Brasil - O Jornalista e escritor Domingos da Cruz, co-apresentou uma conferencia sobre racismo, Direitos humanos e acções afirmativa, ou cotas raciais na Sociedade Brasileira. Para além de Domingos da Cruz, co-apresentou, o professor e investigador sobre Direitos Humanos e racismo  da Universidade Federal da Paraíba- UFPB, Fernando Eduardo.


Fonte: Club-k.net

Não acredita nas relações pacificas entre brancos e negros

O professor do departamento de Ciências Jurídicas-CCJ, discorreu sobre o racismo na história e aspectos concretos na realidade brasileira, tendo afirmado que o Brasil é um país racista, mas hipócrita em relação a questão e que por isso tem que se discutir o problema e procurar integrar os negros, que fazem parte da classe miserável do Brasil, enquanto que os brancos dominam a sociedade.


Ao Domingos da Cruz, coube-lhe fazer uma leitura do quadro teórico-filosófico moderno que contribuiu para o fortalecimento do racismo no mundo. Tendo afirmado também que a evangelização e contemporaneamente a mídia ocidental fortalece esta construção simbólica da raça superior e inferior. Um paradigma mediático que se repete no Brasil.


“As raças são construções sociais e culturais. Não existe raças, existe sim uma raça. A raça humana. A genética e a antropologia pós-metafisica mostraram isto”, afirmou Domingos da Cruz


O escritor apresentou a educação como proposta para a redução de actos racistas. Para ele, é necessário estruturar um currículo onde se aborde o interculturalismo, a alteridade como riqueza, a ligação histórica entre Brasil-África e a teoria evolutiva da raça de Nina Janblonsky.


O jornalista e escritor defendeu ainda que existe uma dívida ética, histórica e jurídica para com os negros por isso, deve-se promover as cotas raciais para a reparação de um trauma historicista.


Em conclusão, afirmou que “não acredita na relação pacifica entre negros e brancos em todo mundo, mas sim, em relações amistosas no plano intersubjetivo, porque foram muitos séculos de humilhação e é um rancor que não será ultrapassado. Um rancor que é fortalecido pelos actos racistas da população branca hoje”.


Assistiram a conferencia, investigadores dos núcleos de investigação em educação, psicologia e Direito. Os alunos também se fizeram presentes e convidados externos.