este tempo é época de falar sobre Angola: a sua politica, a economia, as esperanças do povo, os planos governamentais, os progressos da nação enfim tudo que a curiosidade sensorial pode carregar. Este é tempo de criticar e sugerir; é tempo de permitir ao angolano de exprimir-se profissionalmente, socialmente, culturalmente sem exibir a sombreada cultura do passado onde fomos conotados com a guerra, estupidez, alienação e tudo de negativo que se carregou durante longos anos do comunismo angolano.

 

O nosso Presidente, Sr José Eduardo dos Santos ou simplesmente JES para os mais queridos tornou-se um eixo da balança politica no país com possibilidade duma expansão continental mas também é visto como uma certa ‘’bermuda’’ no ponto de visto económico. Lembrai-vos do famoso triângulo das Bermudas no coração do Pacífico! JES não deve ser intocável como se pretende no círculo do MPLA. Me lembro ainda como criança pensava-se ‘’que o pai tem sempre razão’’. Que o pai era perfeito e sagrado por isso foi/é intocável. Esta mentalidade foi-me/nos incumbida pela mistura da cultura banto com a rigidez da educação colonial de chicotes. O PR assume a posição de Pai da nação e não deve ser uma queima-roupa. Fala-se do PR com respeito usando uma linguagem de mérito presidencial como paternal. Logo o respeito não é e nunca foi um presente. O respeito merece-se. Ele é uma qualidade que se adquire ao longo da vida, investindo-se no sentido de antecipar oferecê-lo aos outros. O respeito pode se adquirir conforme o resultado da sua contribuição professional, das suas maneiras de agir e reagir, do seu comportamento social no seu meio social.

 

Eu penso que JES merece o meu respeito total, já pelo facto de ser o nosso Presidente. Esse respeito e consideração fazem parte dos direitos e deveres de cada cidadão, independentemente da sua afiliação partidária, da sua opinião política, das divergências em opiniões. Assim vou dando respeito ao nosso PR, José Eduardo dos Santos; até porque constitui uma recomendação bíblica. Opinar sobre a obra de JES não pode nem deve ser visto como pecado ou revolta; não creio! talvez se jogarmos a hipocrisia. JES é um jovem que foi digitado para substituir o Saudoso Agostinho Neto. Dirige os país há mais de três décadas e tem alcançado um resultado debatido. Debater um sujeito não é forçamente um pecado. Um debate exige que haja conhecimentos, poder de analisar, criticar mas também oferecer as alternâncias para não criar um clima negativista.

 

Diria eu que JES é um homem que fez e continua fazer o seu tempo na liderança do destino de milhares de angolanos. Ele soube cumprir as suas missões em diferentes tempos: guerra e paz, comunismo e democracia, pobreza e riqueza etc. Ele realizou grandes obras que mesmo sem querer ficarão definitivamente na história do angolano. Não vou me permitir por áqui dizer que ajudou Angola nadar num mar de rosas, porque na sua liderança aconteceram várias coisas que agradaram e feriram a consciência angolana. Não estamos perante um tribunal, onde o réu e o juízo acabem por ser culpados porque inventaram a lei e abusaram a mesma lei como é de costume na banda. Não tenho vergonha nem falto consideração para dizer que em poucos anos da democracia (isto é desde 1992), JES fez mais do que toda a sua eternidade no comunismo. Isto sem portanto considerar os motivos, as razões e mesmo da existência da guerra. Muitas coisas não foram feitas, porque não se sentiu na obrigação de fazê-las, questão da ética do MPLA, a própria consciência do JES. Outra coisas não foram feitas devidamente por falta de interesse, da experiencia, da própria pressão da oposição e por falta duma visão do movimento dos camaradas. Ele, tardiamente acordou, quando o tempo já tinha voado mas pensa ainda que pode realizar milagres! Bom Presidente foi, mas com certo desleixo. Este desleixo, é o sujeito que JES pensa ainda corrigir quando já não tem energia suficiente. Por cima quando os leões a sua volta esperem uma ocasião para devorar!

