CARTA ABERTA AOS MILITANTES, SIMPATIZANTES E AMIGOS DO MPLA

 

EM NOME DOS MILITANTES E SIMPATIZANTES E AMIGOS DO MPLA QUE DEFENDEM A DEMOCRATIZAÇAO DO MPLA  CONDENAMOS E DIZEMOS NÃO AS DEMOLIÇOES ANARQUICAS …! COMPATRTIOTAS E IRMAOS!

Fonte: Club-k.net

 

Nas vésperas da independência em 1975, fomos todos mobilizados para aderir este ou aquele movimento. Um número considerável de cidadãos aderiu o MPLA, de entre eles muitos de nós que hoje defendemos a democratização do MPLA, na base de um amplo processo de crítica e autocrítica. Mas porque é que aderimos o MPLA?


Não foi porque o MPLA era um movimento melhor do que os demais do ponto de vista orgânico, pelo contrário ele apresentou-se dividido isto são em três fracções nomeadamente A liderada pelo Saudoso Dr Agostinho Neto, a liderada pelo comandante Daniel Chipenda e a ala liderada pelo Joaquim Pinto de Andrade.

 

A verdade porem é que  tinha nos seus estatutos e programa os princípios que muitos de nós comungávamos e que defendia os interesses na qual a maioria do nosso povo se revia –Uma Angola Renovada e Bem estar social para todas as camadas sociais que estavam inseridas na sociedade  Angola, em véspera de se tornar independente.


 Agora como foi gerido o consenso entre elas este é um outro problema que caberá aos historiadores amanham. Resumindo e concluindo a facção Neto tirou fora do caminho as outras duas correntes alegando que eram agentes do imperialismo, isto é que defendiam o Neocolonialismo em Angola.


Caros Compatriotas!


É esta a realidade histórica que ainda se mantém fresca na mente de muitos Angolanos amantes da paz e da liberdade social e que as presentes e gerações vindouras devem conhecer sem deturpação dos factos.


Passados que são mais de 33 anos de independência, muitos foram os acontecimentos que tornou e torna irrealizável, todos os objectivos que vinham contidos no seu programa e estatutos.


Pois Para surpreso de muito de nós hoje viemos a tomar conhecimento que não fora realizado por completo o programa mínimo, e que fora alvo de alteração na inter-regional de 12 a 20 de Setembro, já em território nacional.


Para conhecimento citamos extracto do referido documento estatutário. -

PROGRAMA DO MOVIMENTO POPULAR PARA LIBERTAÇAO DE ANGOLA


A- Programa Mínimo

 

 

O MPLA luta pela realização do seguinte programa mínimo •.

1- Criação urgente de uma frente angolana de Libertação que agrupe numa ampla união todos os partidos políticos , todas as organizações populares , todas as forças armadas , todas as personalidades eminentes do país , todas as organizações religiosas , todas as minorias nacionais  ou étnicas de Angola…


Caros Compatriotas!


Como seria e será possível a MOVIMENTO OU PARTIDO criar uma Frente Angolana se ela internamente não conseguiu e não consegue consenso de reconciliação das várias correntes interna no seu seio? E se não consegue no seu seio, não consegue com os outros partidos políticos, como poderá reconciliar a nação no seu todo?


Onde estão está o obstáculo que lhe impossibilita aceitar o seu irmão para juntos combaterem o inimigo principal hoje, quando já não existe o colonialismo Português directamente? Sobre isto já Saudoso Neto havia definido o imperialismo como o nosso inimigo principal e que este tinha se infiltrado no seio do MPLA (ver entrevista no jornal província de Angola de 5 de Setembro de 1975)


Caros Compatriotas!


Se a direcção do MPLA tinha a consciência plena que não tinha concluído o programa mínimo, e que esta era tida como uma condição vital para travar as intenções das forças que desejavam e desejam o neocolonialismo para Angola, porque razão nada faz para que se consiga esta frente, pela importância que tem nesta fase da independência económica? Porque razão induziu e continua a induzir o povo especialmente os militantes simpatizantes e amigos do MPLA em erro? Pois bem, depois de mais de 30 anos muitos de nós temos duvida se é mesmo erro ou é traição aos desígnios dos próprios MPLA.


Caso seja traição aos desígnios do próprio MPLA, então todos nós que ao longo destes mais de 30 anos viemos defendendo esta direcção, somos considerados de traidores, será isto, uma verdade? Penso que só os historiadores o poderão amanha dizer, depois de muito investigarem.


