Luanda – A preservação do valor da moeda e a estabilidade do sistema financeiro constituíram as prioridades do Banco Nacional de Angola (BNA) em 2010, particularmente no último trimestre, indicou hoje, segunda-feira, o seu vice-governador, Ricardo de Abreu.
Fonte: Angop
Em conferência de imprensa para apresentar o balanço do Executivo no último trimestre de 2010, Ricardo de Abreu esclareceu que o BNA reduziu a taxa de redesconto de 30 para 25 porcento e instituiu a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez, fixada inicialmente em 18 porcento.
As medidas possibilitaram a redução da taxa de juro dos Títulos do Banco Central. Na maturidade de 91, por exemplo, a taxa de Novembro recuou para uma média de 11 porcento, perante um índice de 17,74 porcento em Outubro.
No mercado interbancário, a taxa de cedência de liquidez caiu de 22,5 porcento em Outubro para 16,47 porcento no final de Dezembro, disse Ricardo de Abreu, durante a conferência de imprensa dirigida pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do
Presidente da República, Carlos Feijó.
Essa situação aliada à redução das taxas dos títulos públicos, justifica a redução das taxas do crédito à economia, que hoje se situam na faixa de 18 porcento, com tendência de queda.
A inflação acumulada registada no primeiro semestre de 2010 foi de 8,4 porcento, contra os 14 porcento do período homólogo.
A persistência da variação anual do Índice de Preços ao Consumidor de Luanda, acima dos 14 porcento, constitui um problema de grande monta para a economia nacional devido o enorme custo da política monetária com vista à sua contenção.
Os preços no mercado interno subiram em decorrência da redução no ritmo das importações, tendência que já se verifica desde 2009, motivada pelo atraso nos pagamentos ao exterior, apreciação do euro em relação ao dólar norte-americano e ainda pela subida de preços das matérias-primas no mercado internacional.
Para baixar a inflação no médio e longo prazo, o Executivo continuará a privilegiar os investimentos destinados a eliminar as deficiências da infra-estrutura de transportes, que terminam por estrangular a oferta.
O combate a inflação é também uma prioridade da política macroeconómica do Executivo, que trabalha com uma estimativa de inflação de 12 porcento em 2011.
Em 2010, o câmbio manteve-se estável, com a taxa média de 92,2 kwanzas para cada dólar norte-americano.
De acordo com Ricardo de Abreu, foram introduzidas medidas de transparência e formalização a nível da actividade das casas de câmbio e abriu-se a actividade cambial nas unidades hoteleiras.