 

Hoje, penso eu que já não se espere muito do nosso JES. A sua própria lógica pode dizer muitas e outras coisas mas…o tempo não esperem por ninguém. Agora é tempo para os angolanos pensar como planificar o futuro. Temos que falar da política, pensar já no apois JES. Este é uma lógica que Ele (JES) não talvez gostaria de pensar nem ouvir mas vamos ser realistas. O nosso Presidente já fez o seu tempo e deu o que podia dar, embora que ainda lá permanece. Ele já não tem quase nada a oferecer em termo de estratégia ecopolitica. Eu não estou áqui para insinuar que JES é caduco. Pode ser um pouco ultrapassado mas ainda é necessário. Há ainda quem pensa que actualmente é o único homem capaz de dirigir Angola mas duvido bastante que seria o único capacitado para dirigir o MPLA. A experiencia que acumulou tanto no MPLA com na Presidência do país faz com que necessitamos o homem. JES é cidadão angolano que merece de viver apaziguado na terra da sua derivação. Este direito natural será simplesmente conservado pelo respeito que acumulou no seu trabalho. Pela prestação que ofereceu a nação angolana. Numa outra linguagem diria-se que isto depende da qualidade da luz que o seu coração tem emanado durante o seu reinado, e dos adicionais quer da família como do partido. Ele tem ainda capacidade de embelezar a imagem de Luanda, infelizmente Luanda não é Angola. Fazer o que tem feito, numa escala nacional, não lhe é possível uma vez já não tem este precioso e incontrolável tempo. A cadeira presidencial tem um ímano e um poder hipnótico que ninguém quer abandonar, e caso o angolano não entenda isto, vai-se um dia nela (cadeira presidencial) colocar o defunto de JES para continuar dirigir-nos, o que seria uma tolice jamais visto nesta humanidade. Muitas vezes quando homens não têm capacidades de decidir, o tempo decide e determina sem portanto dar opção ao homem, mesmo sendo Maestro de tudo.

 

Estamos perante um cenário, onde nada devemos esperar mas não se deve cruzar as mãos. O tempo de manas já não vai regressar. Se o MPLA ainda espere em JES e Angola já não espere ao homem, quer dizer que estamos perdidos. Quer também dizer que há crises no MPLA mas deve-se entender que Angola de hoje já não é MPLA. Temos muitos partidos, temos apartidários e declaramos sermos democratas. Os angolanos (do MPLA, da oposição e sociedade civil) podem ainda algo fazer. Podemos ainda fazer o cêntuplo do que fizemos no CAN. A lei do desenvolvimento e da evolução exige que os filhos sejam melhores que os pais (profissionalmente). Isto implica que os actuais novos membros do MPLA sejam melhores que os da revolução, os da historia dos comunistas. O que se precisa neste tempo é a mudança; mudança no MPLA, na oposição como na sociedade civil. Todo angolano será contente com a continuação do MPLA no poder, mas um MPLA democrático, com mudança - um MPLA que cresceu politicamente, estrategicamente com uma visão nova e forte. Este é o sonho, este é também a minha oração! O nosso sangue não deveria possuir uma cor partidária.

 

Sabe-se bem, e digo isto com todo o respeito. JES quer eternizar-se no poder só para proteger a sua família. Para proteger a riqueza que se acumulou nestas décadas. Ele vai lá ficar a todo o custo só para manter a dominância do seu clã em relação aos outros emergentes. Eu não sou perfeito mas duvido que JES tem alguma coisa nova a oferecer Angola, além da sua experiencia. Ele pretende continuar a jogar um decisivo papel. A ideia é boa mas pode se jogar este em qualquer posição, diria função. Ele deve abandonar para continuar assistir-nos com a sua experiencia. O homem está afogado e não está sorrindo (ou tem um sorriso falso) mas está morrendo à presença de toda Angola. Assim é que os naufragados morrem e eu não gostaria de cometer este pecado de participação!

Quem tem ouvidos oiça o que….