Compatriotas e Caros Militantes!


Se amanha vier a ser verdade, penso que somos quase todos inocentes com salvo dos que ao longo destes anos ocuparam cargos de chefia a nível de base dos CAP,S intermédio ( Comité Municipal e Comunal )  e de cúpula,( Comité Central e Bureau Politico) com maior responsabilidade os de órgãos do topo.


Pois então começo agora a compreender que a questão é bastante seria, seria que nunca antes me tivera passado pela mente quando me havia sido feito um convite para ocupar um destes cargos sem que pela qual fosse eleito pelos militantes de direito para que fosse legitimado tal representação. Porque razões então assim agiram e agem os nossos camaradas e responsáveis? Como poderei provar a minha inocência nesta tamanha traição ao próprio MPLA?

 

Pois é por todos nós sabido de que a nova liderança actual do MPLA a todos os níveis, já encontrou a situação que hoje prevalece, não obstante a isto tem de assumir o activo e o passivo decorrente da gestão anterior….


Que responsabilidade seria que muitos de nós assumimos sem ter a mínima ideia da gravidade da questão? Pois assumir um passivo decorrente de mais de 30 anos de gestão não é coisa fácil, quando são decorridos já 6 congressos.


Porque razão então os militantes experientes, os veteranos que sempre detiveram 60% da continuidade não se dignam a dar tratamento a este delicado problema? Da não conclusão do programa mínimo…! De que maneiras querem que os preços baixam se dentre nós existe uma força que puxa para o lado contrario do que constam dos nossos estatutos?
 Pois então lembremos nos todos de que judas também foi discípulo de Jesus, mais não hesitou em trai lo por 30 moedas.


Caros Compatriotas!

No partido é igual, nem todos que dizem que são os fieis defensores dos princípios do partido , estes o são, mesmo que pertençam a sua estrutura máxima . Não. Não o são .Só o serão se os seus actos nos permitirão a nós avaliar-los . Pois a avaliação do dirigente não pode ser de dirigente para dirigente. Tem de ser os militantes de base a avaliar este dirigente.

 

Temos o caso concreto das demolições que estão a decorrer em Benguela e na Huila. Muito recentemente. Estes actos são condenáveis, porque chocam com os interesses que constam dos estatutos e programa isto a moção eleitoral que aprovamos.


Tomamos conhecimento que o minar mandou 450 capas para o pessoal do Zango da Vila Chinesa, para mais de 80 familias. De igual modo condenamos esta actitude , pois primeiro devíamos prepara as condições mínima de habitabilidade e só depois é que devia se remover os cidadãos , pois é assim que fazia o colono e nós não podemos praticar um acto tão desumano que nem o colono fazia, logo esta aqui um sinal de comportamento de neocolonialista.


Caros Compatriotas! O MPLA não tem no seu programa que defende um regime de estilo Neocolonialista. É dizer que estamos todos a ser enganados com palavras bonitas e actos escuros, o que desde já condenamos e reprovamos tais comportamento e alertamos a massa militante a tomar consciência do que se esta a passar.


 É esta a questão principal que a UT / MPLA, deseja que seja resolvida através do processo de democratização na base de um amplo processo de crítica e autocrítica.  E todos nós militantes simpatizantes e amigos do MPLA  somos chamados , a reflectir sobre esta importante questão.


Compatriotas!


Esta questão passa por um debate franco e aberto e que a UT/MPLA pensa só ser possível com a democratização interna do MPLA. Pois pensamos que a consciência nacional aumenta dia pois dia e pensamos ser em vão continuar a pensar que estamos na realidade a enganar o povo. É uma falsa ilusão, é hora para

 


reconhecermos os erros cometidos, para partirmos para soluções que sejam adequadas para os problemas sérios que estamos hoje vivendo –
Aproveitamos o momento para endereçarmos os nossos votos de solidariedade com os Angolanos que foram demolidas as suas residências em Luanda, Benguela e Huila, e vai desde já o nosso veemente repúdio e condenação pelos actos desumanos ate agora perpetrados em nome do MPLA.


PELA DEMOCRATIZAÇAO DO MPLA, DIZEMOS NÃO AS DEMOLIÇOES ANARQUICAS E EXIGIMOS O RESPEITO PELA DIGNIDADE HUMANA – ASSIM REZAM OS NOSSOS ESTATUTOS

 

LUANDA, 24 DE MARÇO DE 2010


PELA COORDENAÇAO DA UT/MPLA
SECÇAO BENGUELA