Lisboa - Curiosamente, a recente visita de constatação do líder do Galo Negro, Isaías Ngola Samakuva, ao município mais populoso da cidade capital, Viana, chamou atenção de observadores atentos pelo facto de este não ter, visitado o recinto onde funciona a Rádio Despertar (actualmente conhecida como Rádio dos Sem vozes).

Fonte: Club-k.net



ImageIsaías Samakuva preocupou-se, obviamente, em visitar outras instituições sociais como a Universidade Jean Piaget, Casa da Juventude – inaugurada pelo seu arqui-rival o Presidente da República José Eduardo dos Santos -, Rádio Viana e Centro de Formação Profissional do MAPESS, além de ter visitado a Administração municipal de Viana, onde manteve encontros demorados com os principais dirigentes destes estabelecimentos. No final da visita reuniu-se à porta-fechada, com a direcção municipal da UNITA, no Complexo Sovsmo, onde curiosamente opera a rádio Despertar.



Fontes seguras garantem que Samakuva visitara pela primeira e última vez aquelas instalações em 2007, na véspera das campanhas eleitorias e esta seria a segunda vez. Não se percebe – apesar de não ter sido fácil a visita – a alteração de última hora, uma vez que esta visita fazia parte do programa distribuido à imprensa três dias antes da sua chegada.



O CLUB-K soube de uma fonte local que, na véspera, a direcção da Rádio Despertar e os respectivos funcionários aguardavam ansiosamente, horas a fio, naquelas instalações a chegada do ilustre visitante de quem esperavam esclarecer a situação actual deste órgão e também para participar em directo num programa radiofónico. “Realmente perdi a oportunidade de apertar a sua mão e colocar-lhe uma questão”, comentou ironicamente um funcionário daquela emissora, acrescentando que “era para saber porquê atrasa tanto os nossos salários?”.



O facto realmente levantou outras perguntas. Será que Samakuva sabia que aquela emissora estava a dever três meses de salários aos seus funcionários e alterou o plano de visitas para não responder a questão? Ou será que Samakuva agora morre de amores por outras emissoras como a Rádio Viana? Portanto, só cabe a ele responder.



Mas, em linguagem miúda, fica realmente feio quando um líder, na qualidade de Samakuva,  desrespeita um programa. O “mano mais-velho” devia justificar-se, pelo menos. Porque não custava nada, uma vez que estava reunido à 150 metros das estalações da rádio.



Outrossim, neste ciclo de visitas, que já levou, até ao momento, Samakuva aos municípios de Sambizanga, Cacuaco, Viana, Samba e Kilamba-Kiaxi, faz parte de um programa de visitas que está a efectuar as nove circunscrições político-administrativas da capital.