Há meios financeiros muito mais importantes que em 1992 para fazer a campanha eleitoral e a oposição, em geral, está enfraquecida. Só por razões cosméticas JES se sentirá tentado a mudar pessoas; por exemplo, para demonstrar que está empenhado no objectivo de ganhar as eleições, induzindo assim a ideia de que estas serão transparentes e requerem medidas para habilitar o MPLA a disputar a vitória.

Na sua composição actual, em todos os escalões, o poder é uma representação calculada de grupos sociais e políticos em que JES se apoia e com cuja lealdade conta. Mexer no poder agora poderia ter o efeito negativo de pôr em causa os equilíbrios em que o poder assenta. Ao poupar-se agora de mexer no Governo, incluindo os governos provinciais, à excepção de um ou outro, JES estará também a ganhar espaço e autoridade para efectuar, após as eleições, mudanças importantes no Governo – de que ele próprio venha a beneficiar em termos das eleições presidenciais de 2009.

Fonte: Africa Monitor