Luanda - O  Secretario dos Assuntos Internacionais da UNITA, Alcides Sakala tornou publico uma nota de imprensa para reafirmar as  posições do seu partido face a conjuntura actual e a problemática das manifestações. O mesmo esclarece o teor de uma entrevista dada a   RNA que terá sido manipulada e usada por todos os órgãos de comunicação do governo.


Fonte: Club-k.net

A atitude dos defensores da ditadura  é irreversível

Nota de imprensa
Luanda, 24 de Fevereiro de 2011
 
 
Face às notícias que me são atribuídas, divulgadas pela Rádio Nacional de Angola ao longo do dia 22 do corrente, condenando “manifestações que conduzam a desordem”, cumpre-me esclarecer o seguinte:

 
1. O extracto do pronunciamento divulgado foi tendenciosamente retirado do contexto de uma longa e rara entrevista que não solicitei. 


 
2. Apoiamos e encorajamos todas as formas de luta democrática, constitucionalmente consagradas, desde a greve de fome à manifestações pacíficas para reivindicar direitos políticos e sociais consagrados por lei. Apelamos que elas se realizem com discernimento no quadro da ordem democrática. 
 


3. As greves, as marchas e as manifestações são formas legítimas de luta que os angolanos têm utilizado contra as diversas ditaduras que ocuparam a Cidade Alta no século passado, antes e depois da declaração da independência. 


 
4.  Trinta e cinco anos depois da independência, os angolanos continuam vítimas de exclusão social e de intolerância política, que se manifestam através da negação selectiva do direito à liberdade, à educação de qualidade, ao acesso igual à cargos públicos,   ao salário justo, à habitação e à plena cidadania; manifestam-se ainda através de prisões arbitrárias, sequestros e assassinatos políticos selectivos, praticados ou promovidos pelas autoridades públicas.


 
5. A UNITA vem denunciando e protestando sistematicamente contra estes atentados à vida, à liberdade e à dignidade humana. Utilizamos todos os meios pacíficos para repudiar e combater a tirania do Partido-Estado. O mais recente, foi a greve de fome encetada pelo Deputado Abílio Kamalata Numa,  no Bailundo, no princípio do mes de Fevereiro de 2011  para protestar contra prisões arbitrárias e contra nove assassinatos políticos que a ditadura engendrou contra cidadãos que se manifestaram contra ela.

 
6.Em Angola, o processo democrático é irreversível e a atitude dos defensores da ditadura também é irreversível, pelo que devemos todos aprender com os ensinamentos da história recente da Africa do Magreb.

 
Alcides Sakala
Porta-voz e
Secretario dos Assuntos Internacionais da UNITA