Luanda - O alegado mau ambiente que se instalou nas altas patentes  do exercito angolano esta a ganhar visibilidade acompanhada de analises que  apresentam  o próprio chefe de  Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA),  general Francisco Furtado como  fonte da falta de coesão entre os mesmos.

 

Fonte: Club-k.net

Furtado alvo de criticas internas

Factos verificados e que denotam ambiente impróprio: 

- O general Furtado incompatibilizou-se com o seu  adjunto,  Geraldo Sachipengo “Nunda”.   Informação, por confirmar, alega que na seqüência  do ambiente/clima menos bom, o comandante-em-chefe, JES terá chamado atenção de Francisco Furtado.
 

-  Francisco Furtado esta em rotura  com o Chefe do Serviço de Inteligência  Militar (SIM) general António José Maria. Este, tido como muito rígido no trabalho e que avalia pela negativa a  sua gestão. (No mês passado a segurança militar preparou um “assessement” registrando casos de conflitos  no generalato).


- O general Furtado desentendeu-se  com o Vice- Ministro da Defesa, general Agostinho Fernandes Nelumba “Sanjar”. O mau estar,  entre ambos  surgiu quando Francisco Furtado ascendeu para CEMGFA, passando a ter atitudes de desfeitas,  para com o seu antecessor.

 

-  O CEMGFA é criticado por uma corrente de militares  do Estado Maior integrada por majores e Coronéis. Estes queixam-se de atitudes menos sensíveis por parte do mesmo. Por sua vez, os  oficiais generais levantam  “velhos fantasmas” segundo a qual  o mesmo nunca esteve habilitado  para  o posto de liderança do exercito. Julgam-lhe por não ter passado por uma academia de quadros em vias de ascender a oficial general. (Furtado passou  por uma escola de cadetes em Cuba no inicio da carreira militar).


De acordo com informações em meios militares, o general  Francisco Pereira Furtado foi escolha ou “imposição” do general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”. Furtado era comandante da frente sul, no Lubango. (Retribuiu o gesto de “Kopelipa”  ao mover a queixa de crime de  insubordinação militar que determinou o julgamento de Fernando Miala). A patente a quem os oficias generais preferiam  para o posto de CEMGFA é o general  Mateus Ângelo “Vietname”, que melhor estava posicionado na linha de sucessão. JES afastou-lhe nomeando-o  Vice-Ministro da  Assistência e Reinserção Social. 

 

De uma maneira geral o exercito angolano é assolado por ambiente de clivagens, espelhadas nas seguintes constatações ou apurações:


- Há no seio dos oficias militares sentimento de injustiça,  face a forma que foi recentemente afasto o  comandante da zona militar norte em Cabinda, general Jack Raúl. O mesmo esteve próximo de ser exposto a despromoção ou   despatenteamento seguido da passagem a  reforma compulsiva. (Esta desempregado actualmente). Jack Raúl foi afastado, no seguimento do ataque da FLEC contra a selecção do Togo e caluniado de ser cúmplice da causa separatista. Um empresário identificado por Polaco levou intrigas ao governador Mawete  João Baptista citando o general como a pessoa que lhe tinha alertado que o regime iria começar a prender os activistas dos direitos humanos no enclave e que o mesmo deveria se ausentar.


-  Relatos segundo a qual, o afastamento do ex – Chefe de Estado da Marinha, Almirante  António Feliciano dos Santos “Paxi” (nomeado adido de defesa em Washington), constitui um desprestigio tendo em conta que estava estatutariamente na linha de sucessão para o cargo de CEMGFA. Com ele foi também afastado o então Chefe Adjunto da Direcção de Armamento e Tropas Blindadas do Estado-Maior do Exército,  Brigadeiro Augusto  do Nascimento (nomeado  Adido de Defesa de Angola na Rússia)

 

- Acentuação da  demonstração de ausência de confiança face aos generais provenientes do extinto exercito da UNITA. Há registro de afastamento  dos mesmos em violação aos acordos de paz entre o Governo e o “Galo Negro”. Antes  das eleições de 2008, o regime afastou  o  comandante da VII Região centro, em Benguela, general Lucas Paulo "Kananay" e de seguida enviado para Rússia estudar. Em meios militares, próximos  a UNITA, argumentou-se que um “general como Kananay que passou por acadêmicas marroquinas, não precisa de ir a Rússia estudar”. A hostilização aos oficias provenientes da UNITA foi  acompanhada com acusações segundo a qual os mesmo teriam na altura das eleições, emprestado, meios como viaturas   para campanha eleitoral da UNITA, no interior do país.


- Crescente criticas  sobre o pacote de lei constitucional. Há reclamações segundo a qual o regime importou de Portugal um projeto lei militar para Angola ao qual os mesmo invocam que esta a “ferir sensibilidades militares”.


- Tendência em compararem-se com os militares afectos a casa militar da Presidência da Republica. Observam que as promoções, a nível das funções, naquela extrutura,  são  automaticamente acompanhadas com a promoção da patente. Alegam também que os salários dos elementos da Casa Militar é superior aos seus. Por exemplo, um soldado da UGP ou da USP com a patente de sargento pode ter como salário cerca  de 125 mil kwanzas ao passo que um com a mesma patente estando nas FAA ganha apenas cerca de kz 50 mil.


De acordo com a apreciação feita em círculos da  inteligência militar, o mau estar entre generais do regime não ameaça a estabilidade do exercito angolano nem os precipita a rebelarem-se contras as mesmas (como gesto de discórdia). Em  comparação ao que acontece na Guiné invoca-se que os  angolanos nunca se insurgiriam a estes actos indisciplinar tendo em conta ao  poder financeiro a que são favorecidos. (Nos outros país, os generais são pobres e não habilitados).