Lisboa - As noticias a cerca das manifestações no médio oriente contra lideres ditadores estão a ser alvos de lapidação   na media governamental angolana. É notado que as mesmas estão a ser  abordadas com delicadeza  passando/deixando  o sub-entendido de que as manifestações  sejam fomentadoras de mortes.

 

Fonte: Club-k.net

Manipulação diplomática

Levantamento de constatações a  saber:

 

- Na noticia relacionada ao derrube do ex-Presidente do Egipto, Hosni Mubarak, o Jornal de Angola trousse como titulo “Mubarak renuncia a presidência”. Omitiu detalhar que Mubarak renunciou  o poder  em função da saturação do povo contra o seu regime ditatorial.

 

- Em nenhum momento trataram o Ex - Presidente Mubarak por “ditador”. Não reportam que o povo estava contra ele devido a acumulação da fortuna, por ter privilegiado  a sua família ou de que estava no poder a mais de 30 anos.

 


- A edição deste domingo do Jornal de Angola retomou um texto da agencia France Press a acerca das manifestações na Líbia. O texto sofreu alteração e os editores do jornal angolano optaram por chamar atenção que a manifestação esta a causar mortes. O titulo da noticia foi “protestos na Líbia causam mortes”. A matéria do Jornal e seu respectivo titulo procurou apresentar as  manifestações como algo que trás mortes.

 

- A TPA no seu jornal da Tarde de domingo falou de outras manifestações e inclinou-se também nos danos mortais que elas causam realçando a resposta de repressão dos respectivos regimes. No mesmo noticiário a televisão estatal tratou  as manifestações como “protestos violentos”, no lugar de “manifestação pela democracia ou contra dos ditadores”. Apresentam as manifestações como factor de  distúrbios que causam morte e não como instrumento democrático que trousse a deposição de presidentes que se constituíam empecilho para os seus povos.

 

- O Jornal da Tarde de segunda feira da TPA, passou o discurso do filho de Omar Khadaf apelando o povo a não se manifestar, porem cortou a parte em que Khadaf Filho ameaçava lutar até a ultima bala. No noticiário da noite, a televisão já não voltou a falar das  manifestações.

 

- A semelhança dos jornais estrangeiros a media estatal angolana não faz resumo  da vida dos ditadores do médio oriente e suas políticas de repressão no sentido de proporcionar uma compressão construtiva  aos telespectadores.

 

A  lapidação que a impressa estatal angolana faz nas noticias sobre as  manifestações no médio oriente passou a ser observada logo após surgirem rumores de intenções de se fazer o mesmo em Angola. De seguida, dois dirigentes do MPLA, Dino Matross e Rui Falcão falaram a rádios privadas (LAC) para avisar que o governo angolano reagiria com repressão em caso de tentativa de ocorrência de manifestações em Angola contra o presidente José Eduardo dos Santos.