Nova Iorque - O representante permanente da República de Angola nas Nações Unidas, Ismael Gaspar Martins, defendeu hoje, segunda-feira, a obrigatoriedade dos países ricos ajudarem os países pobres a alcançarem as metas de desenvolvimento do milénio, estabelecidas pelas Nações Unidas, em 2000, com vista a uma redução considerável da pobreza, do analfabetismo e da mortalidade materno-infantil no mundo, até ao ano 2015.


Fonte: Angop


 
O embaixador Ismael Martins falava à imprensa angolana em vésperas do início do Fórum Mundial, a decorrer de terça a quinta-feira, que deverá reunir 140 chefes de Estado e de governo, dentre os quais os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, da França, Nikolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, para equacionarem o estado de implementação dos objectivos de desenvolvimento do milénio, decorridos dez anos após a sua proclamação.


 
Os líderes mundiais deverão, com efeito, analisar os progressos, identificar as causas de regressão, nalguns casos, e comprometerem-se com as medidas concretas já tomadas no sentido de se alcançarem os oito objectivos definidos em 2000, nomeadamente a completa erradicação da pobreza e da fome no mundo, a eliminação do analfabetismo, a promoção da igualdade do género e da mulher, a redução da mortalidade infantil, a melhoria da saúde materna, o combate ao Vih/Sida, malária e outras doenças, a garantia do desenvolvimento sustentável a uma parceria global para o desenvolvimento.


 
Para o diplomata angolano o alcance destes objectivos constitui uma obrigação, tanto dos países ricos como dos pobres, "que vai de encontro aquilo que é uma decisão de todos" - disse, sublinhando a necessidade e urgência de se inverter o quadro actual em que o mundo se encontra, de muita fome e de falta de saúde, de educação e de desenvolvimento.
 


Lembrou que as metas do milénio foram traçadas numa altura em que não havia a crise financeira mundial, mas a crise económica que afectou o mundo pouco depois, e no caso de alguns países que foram palcos de longas guerras, como a de Angola, que se cessou recentemente, têm tornado insuficiente a meta de 15 anos para se atingir os objectivos do milénio.

 
Considerou no entanto que Angola pode figurar entre os países que mais terá feito para alcançar os objectivos do milénio, em aspectos de carácter mais social como o da educação, onde "foi possível avançar com maior velocidade" após o alcance da paz, com a construção de escolas, formação de professores e abertura de mais universidades.  
 


A delegação angolana é chefiada pelo secretario de estado das relações exteriores, George Chicoty, e integra os representantes permanentes de Angola junto da ONU, Ismael Martins, da União Africana, Manuel Augusto, e do sistema das Nações Unidas em Genebra, Arcanjo Nascimento.