Montreal / Canada- “Resolvi o problema da segurança pessoal”. – observou certa vez Luther King, e logo esclareceu; a solução é que ele havia banido de si o sentimento de medo, de contrario, simplesmente não poderia agir, lutar. É por isso que ele preferia falar da morte e não da coragem, esta presumia-se.


Fonte: Club-k.net

Angola diz Basta:

Manifestações populares são sempre pacíficas

A arena internacional esta prenha de acontecimentos surpreendentes, parece estarmos a rever o ‘filme’ que antecedeu e o posterior da queda do muro de Berlim, também chamado de muro da vergonha, que como consequência da perestroika um ‘naipe’ de caducos e teimosos ditadores europeus ‘caíram’ por não fazerem uma leitura correcta e atempada da mensagem do ‘efeito’ M. Gorbachev.

 


A revolução digital (como alguns também chamaram), ou de Jasmim na longínqua (?!) Tunísia, e o efeito dominó a que se seguiu apanhou todo mundo de surpresa, os Angolanos cá na banda e na diáspora estão ansiosos que este efeito influencie as mentalidades da juventude e os empurrem para a acção, e que também ergam o punho e façam desmoronar o muro da vergonha que se transformou a desgovernação de JES, e digam; BASTA! Tunísia, Algéria, Jordânia, Gana, Iémen e agora o todo-poderoso Egipto, estão a braços com massivas contestação popular, Mubarak 82 anos de idade, no poder há 30 anos, insiste em governar o País, ou catapultar o filho para o substitui-lo desconsiderando todos os pressupostos democráticos, a semelhança do que aconteceu na Coreia do Norte e Gabão.


Egipto, é dos Países de África com o maior poderio militar, no passado na época do apartheid estava logo a seguir a África do Sul, mas depois de ter presenciado pessoalmente o descalabro da intervenção militar pós-apartheid (no consulado de Nelson Mandela) no pequeno Lesotho, inevitavelmente (minha opinião pessoal), Egipto guindou-se ‘para frente’ da África do Sul. Os serviços secretos do Egipto são os mais bem equipados de África e rivaliza integralmente com os melhores serviços secretos do ocidente, e são de longe o mais brutal há quem os compare a Gestapo de Himmler e a BOSS do Apartheid.


Um sector da sociedade Angolana, estão um bocado apreensivos com as consequências, como será o; ‘day after JES’ se o efeito dominó do norte de África, ‘contagiar’ o nosso cenário isto é o sul de África.


Indubitavelmente o “dia da Fúria” do norte de África e do médio oriente, ofuscou os acontecimentos ‘internos’ tais como; O caso BNA e os 300 milhões de USD, Caso Quim Ribeiro, o padrinho da máfia na Policia estão quase completamente ‘apagado’ o roubo descarado do general Furtado (um dos Capo da Máfia nas FAA) de 40 milhões de USD (quatro anos como chefe EMGFAA, roubando a razão de 10 milhões por ano) depositando-os na terra natal, Cabo-verde, passou quase despercebido da ‘nossa gente’ porque o que está a bater mesmo, e a reter o nosso fôlego é a revolução de jasmim e consequência.


Fala-se a favor de manifestações da nossa juventude, mas alguns quase que pedem (alguns vão até mais longe; rezam) de joelhos, para que as manifestações (se estas tiverem lugar) sejam marcadamente PACÌFICAS.


De realçar que as manifestações populares são sempre pacíficas, (povo nenhum no mundo é violento, o povo cansa-se da violência corrupta, desgovernativa e da violenta demência moral dos governantes) quem faz as manifestações violentas, são os regimes ditatoriais na ânsia de apaga-los e de dar ‘lições exemplares’, veja por exemplo a manifestação no Sumbe (Província do Kwanza-sul) que vitimou um jovem inocente na flor da idade, o regime incapaz de ‘fazer ponte’ dialogando e manter o pacifismo movimentou cobarde e arrogante para o local da manifestação popular (que se opunham ao desmantelamento do mercado público do Chingue) completamente desarmados e inofensivos, um esquadrão de policiais anti-motim fortemente armados até aos dentes, com atitudes grosseiramente agressivas e assassina, o que resultou na morte de um jovem manifestante, que nem sequer o governo local ou central, repudiou ou condenou tal acção que provocou a referida morte, e muito menos apresentou condolências a família enlutada, morreu um pobre, um desgraçado que não consta das estatísticas oficiais. O que aconteceria se os manifestantes tivessem ‘respondido’ com os mesmos ‘argumentos’?!... Não teria sido mais ‘barato’ e justo o governo dialogar, ouvir com pedagogia os manifestantes e eliminar as causas das manifestações?


Uma manifestação de respeitáveis mulheres na cidade de Luanda, contra a violência domestica, foi brutalmente interrompida e as pessoas que ‘capitaneavam’ a mesma, injustificadamente presas.


