Luanda - Esta semana foi marcada pelas comemorações do dia mundial do urbanismo que se comemora no dia 08 de Novembro de todos os anos, passou a ser festejada a partir de 1949, como uma estratégia para promoção da consciência, sustentação, promoção e integração entre a comunidade e o Urbanismo de uma forma participativa, e a todos os níveis dos Governos. Esta data foi decretada pela Organization Internacional Del do Mundial del Urbanismo, em Buenos Ares por aquele que foi o primeiro professor catedrático de Urbanismo na Argentina Carlos Maria Della Paolera.


Fonte: Club-k.net


Entre nós esta semana foi marcada pelo lançamento das primeiras pedras que deram inicio aos processos de requalificação urbana dos Municípios do Cazenga e do Sambizanga, uma via aplaudia grosso modo por todos, pelo que se optou  pelo seguimento do famoso método de “bola de neve”, que em nosso magro entendimento, não apresenta qualquer “desarranjo” é nós perfeitamente inteligível, só não é digerível, o ambiente de secretismo que o mesmo encerra, porque a população que será supostamente a destinatária fiel destas obras, são de  facto “desconhecedora” da natureza e tipologia dos equipamentos a serem edificados naqueles Municípios de Luanda, que estão entre os mais populosos de Luanda.

 

Temos alguma dificuldade em aceitar que o Cazenga ainda continua a ser o Município mais populoso de Luanda, segundo alguns dados do FAS, de 2008, dizia que o Cazenga tinha qualquer coisa como um milhão de habitantes e o Viana tinha subido a santa “fastia demográfica” de um milhão e duzentos  habitantes, até porque seguindo a lógica das mutações demográficas o Município de Viana tem maior capacidade de expansão, e tem sido o território receptor dos martirizados habitantes dos espaços canais e zonas de riscos no geral.

 

Uma das grandes questões que se reclamam hoje à nível do Urbanismo tem a ver com as reformas das cidades através das quais se saberia como é que se aumentaria os acessos dos mais pobres à propriedade imobiliária,  resolvendo para o nosso caso a bizantina questão do legalização dos espaços, para se inibir a especulação com imóveis, por parte dos poderosos. Está é do nosso ponto de vista uma discussão que julgamos oportuna para os nossos dias.            

O processo de urbanização contem uma dinâmica própria na qual uma população se concentra num determinado espaço e por conseguinte estabelece relações sociais que se materializam e dão conformação ao espaço físico – territorial urbano, são por seu turno as aglomerações urbanas que se apresentam funcional e socialmente  independentes, com uma relação de articulação hierarquizada, formando redes urbanas de Cidades. As análises sobre a urbanização estão estreitamente relacionadas com a problemática do desenvolvimento.


O planeamento só se legitima pelo objectivo de desenvolvimento,  e convém não confundir desenvolvimento com crescimento, que pode ser iniciado pelo aumento demográfico, por um maior nível de vida e pelo acelerar da actividade de construção, e pelo crescimento do perímetro urbano.  

 

Historicamente, o desenvolvimento resulta das transformações estruturais que por sua vez, é o resultado das consequências dos movimentos cumulativos dos recursos técnicos, materiais e humanos de uma sociedade, dai a própria paisagem urbana acaba por sofrer uma em ritmos distintos, estabelecendo contornos e organizando a paisagem física, neste sentido, o noção de desenvolvimento tem a ver com a articulação da transformação da estrutura social de uma dada sociedade. 

 

O desenvolvimento deve ser medido pela promoção dos valores humanos, pela  redução do analfabetismo., pela melhor distribuição dos recursos, pela sustentabilidade do sistema, pela maior participação dos cidadão nas decisões politicas, pela elevação dos padrões culturais, pela redução da criminalidade etc.

 

Uma Cidade ou Município onde as infra estruturas respondam à procura , podem estar sujeitas a um crescimento demográfico e a um congestionamento agravado. Isto chama-se de crescimento e não desenvolvimento.  A Cidade é o símbolo e a forma de uma relação social integrada.         

 

Cláudio Ramos Fortuna

Urbanista

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