Luanda - A ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, exonerou, nesta quarta-feira, 25, a directora clínica da Maternidade Lucrécia Paim. Motivo: rejeição de uma paciente, no pretérito dia 18 de Outubro, pela equipa de serviço naquela unidade hospitalar na capital angolana.

Fonte: Club-k.net

Dirigentes angolanos tratam da sua Saúde no estrangeiro por desacreditarem,

fatalmente, no Sistema Nacional vigente

Há quem esteja a embandeirar em arco e a fazer gala disso. Não faço parte dessa turma. Já aconteceram casos mais graves em diversos hospitais do País que levaram a óbito inúmeros cidadãos por incúria médica (e não só) sem nunca a ministra ter tomado uma posição pública.

 

Por isso, sou daqueles que, sem eufemismos nem tergiversações, advoga o seguinte: a auxiliar do Titular do Poder Executivo (TPE) para área da Saúde deveria ser posta no olho da rua. Ponto!

 

Silvia Lutucuta é das colaboradoras mais contestadas do Executivo de João Lourenço. Mas também é a mais protegida, quiçá por ser sobrinha de Jorge Valentim e este ter afinidades com o TPE.

 

Os profissionais da Saúde e organizações sócio-profissionais queixam-se, amiúde, da gestão do sector por Silvia Lutucuta. Só quem anda em Angola a “ver a banda a passar” é que não tem ciência do tratamento péssimo, indigno, incompetente, pouco ético e desumanizado que se registam nos hospitais angolanos. É por estas e outras que os dirigentes do País deslocam-se ao estrangeiro até para tratar de uma unha encravada.

 

Muito recentemente a própria ministra da Saúde esteve no estrangeiro para cuidar de uma maleita que havia contraído. Os dirigentes angolanos tratam da sua Saúde no estrangeiro por desacreditarem, fatalmente, no Sistema Nacional vigente. Tal como a Educação, a Saúde é o “elo mais fraco” do Executivo e por isso mesmo o mais desatendido.

 

O TPE não pode continuar a levar a ministra da Saúde ao colo. Não pode continuar a virar a cara, a assobiar para lado e a chutar o balde para um canto, ante às denúncias que dão conta da baderna em que se transformaram os hospitais angolanos.

 

Enquanto o TPE continuar a ter uma atitude paternalista em relação à ministra da Saúde (que não consegue por ordem no nosso desordenado e precário Sistema de Saúde), os angolanos vão continuar a morrer nos hospitais do País, aos magotes, por denegação do Direito à assistência médica e medicamentosa, imprudência, negligência e imperícia.