Lisboa - Entrevista dom o  empresário angolano Virgílio Belo, responsável da  Belo Empreendimento ao canal norte americano Wolrd Investiment News em meados de 2009 que pela sua importância transcrevemos na integra.

 

Fonte: Winnie

Pergunta - Gostaríamos de iniciar a nossa entrevista, sabendo um pouco sobre a empresa, como é que tudo começou?

Resposta – Tudo começou em 1997, quando trabalhava com o meu primo que tinha na altura uma empresa de construção civil, área em que tenho formação, para além de gestão de empresas. Em 1999 a empresa em que trabalhava teve dificuldades financeiras e teve de encerrar, a partir desta data surgiu-me a ideia de constituir a minha própria empresa porque me sentia com potencial para o efeito e o mercado oferecia oportunidades. Foi assim que, em Maio de 2001, constitui aquela que é hoje a Belo Empreendimentos, lda.

 

No âmbito da sua criação e dentro da sua estratégia de negocios a Belo Empreendimentos, Lda, através dos seus sócios, definiu o seguinte:
Visão:

Ser uma empresa de vanguarda no ramo da construção civil em Angola e ser reconhecida pela qualidade dos seus produtos e serviços.
Missão:

Fornecer produtos e serviços aos nossos clientes para que sintam que, receberam mais do que pagaram e para que os nossos empregados e colaboradores sintam os reflexos do nosso crescimento na melhoraria das suas vidas e na de seus familiares e proporcionar retornos justo aos sócios/accionistas.

 


P - Como foi que a Belo empreendimento se tornou conhecida no mercado, e teve esse potencial que mostra hoje no mercado angolano?

R –  A nossa empresa tornou-se conhecida no mercado, por via da qualidade dos seus serviços, competência, humildade e sobre tudo sentido de responsabilidade, estando sempre disponíveis para a satisfação dos nossos clientes e também na busca de soluções mais eficazes. O potencial surgiu pela entrega nos seus afazeres dos nossos funcionarios e espírito de equipa, aproveitando ao máximo as oportunidades que o mercado oferece (ia), atraves da capacidade de síntese dos seus responsáveis e também pela sua atitude pró -activa. Assim é que,  hoje somos reconhecidos pela nossa dedicação, firmeza e competência no ramo da construção civil.

 

P- Angola está num crescimento acelerado economicamente e que com certeza a vossa empresa acompanha esse processo. Quais são os vossos planos para o futuro, tendo em conta esse acompanhamento?

R – Como se sabe, qualquer negócio tem um ciclo e os ciclos são baseados em processos de crescimento, maturidade e declineo. Portanto estamos conscientes de que este processo de crescimento da nossa economia não será eterno, haverão períodos conturbados . Para o efeito e acautelando a razão da nossa existência que é a manutenção da nossa empresa sempre presente no mercado, e fazendo já parte dos nossos planos futuros  iniciamos um plano de diversificaçao do nosso negócio para as áreas de hotelaria e turismo, participando no capital social de alguns hotéis (em construçao neste momento). Participando na construção de uma  fábrica de casas pré-fabricadas com capacidade para 1000 casas/ano e estamos neste momento a participar na construção como accionista de uma siderurgia com capacidade para 600 mil toneladas ano de aço.

 

P - Então esses seriam os projectos futuros ou já correntes?

R – Já correntes com caris futuro, porque embora estejam na sua fase embrionária tendem a ser consolidados nos próximos três anos, por serem empreendimentos de grande envergadura. De todas as formas temos outros projectos por desenvolver que, não sejam só os mencionados.

 

P - E hoje falando em projectos presentes. Quais os projectos em que a empresa está presente?

R – Neste momento a empresa está presente nos seguintes projectos:

1- Construção de um o bairro residencial para a polícia nacional, representado pelo Cofre de Previdência do Pessoal da Policia Nacional que, é constituído por 500 casas de vários padrões (médio e médio- alto) e dimensões e mais  de 12 edifícios que variam entre 4 (quatro) a 8 (oito) pavimentos.

2- Estamos ainda a construir um projecto habitacional para o Ministério do Interior, constituído por 250 residências de vários padrões e mais 10 (dez) edifícios entre escritórios e residências com 12 pavimentos cada.

