Luanda - O economista chefe do departamento de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) disse, esta Quinta-feira, à Lusa que a saída de Angola da OPEP não implica "custos relevantes" e liberta o país para aumentar a produção de petróleo.

Fonte: Lusa

"Não há custos relevantes em sair porque o poder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ser completamente determinante no preço já não é o mesmo que era dantes, portanto a saída tem apenas o prejuízo de não participar na decisão, mas é só isso", disse José Miguel Cerdeira, em declarações à Lusa na sequência do anúncio de saída, feito esta Quinta-feira pelo Governo.

Para o economista, a decisão de Angola, tomada na sequência das críticas públicas de Angola à limitação do aumento da produção para 1,11 milhões de barris por dia durante 2024, acaba por ser positiva para o país africano lusófono.

"É um custo muito pequeno para a vantagem que dá ao Estado e aos operadores, que ficam com a certeza e a tranquilidade de não ter problemas se Angola ultrapassar a quota em vários meses durante o próximo ano", explicou José Miguel Cerdeira.

"A previsão do Orçamento Geral do Estado aponta para uma produção diária de 1,06 milhões de barris, mas a nossa perspectiva é que essa previsão é demasiado pessimista, esperamos que em 2024 haja meses em que a produção estará muito perto ou até acima da quota de 1,11 milhões de barris diários definida pela OPEP.