Huambo -  Quando” abri as vistas” voluntariamente descobri, muitas situações que eu pensava que eram “verdades absolutas”. Que pessoas comiam pessoas em Angola, outros não “eram pessoas” e que tinham a vocação de eliminar todos. E que eram apoiados unicamente para nos roubaram a “Angola”.


Fonte: Club-k.net


Que era necessário combater o inimigo. “Ao inimigo nem um pedaço da nossa terra”.Essas ideologias eram patentes nos comícios, nas reuniões, nas “passeatas”… até nos manuais escolares a “doutrina” e a “ciência” não fugiam a regra concordando com frase “ a educação navega no mar partidário”.

 

 É uma época que jamais tirarei dos meus neurónios. Tinha tudo na mão desde os livros, a saúde e o pão. Ninguém questionava e quem ousava fazer os “bófias” e os traidores marcavam presença. Mesmo quando nos pisavam, fazíamos coragem e éramos expressamente proibidos gritar. Aprendi com os meus amigos de infância nas barrocas do Miramar em Luanda (sinto saudades de vocês)“ quem evita é burro mas é melhor evitar”.

 

Um meu amigo disse” que pensava que os da Unita não eram pessoas apenas ficou a saber em 1992 quando lhe foi apresentado um primo.”Assim passavam os ensinamentos.

 

Não sou defensor da desobediência civil nem promotor da tal barbaridade e nem tão pouco amigo pessoal dos discursos inflamatórios e sem rigor político. Como um “puto atrevido” (disse-me um dia um internauta). Tenho exercitado a democracia nos meus escritos e nas minhas reflexões. Quer em entrevista quer em debates que amavelmente me apresento. Se falar e escrever for sinónimo de estarmos a ser coagidos por “deus” ou por dinheiro ilícito.

 


Cria-se no país um mau clima. Situação que eu pessoalmente não concordo. Digam os nomes e acabam com isso. Esqueceram que a Lei Magna Angolana garante o pluralismo de expressão, democracia representativa e participativa. Respeitando todos os preceitos legais. Então está claro e não é coisa do outro mundo! Quando se denunciam (com fundamento) ou se exprimem opiniões meramente pessoais. Ou afinal, é proibido?

 

Lamentavelmente ainda muitos não entenderam, revelam-se fracos de capacidades e nem conseguem persuadir. Tecendo argumentos que o auditório, leitores, telespectadores de per si sejam seus adeptos. Usam repetidas vezes ataques pessoais ou se fazem passar de vitimas quando tomam da palavra. Na verdade deviam aproveitar um momento nobre com explicações que até o mais cépticos do planeta se entregariam as suas dicas. Sempre duvidei que “fosse orientação e a visão de Sua Excelência” pois parece que esse “sindroma é inato. Quando temos uma doença crónica usamos tudo que nos orientam, na esperança de vê-la curada. 

 

 

” Até o Ministério da Comunicação Social cai” sem dó”, entrou no palco “deixa o Mpla me levar”.Uma atitude legitima e sem” memória “. Devia também agir a assim em outras situações. Como anda o contraditório e o pluralismo na nossa santa imprensa pública? Autênticos bajuladores e propagandistas do Mpla? O que andam a inventar? Embora também reconheço que na imprensa privada existam “ateus”. Gostaria lembrar que nós angolanos continuam “especiais”.

 

O tempo de não perguntar e temer o horror já passou hoje nós não somos simples receptores da intoxicação de informações, questionamos o nível dos políticos (todos sem excepção) que temos, e as suas intervenções são objectos de” estudo profundo.”Cuidado!

 

 Desde que tomei conta de vários acontecimentos inesquecíveis, desconfio o nível de muitos dos nossos políticos (até os supostamente experimentados), não debatem de forma científica e com talento, rigor e dedicação os assuntos cadentes do nosso quotidiano. Porque que não façam um frente a frente na TPA e RNA em directo? Sugiro dois temas dos últimos dias o “incitamento civil” e a liberdade de imprensa.

 

É preciso aprendermos (todos) a usar convenientemente as palavras e seria um bom exercício democrático (não confundam democracia com libertinagem). Acabem a moda de conferência de imprensa.
 
É urgente que terminem o “estado de sítio”…