Lisboa - Um estudo desenvolvido por acadêmicos da Universidade Castilla La Mancha, em Espanha revela que é impossível realizar eleições presidências ou legislativas em que o vencedor alcance mais de 80% dos votos. O estudo adianta que a não aquisição desta percentagem de votos deve-se ao facto de não haver processos eleitores perfeitos.
Fonte: Club-k.net
Só é possível em procesos perfeitos ou fraudulentos
Na possibilidade de se ganhar eleições a cima dos 80%, o referido estudo avança que podem ocorrer apenas em dois cenários que são em eleições perfeitas ou em eleições fraudulentas. Para o primeiro caso (eleições presidenciais), o processo teria de ser isento de irregularidades mesmo que não sejam intencionais, o que acaba por ser impossível, na visão dos acadêmicos.
O segundo cenário é mais usado em países de regimes ditatoriais com o objectivo de se fazer alterações constitucionais e fazer passar leis que fragilizam os adversários políticos.
O referido estudo está a ser introduzido nos programas de pos-graduação na faculdade de direito da referida instituição. Porém, a evidencia do que defendem estes especialistas espanhóis esta em processos eleitorais realizados no Egipto e Argélia.
A saber:
Em Setembro de 2005 Hosni Mubarak foi reeleito presidente do Egipto com 88,6% dos votos, para um quinto mandato consecutivo. Na altura, os observadores, denunciaram que as eleições foram, “mais uma vez”, marcadas pela fraude e pela intimidação contra a oposição.
A 8 de abril de 2004, o Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika foi reeleito com 85% dos votos. No terceiro mandato, Abdelaziz Bouteflika, venceu a votação com 90,24% dos votos. Na altura a chefe do grupo dos observadores Louisa Hanoun denunciou que houve "fraudes" em todas as províncias do país e assegurou que tanto a participação oficial como a porcentagem obtida por cada um dos políticos não correspondiam à realidade. Em coletiva de imprensa em Argel, Hanoun assegurou que seu apoio real foi de "pelo menos 30%" e qualificou os resultados oficiais como "números de uma república bananeira" e "indígnos de um país como a Argélia".
Logo após a renuncia do presidente do Egipto, milhares argelinos saíram as ruas para pedir o mesmo ao Presidente Abdelaziz Bouteflika. O mesmo não aceita que a população saia a rua para se manifestar como forma de ocultar a sua impopularidade que põem em causa os 90,24% dos votos adquiridos de forma fraudulentas.
A imprensa argelina que cuja a linha editorial é caracterizada pela manipulação deu a entender que apenas saíram as ruas, 300 pessoas para pedir a renuncia do presidente Bouteflika que em reação ordenou a repressão contra o povo. (O numero real dos manifestantes é superior a 5 000).
De recordar que nem Nelson Mandela, que foi o líder africano mais carismático do mundo nunca levou o seu ANC a obter resultados de votação acima dos 80%.