Lisboa –  As autoridades angolanas prenderam por volta das 05H30 de domingo na sua residência em Cabinda,  António Paca Pemba Panzo, um economista e funcionário da Chevron conhecido  como  aguerrido activista dos direitos humanos  e membro da extinta Mpalabanda-Associação Cívica de Cabinda.


Fonte: Club-k.net

Onda de  repreensão em Cabinda

De acordo com a sua esposa, elementos afectos à Polícia de Investigação Criminal irromperam na residência exibindo um mandado de busca, desconhecendo-se quem o terá assinado. O objectivo da busca, de acordo com a esposa de Paca Panzo, era o de procurar pelas camisolas mandadas confeccionar a fim de protestar, pacificamente e em silêncio, contra as detenções injustas, arbitrárias, do Padre Raúl Tati e outros activistas dos direitos humanos como os Drs. Franscisco Luemba e Belchior Lanso Tati, entre outros.


Apesar de não ter sido encontrada uma única camisola na residência de Panzo, algumas notícias tiradas de "sites" da internet foram suficientes para que os agentes da polícia angolana levassem para a prisão António Paca Panzo. Ainda de acordo com a esposa, Antónia da Conceição Yele, que teve alta do hospital apenas ontem, na seqüência de uma intervenção cirúrgica a que foi submetida no domingo passado, dia 4 de abril.

 

A  detenção de  António Paca Pemba Panzo  acontece  uma semana depois de o regime ter prendido o jurista Félix Sumbo, no domingo passado, quando regressava de ponta Negra.

 

A vaga desenfreada de detenções arbitrárias, é vista pela em circulos intelectuais da população como alfo que “se enquadra perfeitamente numa campanha quase irracional de intimidação contra os cabindas, em geral, e os activistas dos direitos humanos, em particular” que entendem que a mesma “ocorre em completa violação da Constituição de Angola, recentemente aprovada pela Assembleia Nacional e promulgada pelo Presidente Eduardo dos Santos, como se essa Constituição não se aplicasse em Cabinda.”

 

De referir que, há também ocorrência de   outras acções de violação de direitos humanos que se estima que tendem a piorar. Na comuna do Malembo, a escassos quilómetros do campo petrolífero do Malongo, uma velha de nome Lúcia Ichumbu Lubalo, de cerca de 75 anos, foi brutalmente espancada por um militar das Forças Armadas Angolanas - FAA, no dia 29 de Março de 2010, depois a ter violado, quando a velha saía da sua lavra. Num derradeiro esforço, a velha Lúcia conseguiu chegar à aldeia (Malembo) em cujo posto médico recebeu os primeiros socorros, antes de ser evacuada para o Hospital Provincial Central, na cidade de Cabinda, onde viria a falecer 31 de Março de 2010.

 

As liberdades de informação também são vetadas. No edifício da ORIUM em Cabinda por detrás do  Hotel Maiombe é dado como “do contra” quem é apanhado a acessar ao Club-K e a outros sites considerados como não- acolito a violação dos direitos humanos.