Luanda - O nosso continente é feliz ou infelizmente. O continente dos Golpes de Estado e para já o “de sem futuro cintilante”. Mas antes de exprimir tudo que tenho no «âmago» permita-me a minha força moral, impugnar monologamente a velha febre africana. Ah! Até quando, o final?


Fonte: Club-k

CHEFOPATITE - Qual é a noção que se tem deste vocábulo? – Não me abandones a fim de recorrer ao mestre mudo. Isto é, ao dicionário, porque para além de puderes resolver a insuficiência, de encontrares o significado, estarias a queimar o tempo. O tempo de reflexão, o tempo de continuarmos juntos. Temos no texto o significado, mas antes, importa referenciar que o mais fresco golpe de estado no Níger é o sumário da CHEFOPATITE que assola os dirigentes africanos de forma giratória.


Niamey, capital de um dos países africanos independentes no início da década de sessenta, foi abalada na quinta-feira dezoito, quando caia ao radar, por golpe de estado, o seu número um. Mais um e infelizmente em África! O meu ou se não, nosso continente. A parte do universo onde curiosamente os recursos naturais abundam e são desde já o motivo de discórdias e consequentemente guerras. Mas o motivo deste último golpe no Níger parece não ser apenas este, pois que a febre africana está presente, embora reconheço que esta resulta da ganância da titularidade destes recursos. Então, aqui cheguei e posso afirmar dizendo que «CHEFOPATIE» é uma febre (doença) africana que ataca aos líderes, chefes africanos. O seu principal sintoma é o pruído, vício de querer viver e morrer como líder, chefe ou presidente! Fazendo desde então com que a crença na metáfora caucasiana de que «a fome é negra e africana» tenha cada vez mais alienação.


Fome que a todos os níveis vai dominando os meros frásicos discursos dos malsãos líderes africanos que só encontram a cura da sua enfermidade nos golpes que envolvem militares e polícias que eles próprios acabam por criar dando-lhes vida, luxo e mais alguma coisa. É caso para dizer e acreditar no velho adágio de que «cá se faz e cá se paga ou então, quem com ferro mata com ferro morre».


Mamadou Jandja, presidente apeado, é claramente o certificado, o resultado dos sintomas da CHEFOPATITE que depois de dez anos, resultantes dos dois mandatos, alterou a constituição em Agosto último para mandatos infindos, o que levou novamente este País africano a uma prática constante. Pois, aí os golpes são encarados na pura normalidade.


1996 o mundo observou um acto tal igual, embora os argumentos sejam diferentes. Na altura, de forma curiosa tipicamente africana. Crise alimentar, e só aos Nígerinos de baixa renda! Isto porque os ministros deste País, estavam longe do significado das suas atribuições, isto é, não ministraram, distribuíram até a alimentação. Um bem fundamental. Originando o golpe de estado de 1996.


O Níger pelo que sei, tem como principal riqueza o urânio e é exactamente a segunda reserva de urânio do Mundo, mas, que os seus benefícios são visto nas venezianas! Mas, que continente do futuro… sempre do futuro. O futuro africano que nunca é presente. Era do futuro quando minha boca não conseguia pronunciar as palavras Pai e Mãe. Do futuro hoje, quando já sou fonte de alguém que é como eu na altura. Tudo isso acontece porque para os líderes africanos, a minha África, nunca têm alternativas. Tudo é para o futuro. Líderes africanos, antes de dizer até breve, saibam que “nada se faz, por nós sem nós”.

 

Até breve...