Luanda - O Conselho Nacional da Comunicação Social tem funções imprescindíveis de auto-regulação. Por isso, muitos conselheiros são profissionais da Informação. Mas a instituição tem desempenhado as suas funções de uma forma pouco construtiva. O que me leva a concluir que está distraída com os problemas de abuso de liberdade de imprensa, e até burlas e chantagens, sobre pessoas e instituições públicas ou privadas.


Fonte: Jornal de Angola

DG reconheçe que postura ética e deontológica

dos profissionais do JA causa embaraços

ImageHá abusos que são cometidos em vários órgãos de informação. E até hoje não vi nenhum membro do Conselho Nacional da Comunicação Social vir publicamente condenar esses gravíssimos atentados contra direitos que são protegidos pela Constituição e pela legislação ordinária. São autênticos ataques morais na praça pública de pessoas e instituições. Mas há um silêncio sobre esses actos gravíssimos. Até contra magistrados judiciais e do Ministério Público.



Confesso que depois de tanta sopa, nunca imaginei que alguém no Conselho Nacional da Comunicação Social me servisse um almoço opíparo composto de imoralidade, conduta persecutória, desonestidade e, para sobremesa, o abuso inqualificável de um conselheiro que é jornalista. Esse conselheiro pôs a circular na Internet mais uma “condenação” do Conselho Nacional da Comunicação Social ao Jornal de Angola, desta vez a propósito de uma queixa, ilegítima e sem qualquer fundamento legal, do presidente da associação Chá de Caxinde (pessoa por quem tenho muita consideração).



O problema é que esse conselheiro colocou na Internet uma “condenação” do Conselho Nacional da Comunicação Social antes mesmo de o Jornal de Angola ter sido notificado de tal decisão. E já estamos no dia 17 de Maio. O documento já é do conhecimento de todo o mundo, e tem a data de 30 de Abril, exactamente o mesmo dia da “condenação” a propósito da queixa da UNITA contra este jornal, mas o texto ainda não foi enviado formalmente à Direcção do jornal.


No caso da UNITA, os conselheiros “condenaram” o Jornal de Angola porque não respondeu, nem tinha que responder, a uma nota de protesto do partido. No que diz respeito à queixa da Chá de Caxinde – associação que nos merece o maior respeito – respondemos, com larga abundância de argumentos, publicámos a “rectificação” e o “direito de resposta”, fizemos tudo o foi pedido pela associação Chá de Caxinde, e mais o que mandam as regras do jornalismo. Mas a decisão foi a mesma, e na mesma data. A nossa resposta foi desqualificada e ignorada. E não foi ouvido, uma vez mais, o autor da notícia (assinada) publicada no jornal, sobre a qual se pede uma rectificação.



Tanto num caso como no outro, são jornalistas do jornal que recolhem a informação e assinam os textos, e seria um intolerável acto de censura, aí sim, se o jornal não os tivesse publicado.


Por aqui se vê o “rigor” do Conselho Nacional da Comunicação Social. Quando se age dessa forma leviana e puramente condenatória, a condenação vale tanto como valem todas as omissões quando na praça pública são atacados moralmente em alguns jornais órgãos de soberania, ministros, deputados, gestores, empresários, atletas, artistas, quando a resposta a tudo isso é o silêncio.


Ao surgir a “condenação” na Internet, colocada por um conselheiro, sem antes dela termos sido informados, fica mais do que evidente a posição apriorística que o Conselho Nacional da Comunicação Social tem contra o Jornal de Angola e a sua linha editorial.


Reconheço que a postura ética e deontológica dos profissionais do Jornal de Angola cause embaraços. Também compreendo que qualquer partido político – todos eles merecem o nosso respeito – tente por todos os meios instrumentalizar e influenciar um jornal nacional como é o Jornal de Angola. Só não compreendo que interesse tem o Conselho Nacional da Comunicação Social, neste preciso momento, em mostrar serviço com tanta pressa.

 

DG reconheçe que postura ética e deontológica

dos profissionais do JA causa embaraços