Luanda - No início desta semana, o partido de regime, pressionado pelas consequências da sua má governação, iniciou a adopção de uma perigosa estratégia, procurando manter o poder á qualquer preço:

- Limitando as liberdades políticas e cívicas, dos cidadãos e dos partidos políticos;

- Retomando a política do medo e da chantagem.


Fonte: Terra Angolana

Numa eleição  livre e democrática, estes senhores  passariam á oposição

Em forma de uma conferência de imprensa, o partido do regime, através do seu Secretário para a Informação, dirigiu no início desta semana, uma quantidade de impropérios contra a UNITA, contra os seus dirigentes, a quem acusou de "estarem a incentivar à desobediência civil, usando como veículo a Rádio Despertar". Chegou mesmo ao ponto de afirmar que "a UNITA e os seus membros nada fizeram por Angola", como se a luta pela independência nacional, a luta contra o partido único, a luta pela democracia, a conquista do significado de liberdade e a adopção da economia de mercado, tivessem alguma vez sido defendidos em exclusivo pelo seu partido!


Provando que o governo depende inteiramente dos interesses do partido de regime, no dia a seguir, o Ministério da Comunicação exarou um comunicado, encomendado pelo Bureau Político, formalizando ameaças antigas de fecho da Rádio Despertar, que todos sabemos ser o objectivo mais sonhado dos que sempre defenderam o regime de partido único, daí o seu mau relacionamento com os órgãos de comunicação social que praticam o pluralismo.

 

Tudo isto ocorre, estranhamente, numa semana em que foi assassinado um jornalista pertencente aos quadros da Rádio Despertar. Na madrugada de sábado para domingo, foi morto a tiro, em sua casa, em Viana - Luanda, o jornalista Alberto Graves Chacussanga, responsável pelo programa de Língua Umbundu e também professor na Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto.


Aos 32 anos de idade e um dia após ter sido pai, foi ceifada a vida de um jovem quadro intelectual, com grandes perspectivas de futuro, tendo o seu criminoso levado apenas uma botija de gás, como que indicando que o móbil do crime fosse o roubo.


A polícia e muito em especial a DNIC, responsável pela condução da investigação, tudo devem fazer no sentido deste crime não ficar impune, a exemplo de tantos outros, envolvendo jornalistas ou políticos da oposição. Recordamos aqui que até hoje os autores dos assassinatos de Ricardo de Melo, do Deputado Manolo, de Mfulupinga Nlando Victor, do Deputado João Ngalangombe, continuam impunes!

 

Em conferência com jornalistas nacionais e estrangeiros, tida lugar quinta-feira, dia 09 de Setembro, o Presidente da UNITA, Isaías Samakuva, considerou as acusações do Mpla como absolutamente infundadas e perguntou se algum jornalista alguma vez tinha ouvido ele próprio ou algum outro dirigente da UNITA fazer apelos à desordem? (Nenhum jornalista tinha jamais escutado tais apelos). Afirmou ainda o Presidente da UNITA, que o Mpla estava a viver uma crise, criada pelas suas políticas erradas de governação. Afirmou ainda que a prosseguirem com a restrição das liberdades cívicas e políticas, com a tentativa de fecho de órgãos de comunicação plurais, com a política do medo e da intolerância, dificilmente existirão condições para a realização de eleições no país.


O Governo angolano, apoiado no partido do regime, optou por silenciar o Mecanismo Bila-teral, apesar de incumpridas inúmeras tarefas relativas à Reconciliação Nacional. Aquele organismo tinha pelo menos a condição de funcionar como espaço de diálogo e de debate das questões relacionadas com a Paz, com a Reconciliação Nacional, com a estabilidade política, que a todos deveria interessar e aprofundar.


Pelos vistos, o Governo e o Mpla não têm qualquer interesse em concluir os seus compromissos até hoje incumpridos, de que destacamos a adequada reinserção social dos desmobilizados, sejam eles das ex-Fala, como os das Ex-Fapla ou outros.

 

Angola não tem alternativa ao respeito pelas liberdades individuais e colectivas e ao aprofundamento da democracia, como única via para o desenvolvimento humano e digno dos seus filhos.

 

O partido do regime sabe que não há democracia sem alternância. Mas tem medo da democracia! Olha para o que está a acontecer em Moçambique e tem medo! Olha para a abertura da África do Sul e tem medo! Aprova as leis contra a corrupção, mas não as aplica.


Não tem coragem! Trata mal o povo, derruba as suas habitações, ocupa as suas terras ...e vem tentar fazer crer que a culpa é dos OUTROS! As estradas inauguradas na altura das eleições de 2008, já muitas estão esburacadas. Um exemplo é o troço Dondo - Kibala - Waku Kungo, cujos buracos, enormes, têm provocado mesmo inúmeros acidentes, com perdas de vidas. Está a vista de quem tem olhos!


Numa eleição realmente livre e democrática, estes senhores certamente passariam á oposição para aprenderem a respeitar o povo soberano deste nosso país.