Lisboa - O malogrado líder da antiga rebelião armada, Jonas Malheiros Savimbi terá deixado as suas memórias concluídas e que terão sido apanhadas na esfrega do choque militar  que envolveu a sua coluna e a unidade de elite do vigésimo batalhão das forças armadas angolanas (FAA), a 22 de Fevereiro de 2002, soube o Club-k.net  de fonte familiarizada ao assunto.

Fonte: Club-k.net

Líder rebelde deixou dois volumes das suas memórias

De acordo com a fonte, as memórias encontravam-se  em forma de manuscrito tendo o autor iniciado a escrever, a partir do Andulo, ao tempo em que o seu partido tinha  transformado aquele município em  bastião da UNITA. Até ao momento da sua morte, o  líder da guerrilha  trasia nos seus pertences pessoais  “dois  manuscritos consigo” e que cujo paradeiro “somente os soldados das FAA, envolvidos naquela operação militar  poderão dar-vos a resposta”, segundo disse  a fonte que vimos fazer referencia.


A mesma conta que a   primeira vez que o velho deu a conhecer que estava a escrever as suas memórias aconteceu no, Andulo, no  decorrer de uma palestra em 1998  tendo  revelado que o primeiro volume retrataria o inicio da luta armada  até o ano de 1991 e a segunda parte faria uma incursão desde 1992 até os últimos dias.


Referendiado como tendo possuído, na Jamba,  uma biblioteca pessoal com cerca de  3000 livros, Jonas Malheiro Savimbi é autor de diversas obras, como  “a cartilha do guerrilheiro”, editado em 1977, “ A resistência em busca de uma nova nação”, publicada  em 1979,   “Angola: por um futuro melhor” editado em 86, e o “guia  pratico do quadro” que é uma síntese de lições elaboradas pelo mesmo e que serviram de livro de apoio no Centro de Estudos Kapesse Kafundanga, no seu antigo bastião.


Há também  diversos livros sobre a sua vida, sendo o mais popular, “Savimbi: uma chave para África”  escrito pelo jornalista e  biografo Fred Bridland. Quando ambos se zangaram,  Bridland tornou a escrever outro livro “mortes em África” retratando os episódios que levaram a tragédia do “caso Tito Chingunji”.


Na década de 80 um escritor togolês Abodoli editou, em frances,  um livro sobre Jonas Savimbi que é uma entrevista em que o falecido presidente da UNITA fala da sua trajetória e aborda a perspectiva do futuro.  Recentemente o seu partido editou igualmente um livro em sua homenagem contendo entrevistas e discursos feitos entre 1976 a 91 por aquele que foi o fundador do movimento do “galo negro”.


De realçar que  está  a ser preparada uma tese de doutoramento, sobre Jonas Savimbi e a UNITA, numa universidade britânica. O autor desta obra acadêmica  é Justin Pierce, um connhecido  jornalista da BBC que mora na África do Sul e que recentemente ficou largos meses no interior de Angola a desenvolver a sua pesquisa nas áreas onde terá passado Jonas Savimbi.


Ainda na senda de livros sobre a UNITA de Jonas Savimbi,  apurou-se  que o veterano Samuel Chiwale deste partido tem prontas o segundo volume das suas memórias  e um outro dirigente Chipindo Bonga anunciou recentemente aos jovens da JURA que também  esta a escrever a sua obra histórica.