Jovens de partidos políticos em Luanda, que protestavam defronte a nossa casa das leis, pela não adopção do 14 de Abril como dia da juventude nacional, foram presos, a polícia mais tarde veio ao público, com toda a ‘seriedade’ deste mundo, garantir; que os jovens foram presos ou levados contra a sua vontade para instalações policiais, para serem aconselhados.
Qual das manifestações acima, não foram pacificas? Qual delas não teve o respaldo da Lei? Qual delas foi injustificado? E o que é pior, porque o sistema reagiu de forma insana e violenta? É ponto assente quem torna as manifestações violentas é o próprio sistema. Assim atrevo-me a fazer a pergunta crucial, COMO DIZER BASTA A JES E CAUDILHOS pacificamente?


É sabido que as ditaduras, nunca abandonam pacificamente o poder, há algum exemplo no planeta, de uma ditadura que deixou o poder calmamente e cujo ditador, partiu voluntariamente para umas merecidas férias nas Bahamas ou ilhas Maurícias, com a cana de pesca a tiracolo e um caloroso bye-bye a população?! Alguém poderá traçar ‘algum quadro’ em que JES abandone pacificamente o poder?!.. Pelas eleições?! As ditaduras são campeãs da fraude e verdadeiros artífices de manobras de diversão, porque são elas que organizam e realizam as eleições… (por isso a atitude arrogante e disparatada face as manifestações popular) há algum exemplo no planeta de alguma ditadura que organizou eleições e perdeu? Por outro lado, o facto de um País organizar regularmente eleições não significa que é Democrata, Ben-Ali (após o golpe de estado, organizou cinco eleições, ganhando o último em 2009 com cerca de 89%), Mubarak, Mugabe, Laurent Gbagbo, Ali Bongo e tantos outros, concorreram entre aspas e “ganharam” pleitos eleitorais aparentemente democráticos, ‘configuraram’ o sistema para nunca saírem do poder, utilizando e pondo em movimento várias artimanhas.


Segundo a ONG americana Freedom House, que monitora a liberdade política em todo o mundo, o continente africano tem 16 países considerados sem liberdade política: Zimbábue, Angola, República Democrática do Congo, Chade, Ruanda, Somália, Sudão, Congo, Camarões, Costa do Marfim, Guiné, Líbia, Egito, Argélia, Eritréia e Togo. Muitos nesse grupo promovem eleições, na tentativa de se desevencilharem do rótulo de ditaduras.
O que esta acontecendo no norte de África, é uma repetição da história, do que aconteceu com outras ditaduras no passado em todo o mundo, e o que vai acontecer com as que teimam em resistir contra os ventos da mudança, tais como Angola, Cuba e Córeia do Norte.


Mubarak não terá outra saída, senão ‘partir’ para os States, onde tudo parece ter já um ‘lugar’ reservado para o ‘acolherem’ mau grado o potente exército, a grotesca força policial e o impiedoso serviço secreto, e as manobras de diversão ‘de pacotilha’ tais como; demitir o governo (que anedota) e garantir que está ao lado do povo, e que não permitirá que nada de mal aconteça ao povo, ao mesmo tempo que as manifestações são fortemente reprimidas, tal recurso não surtirá efeito, o povo egípcio esta determinado; Mubarak Fora! para acalmar a ira popular, nomeou o chefe dos serviços de inteligência seu vice-presidente, indicando de que o seu filho não o sucederá após a sua partida, alias ele próprio na época de Sadat foi chefe dos serviços de inteligência. (não é o que acontece, cá na banda? JES nunca assumiu nenhum erro, culpa sempre os seus sequazes). Uma das últimas manobras de diversão; Semináriar os governadores e administradores municipais sobre; A Luta contra a pobreza! (que anedota!) quando por todos é sabido que a verdade linear da luta contra a pobreza, consiste na; BOA GOVERNAÇÃO (administrar o País com justiça) … e na erradicação firme contra a corrupção, tudo o resto é conversa para boi dormir.


Na minha opinião o pior não é o ‘day after’ á partida de JES, o pior é a permanência de JES no poder, cada dia deste déspota no poder, representa um mar de sofrimento e calamidade para o povo. Quantos meninos morrem por dia, por desnutrição e outros males relacionados com a má governação? Quantos cidadãos são atirados impiedosamente para a miséria extrema? Portanto pior que o que virá como consequência das manifestações popular contra JES, é o ‘banho de sangue’ que a sua criminosa administração causa CADA DIA aos Angolanos e a Angola.


Os chamados partidos políticos da oposição, são uma quimera, assim como o foram na Tunísia, Algéria e Egipto que após a iniciativa popular, ‘apressaram-se’ em ‘aparecerem’ para entoarem floreados discursos.


Sim, vamos todos dizer BASTA! A violenta desgovernação de JES e caudilhos, BASTA! Ao banho de sangue da vampiragem corrupta e assassina do MPLA-JES.


"O que aconteceu na Tunísia rompeu o costume do medo e mostrou que era possível - com uma velocidade surpreendente - derrubar uma ditadura, com uma dificuldade menor do que a imaginada."