Malanje – O Vice-Presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos, reiterou, ontem, o compromisso do Governo criar na cidade de Malange e no resto do país infra-estruturas integradas que permitam dar aos angolanos uma vida cada vez melhor.


Fonte: JA


Fernando da Piedade fez a afirmação na cerimónia de colocação da primeira pedra do projecto de infra-estruturas integradas da cidade de Malange, cujas obras, avaliadas em 84,95 milhões de dólares, foram ontem consignadas à multinacional chinesa Sinohydro Corporation.


Durante o acto, o Vice-Presidente da República, que se fazia acompanhar do ministro do Urbanismo e Construção, José da Silva Ferreira, manifestou-se convencido que dentro de 18 meses, prazo acordado para a conclusão da primeira fase das obras, Malange pode contar com infra-estruturas que vão mudar, para melhor, a imagem da cidade e dar dignidade às suas populações.


“Este programa vai tratar de materializar as preocupações que o Governo Central, principalmente o Chefe do Executivo, Sua Excelência Presidente José Eduardo dos Santos, tem da necessidade de se criarem condições melhores de vida e de acomodação para as populações do nosso país”, realçou.


O Vice-Presidente da República referiu também a necessidade de, a par das obras que se vão erguendo um pouco por todo o país, se dar aos angolanos uma maior, e cada vez melhor, formação, porque, sublinhou, “Angola está condenada a ser um país de referência na região e em África”.


Boaventura Cardoso, o governador da província, afirmou que a cidade de Malange, à semelhança de outras capitais de província, possui um conjunto de infra-estruturas, construídas há mais de 40 anos, completamente degradadas, tendo, por isso, realçado a grande importância que o projecto de infra-estruturas integradas representa para o desenvolvimento socioeconómico de Malange.


“Peço à Vossa Excelência, Senhor Vice-Presidente, que transmita a Sua Excelência o Senhor Presidente da República, engenheiro José Eduardo dos Santos, que o povo de Malange lhe agradece, profundamente reconhecido, pelo facto da província de Malange ter sido seleccionada para acolher este projecto de capital importância”, declarou, a concluir.


O director-geral da Sinohydro, Li Hai, referiu que a sua empresa vai trabalhar para no prazo estipulado, 18 meses, se proceder à entrega das obras ao Governo. Em breves declarações, ao Jornal de Angola, o bispo José Quipungo, da Igreja Metodista Unida, manifestou-se satisfeito com o facto da cerimónia de lançamento das obras de requalificação da cidade de Malange ter sido orientada pelo Vice-Presidente da República, naquela que foi a sua primeira deslocação oficial ao interior do país.



Trabalho a executar




Numa primeira fase, o projecto de infra-estruturas integradas da província de Malange, que criou 600 postos de trabalho, 450 dos quais ocupados por nacionais, compreende a construção de estruturas de abastecimento de água, sistemas de drenagem das águas pluviais e residuais, estações de tratamento de águas, trabalhos em estradas e no sistema eléctrico.


O sistema de abastecimento de água proposto, refere a nota do Ministério do Urbanismo e Construção, vai ser desenvolvido a partir do rio Cuije e compreende captação de água, transmissão para bombagem, estação de tratamento, condutas de transporte, centro de distribuição em altura para funcionar em gravidade, condutas e redes de distribuição para a cidade.


Para a empreitada de drenagem das águas residuais vão ser instaladas redes de recolha ao longo das estradas nas zonas estruturadas existentes e nas de expansão. Para a drenagem das águas pluviais está proposta a construção de canais que transportam os caudais a partir das ruas requalificadas no centro da cidade para o rio Malange. A estação de tratamento de água vai utilizar processos de tratamento convencionais, que incluem sedimentação primária, coagulação/flucolação seguida de decantação e desinfecção, de modo a conseguir a qualidade pretendida para a água tratada.


As águas residuais recolhidas vão ser tratadas, numa área afastada das zonas urbanas, para produzir o efluente com qualidade adequada para ser descarregado no rio sem contaminação.


Quanto ao trabalho a executar em estradas, as obras compreendem escavação, terraplanagem, pavimentação e sinalização das vias, numa extensão de 23 quilómetros. As instalações de electricidade propostas pretendem responder às cargas tanto do aumento projectado nas zonas existentes como das novas urbanizações. Nas novas instalações propõe-se o aumento e melhoramento do sistema de produção e de transmissão, novos sistemas de distribuição e iluminação pública.


Pólo agro-industrial   cria 62 mil postos de trabalho



O Pólo Agro-Industrial de Capanda, cuja gestão foi ontem consignada à multinacional Odebrecht, em acto testemunhado pelo Vice-Presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos, vai criar, na fase de estabilização, 62 mil postos de trabalho.


Carlos Fernandes, presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Desenvolvimento do Pólo Agro-Industrial de Capanda (SODEPAC), entidade gestora do Pólo, estima que as infra-estruturas do projecto sejam desenvolvidas em quatro anos, numa área de 411 mil hectares, 270 mil dos quais se destinam à produção em regime sequeiro, 18 mil para o perímetro irrigado, 70 mil para reservas ambientais e dez mil para reassentamentos. 


Localizado na província de Malange, na margem direita da Bacia do Médio Kwanza, o Pólo Agro-industrial de Capanda (PAC) tem como meta principal o desenvolvimento rural integrado de acordo com o conceito de produção sustentada.


O sistema produtivo do Pólo compreende, nas áreas de sequeiro, a produção de soja, milho, cana-de-açúcar, mandioca, arroz, ginguba e eucalipto, numa área total de 60.880 hectares. Nas zonas de regadio vão ser desenvolvidas culturas de abacaxi, goiaba, manga, maracujá, abóbora, batata, cebola, pimento e repolho, numa área total de 13.500 hectares.


A produção anual esperada nas áreas de sequeiro é de 1.729.654 toneladas e nas de regadio, de 345.660 toneladas. Além da cidade de Malange, o Vice-Presidente da República visitou, ontem, a Fazenda Pungo a Ndongo, em Capanda, tendo recebido explicações do seu funcionamento e dos projectos que estão a ser desenvolvidos.


Nesta deslocação a Malange, o Vice-Presidente da República fez-se acompanhar dos ministros do Urbanismo e Construção, José Ferreira, da Agricultura, Afonso Pedro Canga, e do secretário de Estado da Agricultura, José Amaro Tati.