Luanda - O Vice-Presidente da UNITA, Joaquim Ernesto Mulato, alega que está em preparação uma fraude para as primeiras eleições gerais em 2012, no país.


Fonte: Apostolado
 

Segundo o político, “a Comissão Nacional Eleitoral, em algumas províncias, está a recolher cartões de eleitores do seu partido”.

 

“Tivemos essa informação e dissemos que ninguém deve aceitar dar os seus cartões de eleitor. Não há lei que diz que o eleitorado, uma vez com o seu cartão, deve entregar a quem quer que seja. Nem ao administrador” – disse.

 

“Já vimos que fabricaram votos com esses cartões e talvez facilitaram o “A” e o “B” que não devia ter um voto” – acrescentou.

 

“As razões não nos explicam e penso que é mais uma manipulação. Se formos a perguntar centralmente vão dizer que não deram ordens” – referiu ainda.

 

“Já em 2008, tivemos problemas nas mesas, porque os elementos colocados ali, como não tinham aquela força que queríamos que tivessem, quando viesse a UGP, suponhamos em Luanda, eles iam a correr e saiam e tudo o que fizeram já não conseguiam acompanhar” – frisou.

 

“Ali houve mesmo fraude nessa manipulação, porque as mesas, nem os próprios elementos da Comissão Nacional Eleitoral, estiveram nas mesas, porque foram ocupadas pelas forças que o General Kopelipa colocou”.

 

“A União Europeia esteve cá, observou e até no primeiro dia disseram: é um desastre” – precisou.

 

O dirigente do galo negro apelou aos fiscais do seu partido a contestarem as eventuais artimanhas que venham a ser usados no processo eleitoral de 2012.

 

“Então queremos preparar quadros maduros para esta situação. Este é um dos aspectos a considerar” – garantiu.

 

Ernesto Mulato deplorou´também a democracia angolana. “Não podemos comparar a democracia americana com a nossa, mas há pessoas que querem comparar”.

 

“No nosso caso, as coisas são mesmo feitas a olho nu. Quando se vê a pessoa dizer, se você não votar no número tal... se você não o fizer, a olho nu, e depois ninguém faz nada, tudo isso concorre para o mau resultado de outras pessoas” – lamentou.

 

“Não estamos aqui a querer dizer que, do nosso lado, pudesse não haver certo descuido”.

 

“Na oral, a UNITA nunca devia ter só 16 deputados. Isso é inaceitável. É inconcebível. Podia ter havido um descalabro aqui e acolá” – denunciou.