Luanda - Dr. Jorge Valentim, politico e escritor, vem dizendo por outras palavras, nos últimos tempos, após o lançamento do seu livro (Titulo?), que não é do MPLA, abrindo assim caminho para a presunção de que ainda é da UNITA, o que de certo é susceptível de criar interpretações adversas.


Fonte: Terra Angolana

 

Antes de mais, é preciso lembrar que o exercício da política enquanto arte de conquista e manutenção do poder, nos tempos que correm, exige o mínimo ético. Esta expressão que parece insignificante, encerra em si mesma conteúdo de extrema importância, sobretudo para quem como ele palmilhou os caminhos que levaram Angola nos meandros das nações livres e mais adiante, com companheiros como Jonas Malheiro Savimbi, Samuel Chiwale, Miguel Zau Puna e tantos outros na luta que culminou com a democratização do país, que se encontrava refém do regime autocrático e ditatorial.

 

O mínimo ético, exige antes de mais, coerência de princípios e justeza nos propósitos, o que parece, estar a faltar a fugir do mais velho, que já foi secretario para informação da UNITA e membro da cúpula daquele partido politico.

 

No ponto de vista da coerência de princípios, não foi politicamente correcta a forma como Jorge Valetim se distanciou do partido do Galo Negro. Não trata de uma mera mudança de opção política, mas da forma como o fez.

 

Para se poder ilustrar, tomemos o caso de um casal desavindo. Estes, segundo a lei, logo que sintam que a relação não tem mais condições de prosseguir, podem recorrer ao instituto do divorcio, e assim cada estar habilitado a contrair novo matrimónio. Até aí tudo bem. Mas as coisas podem tomar contornos diferentes, se um dos cônjuges, para a divulgar os problemas que os conduziu a separação na praça publica.

 

Nestas circunstâncias, não expõe a outra parte nem a si mesmo, com o risco de não ser levado mais a sério pelos outros nas suas abordagens. Esta ilustração demonstra bem a situação que se descreve.

 

Não é crível que um indivíduo se ligue a um partido politico durante mais de três décadas, e depois vem a público dizer que este partido não é sério, ou que os indivíduos com quem conviveu o tempo todo não têm ideias.

 

O sensato era, romperem com os partidos tradicionais em que se iniciaram, e, em razão da maturidade politica que adquirem, criarem seus partidos com linhas de orientações diferentes daquelas que lhes deu a gesta, e não dobrar os joelhos, de mão estendida diante do partido que, por décadas, se opôs ferrenhamente. Estamos em presença da falta de justeza de princípios.

 

Do mais velho Jorge Valentim, esperava-se muito mais que simplesmente ter o seu antigo partido como alvo nas suas críticas.

 

Apesar de ser esta a sua prática, ainda assim, pergunta-se: o ex-auto titulado barão da UNITA é ou não do MPLA?, a foto que se publica pode responder a esta pergunta.