Lisboa -  O “branch” do  Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) no Huambo tenciona apresentar uma  orquestrada unidade militar (tropa fantasma)  supostamente organizada pelo Secretario-Geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa afim de associá-lo a “actos de instabilidade no país”.  O  militante  António Kaputo recentemente detido pelas autoridades por divergência com um soba, no Bailundo  deverá ser citado como  logístico da tal  unidade.


Fonte: Club-k.net

SG da UNITA tornou se alvo preferencial

A   acção do SINSE obedece a cálculos eleitorais  e visam  criar um ambiente de suspense destinado a  afastá-lo   ou reduzir  as  suas visitas em algumas  comunas no interior da província descritas como “zonas estratégicas da UNITA”.


Abílio Kamalata Numa tornou-se no  dirigente da UNITA   mais citado nos pareceres  internos do SINSE, nos últimos cinco meses.  A motivação que faz com que o mesmo  desperte atenção das autoridades esta  relacionada a sua permanência constante  na Província do Huambo, onde o seu partido  é suspeito de  transformar  em “estado maior”, alguns celeiros,  para uma atribuída pré  campanha eleitoral.


As actividades político partidária de Camalata Numa, no Huambo  são   acompanhadas de  perto pelo SINSE  por intermédio de um “task force” contando com a indulgência de   uma  rede interna distribuída nos municípios  que reporta a um  superior provincial da segurança de estado,    Mateus Sipitali.  Faz ainda parte do “task”, um pivô   no Município do Bailundo  identificado por  “Lucas”.


Em finais de Outubro a delegação do SINSE no Huambo despachou para Luanda um relatório sobre a vida da UNITA naquela província  em que o deputado Camalata Numa é apresentado como estando a tomar vantagens da comuna de Cambuengo que é uma localidade considerada pelas autoridades como “sensível” por acolher  antigos combatentes do extinto exercito da UNITA. Nesta mesma altura, o  “task force” teria sido orientado a acompanhar   uma deslocação de Camalata Numa  a   comuna do Sambo no Município do Mungo naquela província ao qual teria discursado para a população dizendo que Angola estava diante de um regime “corrupto”. O  relatório do “task force” descreveu o discurso de Camalata Numa como   “aterrorizante” para as populações.

 

Camalata Numa também  é visto com freqüência na comuna do  Lunji, terra dos seus progenitores, o que levanta suspeitas das autoridades que esteja a mobilizar as populações para o seu partido.


Nos últimos tempos o  Huambo  tornou se  num campo de batalha política entre militantes da UNITA e do MPLA resultando em acusações mutuas ou  agressões físicas. Muito recentemente, numa reunião partidária,   o primeiro Secretario do MPLA no Bailundo, Emiliano Tchinjendy teria afirmado que “não podia haver mais em nenhuma aldeia um soba com duas bandeiras partidárias”.  A 18 de Fevereiro, um grupo de 300 ex-soldados da UNITA, em desespero,  teriam  sido travados de enveredar por uma rebelião  em  retaliação  a uma onda detenções contra colegas seus.

 

A província do  Huambo  é  um celeiro tradicional da UNITA, porem nas eleições de 2008,  os mesmos foram esmagados pelo MPLA sem terem podido  eleger um  único deputado. Os dirigentes da UNITA, nas deslocações que fazem ao interior da província ficam interiorizados de que a percentagem de votos que alcançaram nas ultimas eleições    são desproporcionais as manifestações de apoio que tem em zonas estratégicas. A acção de despersuadir o general Kamalata Numa é vista como estando destinada a desencorajá-lo   de resgatar apoios na  província.

 

Dentro da UNITA, começaram a ter percepção ou suspeitas de que as  deslocações do seu SG  ao Huambo podem encorajar com que lhe  atribuíem a um destino semelhante ao malogrado Mfulumpinga Landu Victor do PDP-ANA. Invocam como sinais um atentado, em Abril de 2010, em  que o mesmo saiu  ileso na aldeia de Chilombe, comuna do Lunji, no Município do Bailundo. Outro sinal político que alimenta tal convicção dentro do maior partido da oposição tem haver  com uma acção  que as autoridades levam a cabo a fim de suspender o seu mandato como deputado a Assembléia Nacional. Desta forma, Camalata Numa estaria desprovido de imunidade, proteção protocolar e outros.

 

Desde  o passado dia 23 circulou uma mensagem telefônica em Angola atribuindo à UNITA a iniciativa de uma  anunciada manifestação pública marcada para  próximo dia 7. A mensagem  que coloca o general Camalata Numa como o principal orquestrador da citada manifestação  tem o seguinte conteúdo:  “ATT: a UNITA está apostada em desestabilizar completamente o País a partir de Março. O plano é de Camalata Numa, assassino que preparou grupos de bandidos para iniciar a confusão. Os angolanos devem estar vigilantes para não permitir uma nova guerra”.

 

Os mentores da mensagem solicitam que  o receptor transmita a mesma para outras pessoas. A paternidade da  mesma  está a ser atribuída aos Serviços de Inteligência, em virtude de um dos números de origem da mesma ser de uso eventual de um dos seus elementos, não obstante ao acesso/facilidade  que tiveram em espalhar em massa em  terminais telefônicos. De recordar que mensagem  idêntica foi  distribuída em 2006 logo após a demissão de Miala.