Benguela - No tempo em que frequentei o ensino de base, meu pai disse-me: filho é preciso que estudes, é preciso que te formes, ou estudas ou te levo à oficina aprender a profissão; Veja, no tempo colonial tinhamos direito de estudar só até à 4ª classe, poucos iam mais além.

 

Fonte: Club-k.net

Se os portugueses outrora fumentavam o analfabetismo é porque queriam oprimir e explorar o homem autoctone. Pois, eles sabiam como nós hoje que o ‘’ o estudo liberta’’.


O artigo 79 da Lei Magna de Angola prevê o ‘ensino, a cultura e o desporto’, para dizer que o governo angolano não oprime seja quem for, de ler a quantidade de livros que queira, ou então de se especializar a qualquer área do saber; ‘só não pode quem não quer’.


O ’ melhor analfabeto é aquele que sabe ler e não o faz’ –assim, diz o adágio. É... como podemos aceitar que um cego guie outro cego?


Os livros servem para serem lidos e as bibliotécas para serem consultadas... não é? Senão estaremos em posição de aceitar o pensamento ‘’os negros não leem e serão sempre nossos escravos’’ será verdade?


Os universitários são em todos os países, a força dinâmica, agente de mudança ou mesmo a força da qual gira o desenvolvimento de qualquer sociedade. Mas hoje os universitários em Angola estão a dormir e alienados.


A corrupção e injustiças são leis de base para muitas instituições, quer publicas, privadas até religiosas; muitos num tóm de bons camaradas replicam... deixe lá as coisas andarem... já ninguém te ouve... isto é mesmo assim... o mais importante é terminares e seres reconvertido, alias lute pelo CENTO E...


É este moral que reina no seio dos universitários, é neste conformismo doentio que os estudantes universitários andam e muitos orientam seus cursos...


Os universitários não querem saber de mais nada, senão aprovarem e as sextas feiras chilarem como se fossem ‘quaisqueres’. Transformaram-se em epicuristas danados e esquecem-se que suas responsabilidades são acrescidas. Abandonam a ideia de que o universitário é inteligente, homem culto.


Quem não é corrupto e injusto mas se deixa injustiçar e corromper ... também é corrupto e injusto. Quem não lè documentos que o defendam ou melhor quem não sabe dos seus direitos e deveres é igualmente corrupto e injusto.


A luta contra estes fenómenos começam hoje em nossa casa, trabalho e relacionamento. Pinto de Andrade, comentarista político, numa das conferências em Benguela disse que ’’ a Democracia só é madura quando o povo a amadurece. Os políticos têm os seus interesses, e nem todo o sistema multipartidário é sinónimo de democracia’’. Este povo que amadurece os paises demcraticos de direito precisam de lideres. Pois, o povo é povo e age como povo.


O povo precisa de alguém que escreva e anote os mais profundos desejos, se for na sua lingua autoctone melhor. Então são os universitários que deviam tomar a peito esta liderança e esclarecer o povo.


ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS, O ‘’ POVO ESTÁ A ESPERA’’.


É preciso que os estudantes universitários saibam que a universidade não é para todos, alias, não é obrigatório fazermos o ensino superior... quem teve a oportunidade de engressar a universidade’ hoje em dia’ deve lutar e se afirmar como tal. Só o estudante universitário pode ser advogado dos que não podem. Tem de mostrar maturidade. Saber o quer. E mais do que tudo, ser agente de mudança da sociedade. Ser voz dos sem voz, ser mão dos sem mãos, perna dos sem pernas e muito mais ser cérebro dos dorminhocos.


Os que ‘possivelmente’ estão acordados que despertem os que dormem (Aristóteles-filosofo grego). ‘’Não se entende alguém que se declara acadêmico, universitário- cidadão maduro, desconheça o sistema legal da sua república (a constituição e outros documentos), como agem? ... dirigiu-se o professor Joaquim Freitas (docente Universitário) aos estudantes universitários, na aula de didactica de história.


Como é que alguém diz ser estudante Universitário sem saber os objectivos da sua formação? Então... ser estudante universitário é muita coisa... voçes é que não sabem, brincou comigo um dos meus amigos (Maximino Mikana). É preciso que todos estejam conscientes dos seus direitos e deveres e mais do que direito, os universitários têm de saber as suas obrigações para com a comunidade.


Não podemos nos livrar da corrupção e de injustiças sem sacrificio. O primeiro sacrificio é o estudo, pois este liberta o homem. Temos de estudar e lutar. É pena que muitos universitários estão uns para adquirirem outras posições na direcção ou manter o lugar e outros tantos lutam pelo famoso ‘cento e...’. não façamos isto ...


Caros universitários, a universidade não é para todos... os que estão a frenquentar este ensino devem dar um passo para lá do necessário.


Se o estudante universitário não sabe o que quer dizer ser Universitário, não lê, nem se firma como tal, como poderá contribuir para o desenvolvimento do país?


Angola pode mudar para melhor, então é preciso bater a porta da verdade e denunciar as injustiças... é preciso não permitir que sejamos injustiçados... é preciso não permitir a entrega de gasosas... afinal de contas é preciso ser legal... quem não é legal é corrupto e injusto, corrompe e deixa-se corromper... é conivente e não está em posição de fazer desenvolver o povo e o seu país.


A revolta dos universitários franceses a conhecida’’ Maio de 68’’ trouxe mudanças significativas... isto porque eles mostraram resistencia, vivacidade, bravura e tenacidade, pois só os estudantes universitários podem ser o baluarte e a salvação de toda nação, visto estarem inseridos no povo e partilharem das mesmas amarguras.


As autoridades estão a espera do contributo dos universitários. A sociedade espera dos universitários opiniões construtivas.’’ os mais velhos cometeram e continuam a cometer muitos erros, mas a geração actual ’os universitários’ nada fazem para mudar esta situação.(Marcolino Moco). Então não podemos excluir as autoridades no pacote dos seres humanos. Os chefes não são diferentes de nós; além de apontar, é preciso mostrar trabalho, e não ser conivente. Quem não lê é explorado e oprimido. É injusto e corrupto...


Os universitários têm de ter argumentos vivos, válidos e guiarem o povo para a mudança do país. é preciso começar.


Caros universitários as nossas preocupações e intervenções estão a ser ouvidas, mesmo que muitas vezes ignoradas. Então aprendamos com Agostinho de Hipona (Santo Católico): àgua mole em Pedra dura bate bate até que fura. É preciso insistir. Pois nas palavras das escrituras quem bate ser-lhe-á aberta a porta. A democracia e a paz social começa nas pequenas coisas...


Que haja seriedade, porque, se o país caminha ainda a passos de camaleão é porque os universitários não sabem ainda do seu papel para com a sociedade ‘’um cego não pode guiar outro cego.’’