Luanda - No prosseguimento da sua visita aos municípios de Luanda, o Presidente da UNITA, Isaías Samakuva esteve na última quarta-feira 21 no município de Cacuaco a 15 quilómetro norte do centro da cidade de Luanda, numa missão destinada a constatar as condições sociais, políticas e económicas das populações daquela circunscrição. Na administração municipal e na voz do seu titular em exercício, Daniel Kumbanza, o líder da UNITA foi informado dos projectos em execução desde 2008 e da falta de pessoal qualificado e de meios financeiros para a implementação de projectos em carteira.


Fonte: UNITA


Se algumas melhorias podem ser verificadas nessa área de reabilitação de edifícios e estradas, o mesmo não se pode dizer em relação a distribuição de água potável e energia eléctrica. Para esses dois bens chegarem à casa do consumidor vão ser necessários alguns anos e muitos fundos. Aliás, o próprio administrador Daniel Kumbanza considerou de complicado o processo, sobretudo devido a “descaracterização do tecido urbano e assentamentos populacionais desordenados que destruíram a passagem de redes técnicas”.

 

De momento a capacidade da administração limitou-se a instalação de painéis solares para a iluminação pública nalgumas zonas do município. Quanto à água, apenas alguns bairros situados próximo da conduta principal, como o dos Imbondeiros têm água corrente a jorrar nas torneiras. A maioria da população, segundo o administrador municipal, vai ter de esperar por dias melhores e enquanto isso a alternativa são os chafarizes e fontenários.

 

O presidente Isaías Samakuva e a sua comitiva visitaram o centro de saúde municipal de Cacuaco, onde o líder da UNITA manifestou interesse em saber o que está a ser feito no diz respeito a prevenção e combate ao VIH-Sida e os níveis de adesão da população aos testes voluntários e aconselhamento. O líder recebeu explicações sobre o planeamento familiar e os esforços que estão a ser envidados pelos profissionais da área para a redução dos níveis de mortalidade materno-infantil.

 

A delegação do líder do maior partido da oposição rumou em seguida para o Instituto Politécnico, inaugurado em Julho 2007, com a vocação de formar quadros médios para área de construção civil. Com 1.152 alunos matriculados, a instituição enfrenta dificuldades de abastecimento de água e energia eléctrica, em virtude de não estar ligada à rede de abastecimento da EPAL e da EDEL, respectivamente. Com avaria do grupo gerador que fornecia energia à instituição, os alunos estão sem possibilidades de ter aulas de informática, de electricidade e outras cuja realização dependa de energia eléctrica. Tal situação complica também o funcionamento dos laboratórios.

 

A frequência irregular de professores, por razões que têm a ver com atrasos salariais e a falta de transporte foram outras dificuldades apresentadas ao presidente da UNITA, pelos alunos do único estabelecimento de ensino politécnico médio de Luanda, que ministra o curso de construção civil.

 

Por razões de segurança, os poucos livros poupados do roubo na biblioteca da instituição escolar estão sob a guarda do director, que fez saber da necessidade de mais livros para o apetrechamento da biblioteca, tendo para tal, dirigido petições às embaixadas, que até data não responderam.

 

Numa visita guiada, Isaías Samakuva passou por áreas vitais do estabelecimento, ouviu explicações sobre o funcionamento dos laboratórios de química para materiais de construção e de electricidade e apreciou demonstrações dos alunos em matéria de construção civil e instalações eléctricas.

 

Além de autógrafos, os alunos do Instituto politécnico de Cacuaco solicitaram explicações sobre o que a UNITA pensa sobre a educação em Angola, a política sobre os quadros depois de formados. Na sua resposta o presidente destacou a preocupação do seu partido para com o homem, enquanto centro das atenções, considerando o mesmo de ponto de partida e de chegada.

 

Defendeu a necessidade da sua valorização, através de uma formação de qualidade, “para que os técnicos angolanos tenham valor em Angola e no estrangeiro”. De acordo com Isaías Samakuva, o cumprimento desse desiderato passa pela atribuição de maior atenção pelo estado ao sector de educação e por melhoria de condições salariais dos professores, para que estes se sintam dignificados na sua função de docentes.

 

A deslocação ao projecto habitacional do Panguila e ao mercado da Vidrul encerraram a agenda de trabalho do presidente da UNITA ao município de Cacuaco.

 

Na sexta-feria o líder da UNITA retoma a sua agenda de actividade de campo com visita ao município de Sambizanga.