Luanda - Fez os seus estudos primários na vila de Catuombela, tendo prosseguido a sua escolarização na cidade de Benguela, onde fez os seus estudos secundários. Com tenra idade tomou conhecimento dos ventos de liberdade em África, com a independência do Ghana em 1957.

 

Fonte: UNITA


Este facto histórico despertou o seu engajamento em actividades clandestinas nas cidades de Benguela e Lobito. Neste pais, na altura farol do nacionalismo e do panafricanismo, ingressa numa organização inspirada e materialmente sustentada por Kwame Nkrumah. Esta organização visava a consciencialização e preparação dos jovens africanos, para a sua participação na luta de libertação do continente.

 

Durante a sua permanência nessa organização travou conhecimento com muitos jovens angolano e com jovens de vários países francófonos, anglófonos e lusófonos, em luta pela sua libertação de seus países. Com todos eles John Marques Kakumba construiu amizades fraternais para o resto da sua vida. Foi ainda durante a sua estadia no Ghana que participou na histórica conferência panafricana de Accra, em 1958. Embora muito jovem teve um papel importante na recepção e alojamento dos estudantes das colónias portuguesas que se deslocaram clandestinamente de Portugal, para participar dos trabalhos da conferência.

 

Nos primórdios dos anos 60 deixou o Ghana para os Estados Unidos da América, onde obteve formação em ciências políticas pela Licon University, na Pensilvânia. A sua profunda vontade de contribuir para a libertação de Angola, levou-o participar, por algum tempo, num dos movimentos de libertação de Angola.

 

Aderiu a UNITA nos finais dos anos 60.

 

A quando a independência da Guiné Equatorial em 1968, John Marques Kakumba movido pela sua formação panafricanista colaborou com as autoridades daquele país africano na afirmação das suas instituições.

 

Conheceu o Presidente Félix Houphouet Boigny em 1969, pela mão do Presidente do Gabão, Omar Bongo. John Marques Kakumba encontrou na Costa do Marfim um país que o acolheu como filho e um chefe de Estado que o adoptou como filho. Dado o conhecimento de que era detentor dos países africano, das suas elites e do mundo, John Marques Kakumba consagrou toda a sua militância nas fileiras da UNITA, no sector das Relações Internacionais.

 

Entre as várias missões que cumpriu com zelo destacamos as de:


Membro da delegação da UNITA, em Alvor, onde foi negociado e assinado um acordo que selou o fim do colonialismo português em Angola;


Secretário adjunto das Relações Exteriores;


Embaixador itinerante da UNITA junto de países da Africa do Oeste,


Secretário da UNITA para os países africanos com sede em Abidjan,


Enviado pessoal e especial do Dr. Savimbi junto dos chefes de Estado e Governo africanos, Integrou a delegação do Presidente Savimbi nas audiências na Casa Branca com os Presidentes Ronald Reagan em 1981 e 1986 e George B ush em 1988.

 

De 1975 a 2004, John Marques Kakumba foi tutor de sucessivas gerações de estudantes angolanos bolseiros da UNITA, nos países da África do Oeste.

 

Foi eleito deputado a Assembleia Nacional nas eleições de 1992, pelo círculo nacional, tendo tomado posse em Janeiro de 2004.

 

Na Assembleia Nacional deixou a sua marca na 3ª comissão encarregue das Relações Exteriores, cooperação Internacional e comunidades angolanas no estrangeiro.

 

Teve um papel importante nas negociações de Abidjan em 1993, entre o governo de Angola e a UNITA, na procura da solução à crise pós-eleitoral de 1992.

 

Foi membro efectivo da comissão política da UNITA desde 1975.

 

John Marques Kakumba lega aos militantes da UNITA e aos angolanos patriotas um exemplo de fidelidade e de orgulho por Angola.

 

John Marques Kakumba contraiu matrimónio religioso e civil com a senhora Simone Diallo, em 1997. Espiritualmente foi um católico devoto. No que a alma diz respeito, John Marques kakumba foi amigo dos seus amigos e teve-os por toda Africa e pelo mundo.

 

Foi um empreendedor dinâmico, um poliglota, fiel às suas convicções e compromissos, fino no trato e na postura, um pai muito atencioso, um marido afável, era orgulhoso das suas origens, diplomata hábil e conselheiro presente.

 

John Marques kakumba faleceu dia 3 de Julho de 2010, na sua residência na sequencia de uma paragem cardiovascular.


* Sketch da Trajectória de John Marques Kakumba, na voz de Marcial Dachala