Lisboa - Tem um ar alegórico que anima sectores intelectuais do MPLA. No último congresso do partido dirigiu-se a um grupo de delegados da etnia bacongo e disse o seguinte: “Eu sou mais perigoso que um de vocês, porque tenho dois sangues”. A platéia pôs-se em gargalhadas. Ele pretendia transmitir que tinha mistura de dois diferentes tipos de sangue por ser filho de pai Lunda/chocke e mãe do Uige.
Fonte: Club-k.net
Bento dos Santos “Kangamba” que em Junho deste ano completa 45 anos de idade, nasceu no Moxico, mas é nas Lundas onde cresceu. É avaliado como um intelectual anódino. Na vida acadêmica chegou até a 12ª classe. Aos 15 anos de idade aderiu ao MPLA. O seu pai era conhecido como apoiante dos guerrilheiros deste partido que andavam pela zona leste do país. A família era detentora de alguns bens entre os quais alguns camões que teriam sido queimados pela UNITA, ao tempo do conflito armado. Os pais estão no leste e o mesmo é criticado por “esbanjar dinheiro em Luanda enquanto que os país não estão muito bem no Luena”
Serviu o braço armado do regime e chegou à patente de brigadeiro cuja reserva faz parte. Trabalhou na área da logística e foi um dos impulsionadores da venda de forma “ortodoxa” de carne/frango do exercito, no mercado negro. Na altura, as vendedoras de rua vulgo “Quinguilas” levaram lhe a tribunal após terem se queixado de o terem dado dinheiro sem que tivessem recebido a mercadoria. Foi declarado culpado em tribunal cumprindo pena de dois anos prisão. Na altura o Comitê Central do MPLA, ao qual fazia parte, expulsou-lhe para que o seu caso não manchasse o partido.
Após o incidente Kangamba refez se politicamente tornando-se num dos mais mediáticos militantes do MPLA na zona urbana de Luanda (e em algumas áreas do país). É presentemente o primeiro secretario do CAP 114, no palanca (O cartão de militante é LA-525291). Foi readmitido nas estruturas do partido (Comitê Provincial de Luanda e Comitê Central) e ao mesmo tempo aprendeu a não ter muita confiança nos seus colegas do MPLA. Não come ou bebe em casa dos mesmos como medida de prevenção das armadilhas partidárias. Aceita comer apenas em casa de dois amigos, Rui e Joaquim.
Tem ligações com o general Manuel Helder Vieira Dias “Kopelipa” em razão de tal é as vezes apresentado como assessor/próximo da Casa Militar que lhe proporciona algum desafogo financeiro. Defende, nas rádios em Luanda, que os filhos do PR, devem ter os seus negócios por serem cidadãos como qualquer um. Esta posição por si tomada, não é alheia a simpatia que goza no seio familiar de JES. A 22 de Janeiro, uma irmã de JES, Marta dos Santos deu festa do seu 60 aniversários e foi lhe enviado um convite.
O seu patrimônio econômico é considerado complexo a começar pelo facto de não se conhecer o seu Gabinete. Há informação de que através do Ministério das Finanças recebe verbas por impulso de uma “interminável” divida antiga que o estado tem para com ele. Esta associado a exploração de diamantes na área das Lunda na qual tem como sócio, numa das dragas, Eduardo Kwangana, Presidente do PRS. Fundou na década de noventa uma empresa a “Organizações Kabuscorp”, cujo patrimônio inclui um terreno na samba, uma Quinta em fase de construção, nas áreas do futungo, ao qual tem o seu nome “Quinta Kamgamba”. É conotado com uma sociedade anônima de representação, Rangol, com sede no bairro operário. Numa entrevista na TV Zimbo, apresentou-se como dono da maior empresa de telhados de Benguela, este dado, porem, é contrariado com a existência da empresa Porto Belo, que é um investimento brasileiro tido como o maior em fabrico de telhas naquela província. Diz também que esta a erguer um campo de futebol.
O que mais lhe da visibilidade é uma equipa de futebol, o “clube Kabuscorp do palanca”, que criou em Dezembro de 1994 tornando-se o primeiro angolano a ter um clube de futebol no país. Tem vocação de Interferir no trabalho do treinador da sua equipa. No Domingo (28), insurgiu-se contra o técnico do Kabuscorp, Viktor Bondarenko, porque entendia que este deveria, a dad altura do jogo, por em campo dois jogadores tidos como seus favoritos. Quando a sua equipa perde nas partidas, penaliza os jogadores retirando-lhes a viatura de apoio. São sujeitos (em forma do castigo) sair do estádio até a sede do clube no palanca a pé.
Há mais de 10 anos que deixou de viver no bairro palanca (Viveu no Alvalade e agora num apartamento T4 no Nova Vida ), mas dentro do partido passa-se por morador ou soba do bairro, como é chamado. Aos fins de semanas visita o Palanca, acção sucedida com distribuição de dinheiro aos jovens sobretudo quando é dia de partidas de futebol. A juventude daquele bairro (na sua maioria oriundo de países vizinhos), seguem-lhe com a garantia de oferta de bebidas e alimentos nas diversões que promove. Há também informações segundo a qual elementos de origem congolensa, do palanca terão seguido a sua claque ou caravana em troca de ajuda no que concerne a sua legalização em Angola.
Dedica especial atenção a filantropia e apóia inicitivas de entertimento (concursos, espectaculos musicais e etc) da qual ganhou a fama de “empresário da juventude”. O rapper americano The Game, cita-lhe em uma das suas musicas sobre uma alegada proposta que Kambamga lhe teria feito, em Luanda mas que recusara.
Um dos seus maiores vícios é o jogo/casino. Já chegou a gastar cerca de 100 mil dolares americanos numa só noite. O conforto financeiro que goza leva-lhe as vezes ao esbanjamento. No congresso do MPLA, ao qual ascendeu ao Comite Central, ficou com a fama de ter distribuído 350 mil dolares aos delegados provenientes de Benguela, Huambo, Moxico e Uíje. Dentro do regime é citado como o elemento que mais recorre ao suborno para resolver as coisas. Em meados no ano passado o desportivo acadêmica do Lobito acusou lhe de ter corrompido o arbitro.
Kamgamba é, hoje, o militante do MPLA que mais presta atenção especial ao seu marketing pessoal. Criou a sua própria rede de influencia junto da media independente e na media estatal. Uma das figuras jornalísticas com quem tem relações estreitas, é Goncalves Inhanjica, quadro de proa da TPA. O ex Ministro da CS, Manuel Rabelais, aparentava não ter graças pelo mesmo, que chegou a orientar jornalistas em Benguela para vetarem a cobertura de uma das suas acções filantrópicas na província.
Da sua ligação com a media, Reginaldo Silva, analista de referencia em Angola, fez a seguinte discrição “Da primeira vez que foi para o CC, o homem do Palanca e do Kabuscorp acabou preso, julgado e condenado por delito comum. Foi expulso pelos seus camaradas do CC. Voltou agora quatro anos depois, na sequência de uma impressionante e inédita campanha de promoção pessoal em tudo quanto era média privado e público. Melhor do que ningém do seu fechado clube partidário, Cangamba percebeu até ao limite que a imprensa tanto desfaz, como faz, como volta a desfazer. Não olhou a meios e investiu fortemente na sua imagem mediática. Alguns jornalistas agradeceram-lhe, certamente, o generoso interesse demonstrado pelos "milagres" da média. Por tudo, por nada e por mais coisa nenhuma, foi notícia semana sim, semana também. Cangamba, vê se portas agora com mais juízo, para não voltares a ser expulso do CC e da vida em liberdade.”