Luanda - ”…A metrópole é caracterizada pela economia monetária e pelo domínio da razão, levaria à «trofìa» da cultura individual pela  «hipertrofia» da cultura objectiva, seria ao  mesmo tempo, à arena para a discussão e as tentativas de unificação dos dois conceitos sobre o homem, igual no sentido de liberdade dado ou no sentido de singularidade qualitativa do individuo… ”.


Fonte: Club-k.net


A Construção essencialista do objecto urbano estruturou-se, inicialmente, sobre uma tentativa ˝ hesitante ˝ de articulação metodológica , mais concretamente os primeiros esforços de definição de urbanidade oscilaram, entre o pressuposto de que a cidade era uma instituição saudável e empiricamente identificável, através de macro-variaveis, espacial-demograficas, ecológicas, econômicas, políticas e históricas (tamanho ,densidade populacional, circulação e mobilidade geográfica, concentração especialização e diversidade funcional dentre outros aspetos inerentes a si mesma) e uma tentativa que insistia em tomar como unidade de análise o actor social ou seja o Urbanista, as suas interações, estilos de vida, modelos atitudinais e valores.
 

Aspirando ao estabelecimento de tipologias de cidades, (definidas em função de macro-indicadores) a articular, caso a caso, com as características relacionais e representacionais dos seus residentes.
 

Apesar de decepcionados nas tentativas de derivar (casualmente) das macro-variáveis socio-demograficas e economicas, as caracteristicas do urbanismo como modo de vida. Alguns dos percursores da Antropologia urbana reeditaram a imagem de um mundo social bifurcado, conceptualmente entre a tradição e a modernidade e, sob a influência de Simmel, reproduziram a ideia de que o actor social urbano ( por contraste com o camponês ) era movido por um propósito de separação dos investimentos, separação e destruição do «outro» (geracional, comunitário, religioso, estatal e identitário), concebendo-o, como produto e desenvolmento de um progressivo de individualização e autonomização.
 

Depois das primeiras objeções tecidas por Oscar Lewis (1965) « ás variáveis de número, densidade e heterogeneidade » como «determinantes da vida social e da personalidade» bem como à oposição sociedade tradicional/ sociedade moderna (urbana), Fox (1972) criticou o isolacionismo sincrônico na construção do objecto de estudo «urbano» isto é, a insistência obsidiante dos estudos urbanos na analise de relações, redes e representações sociais e seus imperativos contextuais e/ ou dos processos de adaptação aos meios urbanos específicos, desligada sistema social mais amplo envolvente.
 

Se a proposta de uma estratégia metodológica interacionista para a antropologia urbana de 70 (caracterizada pela focalização das interações comportamentais e, ideológicas, entre a cidade e a sociedade mais vasta, envolvente) encontrou adeptos e aprofundamentos,” rationale and romance in Antropology” (Fox, 1972) bem como o livro que o ampliou perpetuaram, porém, uma visão essencialista da cidade, identificável através de variáveis demográficas e qualidades físicas. Por acréscimo a perspectiva de Fox manifestando-se contra uma Antropologia urbana importada dos estudos da comunidade de pequena escala (isto é, local, confinada, exótica, sincrônica, funcionalista) e, subsequentemente propondo uma Antropologia da cidade na sua intervenção com o sistema social mais vasto, eclipsou os actores sociais, categorizados ou auto-referênciados identitariamente como urbanistas, individualizando uma focalização contextualizada (ao nível pessoal, local, nacional, global dentre outros) das suas praticas, estrategicas e narrativas identitárias.
 


Apesar da reflexão de Fox, comportar inumeros problemas e ter merecido multiplas criticas (Lynch, 1984, Gulick, 1989), no fim da decada de 70 e inicio da decada de 80 à impossibilidade de ignorar o sistema social envolvente na construção do objecto urbano, consolida uma especie de ponto de viragem (e de ruptura metodológica na Antropologia urbana em acréscimo, condensada na sobrecitada formulação de Leste (nenhuma cidade é uma ilha)

 

Partindo do pressuposto de que, qualquer agrupamento humano (aldeia ccidade) faz parte de um sistema mais amplo de especialização comportando niveis hierarquizados que mantém trocas e transações entre si (a que designou de sistema urbano) Leed (1994) procurou dissolver não apenas a oposição comptual rural/ urbano  afirmando a equilivalência funcional dos varios pontos nodais ou nucleos no seio do sistema, como ainda ultrapassar as dicotomias metodologicas baseadas em supostas caracteristicas do objecto de estudo e nomeadamente relactivas ao seu grau de autonomia analitica (mostrando nomeadamente que não «existem»agrupamentos humanos autonomos, fechados ou isolaveis ) por acrescimo, e do ponto de vista expliativo sem propor relações causais de tipo deterministico de um nivel do sistema sobre o outro (mas pressupondo uma relação heirarquica entre niveis transnacional, internacional, local e familiar entre outros.
 

