Holanda - Em verdadeiras democracias, os partidos preocupam-se com os programas de Governação a apresentar aos eleitores e, esses, por sua vez, escolhem o programa que defenda os seus interesses e as suas aspirações. O voto de confiança que significa renovação do mandato, vai depender da avaliação que o povo vier a fazer da materialização dos programas apresentados na cadeia. Se o eleitor verificar que ao longo do mandato houve incumprimento, naturalmente que vai escolher outro Partido. É pura ilusão quando um partido pensa em transformar todos cidadãos do País em seus militantes.


Fonte: Club-k.net

“Livro do MPLA, e ir-se para Angola como membro militante do MPLA”

Em democracia, os Partidos vão se alternando no poder

 


Os Angolanos na diáspora, não estão preocupados em militar neste ou naquele Partido Político ou coligação de Partidos. Nós na diáspora pensamos mais além. Pensamos em contribuír para o desenvolvimento do nosso País. A guerra fratricida foi um absurdo entre os Angolanos. Terminada a guerra, e alcançada a Paz, o nosso interesse vai para a consolidação da paz, reconciliar os espíritos, as famílias e os angolanos. As causas profundas da guerra são conhecidas. E como conhecemo-las, temos a grande responsabilidade de tomar todas as precauções para que esse erro não se repita.

 

 

O primeiro passo para esse desiderato passa, incontornavelmente, em nos considerarmos todos como Angolanos, iguais perante a Lei, iguais no tratamento, iguais em direitos, em deveres e em obrigações, sem nenhuma discriminação, principalmente partidária. O segundo passo é olharmos para a reconstrução e desenvolvimento do nosso País. Tarefa que deverá ser feita igualmente por todos os Angolanos, sem discriminação.

 

Como disse, a nossa preocupação aqui na diáspora não é militar nos Partidos Políticos em Angola. Queremos de forma positiva participar do processo de democratização do País e seu desenvolvimento sustentável e equilibrado. Existem muitos angolanos formados e dispostos a partir para Angola e darem seu contributo. Entretanto, o que temos constatado, é que o nosso Governo está a falhar em dar primazia aos estrangeiros -  e muitos deles prestam mau serviço em Angola. Os angolanos, como quase sempre, precisam de ter "cunha".

 

Achamos lógico, e algumas vezes já propusemos que as nossas Embaixadas na diáspora, antes de se preocuparem em dar festas e fazer campanhas de mobilização política, fizessem um levantamento dos quadros técnicos profissionais e quadros superiores, e enviar esses dados aos ministérios de tutela em Angola para o seu enquadramento. Sabemos que o País tem um deficit considerável de quadros. Sabemos também que a formação em Angola não é de qualidade. Talvez não seja culpa dos professores nem dos alunos. É na minha opinião, falta de vontade politica de se dar a atenção que o sistema de ensino no país, merece. E há disponibilidade de quadros irem para Angola no sentido de ajudar a melhorar. Mas o grande dilema com que a maioría se depara, é o facto dessa ida estar condicionada com assinatura do livro do MPLA, e ir-se para Angola como membro militante do MPLA. Isso é reprovável para um País que se diz democrático. E nós vemos cidadãos de outros países que regressam ás suas terras, são bem tratados. Partem já com garantias de empregos e habitação.

 

O presidente do Rwanda, Paul Kagame, esteve no ano passado na Europa em busca de quadros rwandeses, a todos os níveis(desde o carpinteiro ao engenheiro) para regressarem ao país e reuniu-se com centenas de rwandeses exilados na diáspora, em Bruxelas. Nas palavras de uma amiga minha residente em bruxelas, os rwandeses surpreenderam-se com a atitude do seu presidente, que tem sido muito criticado na grande diáspora rwandesa por ser muito rigoroso e autoritario nas suas politicas. Não prometeu grandes salarios nem casas de luxo para todos. Mas prometeu um enquadramento paulatino e condigno para todos os que quisessem regressar. Prometeu sobretudo a solidariedade do seu governo na re-enquadração dentro do mercado de trabalho no país, e dentro da sociedade rwandesa. Ofereceu também garantias de ajuda da parte do governo para os rwandeses que quisssem estudar mais, uma vez já dentro do país. Na visão do Presidente Paul Kagame, a responssabilidade da reconstrução do Rwanda é de todos os rwandeses; mas é da responssabilidade do seu governo criar as condições de participação efectiva de todos os rwandeses capacitados ou desejosos de participar.

 

A minha amiga Rwandesa, tem um curso tecnico de informatica e trabalha como "helpdesk" numa empresa de telefonia movel; já está de malas feitas, pronta a seguír o apelo do presidente do seu país. Me disse que vai integrar a lista de quadros tecnicos de uma empresa Sul Africana que opera no Rwanda, para suprír a demanda, já que no Rwanda não tem tantos tecnicos de informatica e muito menos com a experiencia que ela já adquiriu na diáspora. Não precisou de assinar qualquer formulario para obtenção de algum cartão partidario; na realidade, ela é mais uma dos muitos que não se revêm na governação do Presidente Paul Kagame, sempre foi muito crítica em relação a governação deste. Mas está disposta a aproveitar a abertura dada e dar o seu contributo pelo país.

 

O Ghana tem uma politica similar em relação aos seus quadros no exterior(5 ou 6 vezes superiores em números em relação aos angolanos) mas o governo do Ghana vai ainda mais longe: para eles, basta o quadro ser africano que é bem vindo para trabalhar e contribuír para o desenvolvimento do Ghana. A maioría dos quadros Ghaneses prefere continuar na diáspora, em parte também devido as politicas que o governo do Ghana assinou com varios países do mundo, que permitem, e até facilitam aos cidadãos do Ghana entrar e permanecer na Europa. Os Ghaneses também não precisam de "Cartão do partido" para ter re-enquadramento ou sucesso garantido no seu país. Muitos partem já com garantia de enquadramento da parte do própio governo ou de empresas ou empresarios ligados ao estado.

 

Mas para Angola isso só acontece com os estrangeiros que partem já com contratos assinados, habitação condigna garantida e até empregados, direitos à férias pagas pelo Governo.E nós pensamos que isso é mais oneroso para os cofres do Estado. Pensamos também que é uma politica que discrimina os quadros angolanos. Seria menos oneroso e mais vantajoso para o País, se se fizesse com os Quadros angolanos formados e prontos a irem para Angola. Curiosamente os estrangeiros não são persuadidos a ter cartão de militante do Partido no Poder!

 

Que fique bem claro que aquém dos Partidos Políticos, o nosso maior desejo é contribuir para o desenvolvimento do nosso belo e rico País, Angola. Em democracia, os Partidos vão se alternando no poder. E como patriotas estamos prontos a servir qualquer Governo, seja de que Partido for, desde que Governe para o bem dos Angolanos e da Pátria amada Angola. O nosso compromisso, que devía ser o compromisso de todos os angolanos, é com a pátria, e este compromisso é inegociavel; Para nós, a pátria está acima de qualquer partido politico ou pessoa.