3- Outro empreendimento em lançamento é o projecto Belo Residence, constituído por  casas de alto padrão, edifícios e clínicas de alto padrão.

A nossa empresa participa também num dos maiores projectos  que Angola tem de habitação social, que está a ser avançado conjuntamente com a FESA (como promotora social) e com BFA (como entidade financiadora) , que é a construção de mais de 3000 fogos de habitacionais na zona do Zango, município de Viana, província de Luanda. Portanto, esses são alguns dos que posso avançar.

 

P: para servir de referencia aos nossos leitores, pode nos dizer qual é o numero de funcionários possui e qual a sua facturação anual?

R: Hoje a empresa conta com uma mão-de-obra de 300 funcionários nacionais e mais 250 trabalhadores expatriados. Essa tem sido a nossa média dos últimos anos no mercado.

Quanto a facturação, no exercício económico 2008 nós tivermos uma facturação proximo dos 150 milhões de dólares e para este ano está prevista, se a crise deixar, ultrapassar a fasquia dos 250 milhões de dólares.

 

P – E quais são os vossos planos, as perspectivas que a empresa tem em relação a economia do país?

A nossa economia está em grande crescimento nos últimos anos. Não há dúvidas que é um ganho para todos nós, especialmente para o Governo que tem feito muito esforço para apoiar o empresariado nacional, através das suas politicas macro economicas.

Em termos de perspectivas, podemos afirmar que a nossa economia vai continuar a crescer, provavelmente não na velocidade que verificamos hoje, porque sabemos que hoje o mundo não está como há três ou quatro anos atrás do ponto de vista de facilidades financeiras, mas julgamos que continuaremos a ter um crescimento equilibrado e acima de tudo sustentável, dependendo sempre das estratégias de politica macro económicas do governo.

 


P- A maioria das empresas de Angola, esta a busca de novos parceiros, novos investidores. A Belo empreendimento tem alguma prespectiva de buscar parceiros ou investidores?

Com certeza que qualquer empresa que esteja no mercado quer obter know how de outros países mais experientes e com isto poder minimizar os seus custos, porque é aí onde estão os ganhos nos mercados competitivos.

Portanto, nós temos vindo a fazer contactos com muitas empresas, principalmente espanholas e portuguesas, no sentido de fazermos algumas parcerias. Mas até agora não demos nenhum passo concreto. De todas as formas estamos abertos à parceiros nacionais ou estrangeiros que queiram entrar na nossa empresa.

A partir deste ano a nossa empresa transformou-se numa SA (sociedade anónima), exactamente para permitir a entrada de capitais, outros investidores já sejam angolanos e estrangeiros.


P: Agora vamos deixar de lado as questões sobre a empresa e falar um pouco de si. Conta-nos, como chegou até aqui, qual foi o seu maior desafio e qual é o seu maior orgulho?

Eu cheguei até aqui dando muito de mim. Foi pelo trabalho,  e pela competência demonstrada no mercado. O maior desafio foi a de ser acreditado e aceite no mercado em que estamos inseridos (construção civil), como sabe Não é fácil chegar e se impor. Graças a Deus nós conseguimos, principalmente nalguns organismos do que neste momento possuem as  oportunidades para nós realizarmos o nosso trabalho.  E, também pelo facto de alguns privados terem confiado em nós. Esse foi e continua sendo  um grande desafio. O meu maior orgulho será um dia ser reconhecido por ter contribuído na melhoria da qualidade de  vida da nossa população, não só de Luanda mas de Angola de uma forma geral, e ver a empresa a crescer sempre a níveis sustentados rumo a internacionalização.

 

 P: Que mensagem deixaria para os potenciais clientes ou até parceiros que queiram investir em Angola.

R – Para os potenciais clientes, gostaria de lançar-lhes o desafio em trabalharem conosco para comprovarem o espelhado nesta entrevista e para os parceiros que queiram investir em Angola que o mercado está aberto preferencialmente para novas parcerias que sejam, sérias, credíveis e que queiram ajudar-nos a engrandecer a economia do nosso país. Trazendo benefícios sociais à nossa população, por via da construção de infra-estruturas sociais.