O proprio Leed, afirmava que as exterioridades de qualquer fenómeno humano localizado condicionam ou configuram as caraccteristicas, concluindo sobre a fatalidade de produzirmos um saber parcial e distorcido se tomar-mos como objecto de estudo quer micro-fenomenos, como mitrópoles, sem atendermos às suas respectivas relações com o sistema urbano mais amplo paralela ao desmoronar das comceptualizações essencialistas e confinados do urbano foi a denúncia das inconsistencias empiricas e das incoerências teóricas de uma definição do actor social em  pleno processo de individualização, separação e destruição do « outro».
 


Libertado de necessidades, estrátegicas e ganhos identitarios (eminentemente relacionais ). A luz de tal definiçâo, como explicar que alguns grupos de urbanistas sobre-valorizam o capital social e simbolico em detrimento do capital material, isto é, revitalizam, reinventam tradições e hajam  em conformidade com elas? Como compreender que invistam nas relações duais personalizadas e nas insteraçôes micro-grupais intensas (nas redes familiares e de vizinhança no trabalho, na igreja e nos clubes disportivos e de lazer, em associaçôes formais e imformais)
 


Ao invês de se ensaiarem no separar ou de permanecerem indeferentes e embotados?.
 


Como entender a proliferaçâo de « nós» identitárias de solidariedade e de lutas identitarias nas cidades ou a intensificaçâo dos sentimentos de pertença e de mais valia identitaria bem como  o incremento dos sentimentos de hostilidade em relaçâo aos que nâo pertencem a «nós» como explicar que tantos urbanistas façam depender a sua auto-imagem e auto-consideraçâo?.
 

A historia do urbanismo pode ser entendida como a historia do auto-entendimento humano, na imagem do meio é certamente tambem um pouco a sua ideia de felicidade, desde platâo, que  a ideia da correspondência do meio ambiente ordenado, do bem-estar psiquico e da ordem social justa, do meio ambiente ordenado, do bem estar psiquico e da ordem social justa, sempre enccontrou a sua expressão, não é de se admirar que se visse no urbanismo da era indústrial uma correlação deste tipo, entendida como efeito reciproco. Pelos de 1920 Bren Ford e Geddes, formularam agressivamente.
 


˝ O aperfeiçoamento da vida e do meio ambiente não são problemas separados como Hermann Grimm tinha escrito sobre Schinkel ˝ não deviam somente levantar –se edificações, mas tambem um resultado do trabalho aparentemente só arquitectónico, no fim do seculo ХІХ (1896) Fritch, apresentou um projecto urbanistico onde pretendia ˝retroagir em sentido organizado e orientador sobre o espirito humano ˝ e, nos meados  do seculo ХХ (1950), Μenheim, escreveu sobre o repentino crescimento da civilização tecnologica e, principalmente, o crescimento das grandes cidades e fazendo uma análogia com o que se passa em Angola e a guisa de expivitar o entusiastico espirito de reconstrução nacional que hoje temos estado a testemunhar, julgamos que terá que começar  em primeira instância pelo planeamento das cidades e comunidades , com a organização da estrutura fisica da socidade.
 
 

Por fim, todos estes pronunciamentos podem ser resumidos na formulação concisa que, muitas vezes são citadas e talvez remonte a Emerson ” primeiro os homens constrõem, as casas depois as casass constrõem os homens” com isto atribui-se uma responsabilidade ao arquitecto e ao urbanista que tambem desempenham um papel importante no auto-entendimento desta profissão, pois que neste particular e, em verdade está fundamentada na sua justificação interna que o destaca do puro tecnico. Em 1920, Gurlet deu a este à coragem de defender-se das pessoas praticas ” que julgam pelas necessidades do momento, ele deve ser o responsavel perante os filhos pela falta de visão futuristicas dos pais “
 
 

Cláudio Ramos Fortuna


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Urbanista