Lisboa - As  autoridades policiais angolanas   prenderam, sexta feira última,  quatro elementos conotados ao  suspenso comandante provincial de Luanda, comissário Joaquim Ribeiro. De entre os  detidos  consta um elemento identificado por Caricoco apontado como o “mastermind” da execução do superintendente - chefe,  Domingos Francisco João que investigava o envolvimento de  responsáveis da policia que se apoderaram de volumes de dinheiros encontrados na residência de um funcionário do BNA.


Fonte: Club-k.net

Comandante suspenso nas “mãos” do SINFO

Caricoco, que é  o “braço direito” de Quim Ribeiro  é descrito como uma figura de duas facetas. É o chefe do combate ao crime do comando provincial de Luanda e igualmente uma figura identificada com “execuções”. Outra figura central próxima ao comissário “Quim”  Ribeiro   é  o comandante da divisão da policia de Viana, Augusto Viana. O seu paradeiro  é dado como incerto. Viana  esta incomunicável. A sua  esposa é quem passou nos  últimos dias  atender o seu telefone alegando indisposição do mesmo.


A  suspensão do comissário  Joaquim Ribeiro  do comando  da policia nacional em Luanda, foi antecedida de uma discreta investigação feita pelos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SISE). Estes teriam   apresentado  um parecer ao Presidente José Eduardo dos Santos recomendando a suspensão do mesmo. No decurso das investigações o SISE (Vulgo SINFO) colocou  discretos aparelhos de captação de sons e imagens no gabinete de “Quim” Ribeiro e em áreas chaves das  instalações do comando provincial de Luanda.

Em finais da  Semana passada,  Joaquim Ribeiro foi convocado pela procuradoria militar para prestar declarações. O mesmo terá caído em desmaio  ao ser confrontado com vídeos das imagens que o SISE captou  no seu gabinete. 


As investigações  feitas pelo SISE eram do desconhecimento do mesmo. Antes do dia 29 de Outubro, Joaquim Ribeiro,  estava convencido que seria promovido a comissário-chefe na   cerimônia que foram  graduados os seus adjuntos. Chegou a reunir os seus familiares próximos, para  festejar  a  suposta “futura promoção”. Desde então os seus próximos passaram a promover  a idéia de que a suspensão  provinha de uma campanha dos seus detratores destinada a afastá-lo da linha de sucessão ao cargo de comandante-geral da policia nacional.

 

Na mesma semana da suspensão o mesmo  falou  a jornais privados em Luanda  que iria provar a sua inocência. No Ministério do Interior teriam  tomado  as suas palavras como um desafio as “instancias superiores”. Na seqüência das suas declarações a imprensa, o novo ministro  Sebastião Martins,  advertiu-lhe para   que se reserva-se ao silencio enquanto decorresse o inquérito sobre o seu caso.


O comandante Joaquim Ribeiro é  a nível do Ministério do Interior inquirido por uma comissão dirigida pelo novo  inspector-geral do Ministério, Fernandes Torres Vaz da Conceição “Mussolo”. A ausência de elementos da DNIC na comissão de inquérito é justificada sob alegação de haver  “muitos agentes”  deste departamento ligados ao suspenso comandante.

 

Algumas figuras do regime ligadas ao mesmo se abstiveram do seu caso. O Chefe da Casa Militar da PR,  general Manuel Helder Vieira Dias “Kopelipa”  que é identificado como uma das figuras do regime que terá apadrinhado a sua ascensão  optara por manter-se neutro.  O    comandante geral da policia Nacional, Ambrosio de Lemos que  nos últimos tempos, passou  a ter uma relação privilegiada com “Quim” Ribeiro,  foi excluído do acompanhamento do  processo que envolve o suspenso comandante. Foi-lhe apenas informado que decorre um processo de suspensão.


Quando teve  conhecimento que a sua suspensão teria sido ordenada pelo chefe de estado, José Eduardo dos Santos, o comissário Quim Ribeiro teria movido influencia para contactos com o irmão de JES, Avelino dos Santos  a fim deste interceder  a seu favor.

 

Quim Ribeiro, e o  seu grupo, para alem das conhecidas  acusações que recaem sobre eles, estão a ser agora conotados  como tendo sido   conivente  com uma  rede do narcotráfico em Luanda.  Nas vésperas do CAN 2010, em Janeiro passado a policia apresentou na televisão a queima de drogas aprendidas.  Ultimamente surgiram informações de que o  produto apresentando como estando a ser queimado/destruído  não era a cocaína que fora  aprendida.

 

De entre todas as acusações o ponto mais assente é o assassinato de Domingos Francisco. Alega-se que em vida, Domingos Francisco deixou um bilhete dizendo que caso lhe acontecesse algo de mal, o responsável  seria  o comandante Joaquim Ribeiro.  Informações não desmentidas alega que nas  interrogações um dos responsáveis municipais da policia disse a procuradoria que  “apenas” cumpriram orientações superiores.