Luanda - Angola passou, nos últimos oito anos, de uma capacidade instalada de produção de energia elétrica de 2.400 megawatts em 2015 para 6.200 megawatts em 2023, um aumento de 258%, anunciou hoje fonte oficial.

Fonte: VOA

De acordo com o secretário de Estado da Energia de Angola, Arlindo Bota, neste período (2015-2023), a produção de energia por fonte hídrica passou dos 39% para cerca de 60% e a geração por fontes térmicas decresceu de 61% para 36%.

 

Com a queda da produção de energia por fonte térmica, Angola também reduziu o consumo anual do gasóleo nas centrais termoelétricas, passando dos 1,36 mil milhões de litros, em 2015, para cerca de 560 milhões de litros consumidos em 2023, um decréscimo de quase 60% em oito anos.

 

O governante, que falava na abertura do 14.º Fórum Água, Energia e Ambiente, deu a conhecer também que Angola dispõe atualmente de uma taxa de eletrificação de 43% e que dez das 18 províncias angolanas estão ligadas à rede nacional de transporte de energia.

 

“Temos um 'superavit' [excedente] de produção de energia, sendo prioridade do setor proceder à interligação das demais províncias, concorrendo este objetivo para o aumento da taxa de eletrificação até 50% no ano de 2027”, disse.

 

Neste encontro, promovido pela Organização de Jovens Empresários da União Europeia (JEUNE), em parceria com a Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, Arlindo Bota sinalizou que o referido desenvolvimento na matriz elétrica do país resulta de importantes investimentos.

 

Destacou a conclusão do Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, que tem uma capacidade de produção de 2.070 megawatts, e a construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Caculo-Cabaça, que deve atingir a produção de 9.000 megawatts, como investimentos relevantes do setor.

 

Como expressão da preocupação com a preservação do ambiente, acrescentou, o executivo angolano, por via do Ministério da Energia e Águas, tem dado continuidade às ações de diversificação sustentável da sua matriz energética, tendo concluído, em 2022, as centrais fotovoltaicas do Biópio e da Baía Farta.

 

Em relação ao setor das águas, o responsável falou de projetos estruturantes “mitigadores” das consequências da seca cíclica, sobretudo na região sul do país.

 

Para além das ações de combate aos efeitos da seca, o executivo angolano “tem em carteira projetos que concorrem para a melhoria da fiabilidade do fornecimento de água potável, tendo atualmente todas as capitais de província e municípios cobertos com a rede pública”, concluiu.

 

A diretora executiva da ZEE Luanda-Bengo, Carla Silvestre, disse, na sua intervenção, que os desafios do setor da água, energia e ambiente são significativos e complexos, sobretudo pelo papel preponderante que este setor ocupa no desenvolvimento económico e social de Angola.

 

As necessidades da população “são prementes” e crescem com o número de habitantes e “certamente muita coisa ainda tem de ser feita”, observou, reconhecendo, no entanto, que Angola, como muitos países em todo o mundo, enfrenta desafios complexos no que diz respeito à água, energia e ambiente.