O vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da China lembrou que este país possui uma "rica experiência" na construção de infra-estruturas e que "gostaria de utilizar essa experiência em Angola".

Por seu lado, Aguinaldo Jaime, ministro-Adjunto do primeiro-ministro, que participou no encontro entre Gao Jian e José Eduardo dos Santos, explicou que este novo modelo, proposto pela parte chinesa, vem complementar as iniciativas já existentes e não substituí-las.

"Vai ser um elemento de complementaridade porque as necessidades de Angola em matéria de reconstrução nacional são infinitas e não podem apenas ser satisfeitas pelos mecanismos existentes", adiantou.

Aguinaldo Jaime defendeu ainda que este "é um mecanismo complementar que vai contribuir para o reforço da cooperação entre Angola e China" e baseia-se na "partilha de riscos".

"Os riscos serão assumidos conjuntamente pelo Governo angolano e pelo Banco de Desenvolvimento da China, através de garantias soberanas e não de garantias reais", explicou., sem, no entanto, fazer referência ás verbas que podem ser envolvidas neste novo modelo de financiamento chinês.

O ministro-Adjunto do primeiro-ministro disse ainda que não vai haver a prestação de "nenhuma garantia real", havendo sim "a prestação de garantias soberanas através dos órgãos competentes do governo, nomeadamente o tesouro nacional e Banco Nacional de Angola".

"Esta é a grande diferença", entre este modelo e os já existentes entre Luanda e Pequim, que passam essencialmente por garantias de fornecimento de petróleo para os montantes recebidos da China.

Aguinaldo Jaime sublinhou igualmente que na audiência concedida a Gao Jian, o Presidente da República "frisou muito particularmente as grandes necessidades sociais que existem na economia angolana, as grandes carências que a população mais desfavorecida tem, nomeadamente em matéria de habitação social e em matéria de infra-estruturas básicas".

"Este modelo vai dar resposta e acelerar o processo de reconstrução nacional porque sabemos que as necessidades das pessoas não esperam, a carência de habitação social é muito grande", apontou.

O Banco de Desenvolvimento da China tem uma "grande experiência na requalificação de áreas degradadas e na criação de oferta de habitação social, e esta vai ser a nossa prioridade, sem excluir outras áreas de intervenção", disse
ainda.


Fonte: Lusa